GRATIDÃO

1379
1
Share:

Hoje vamos falar sobre um estado emocional muito difundido, mas pouco trabalhado de maneira efetiva, principalmente no BDSM: A gratidão! Mas antes disso, vamos saudar o sol, que nos ilumina e nos aquece todos os dias (leia com ironia).

Bom, vamos lá. Afinal, o que é graditão? O dicionário traz duas definições: 1) Qualidade de quem é grato; 2) Sentimento experimentado por uma pessoa em relação a alguém que lhe concedeu algum favor, um auxílio ou benefício qualquer; agradecimento, reconhecimento. Podemos entender a compaixão como um sentimento – ou seja, um processamento racional de uma emoção básica agradável como alegria e amor – que traduz a sensação de agradecimento à alguma coisa ou para alguém. Ouvimos e lemos falar muito sobre gratidão, mas convenhamos? Praticamos essas lindas frases motivacionais que postamos nos status do whatsapp, nas mensagens de bom dia ou nas legendas de fotos do instagram? Certamente não.

A gratidão que praticamos, ou pelo menos achamos que praticamos para com os outros já foi entendida e interiorizada pela grande maioria de nós. Somos gratos pelo que as outras pessoas fazem, somos gratos à Deus (seja ele de qualquer religião), aos céus, aos cosmos; somos gratos aos nossos pais, ao nosso parceiro(a), etc. Mas quando passamos a ter uma autogratidão? Quando passamos a agradecer a nós mesmos e aceitando e nos reforçando pelo que nós somos?

No BDSM em exclusivo, tendemos a agradecer, se gratos ao TOP pela prática realizada, tiramos de nós o nosso papel na participação da cena. Uma cena, uma relação, acontece a partir do momento que temos duas pessoas. Por que só uma leva o crédito? Internamente, temos que agradecer e ser gratos ao que fizemos, ao que resistimos, ao que nos abrimos para novas experiências. Quantas vezes falamos isso? Quantas vezes somos gratos e agradecidos por coisa que nós fazemos.

O que mais consigo ver dentro da cena BDSM são TOPs de egos inflados 24/7 e Bottons que são subjulgados 24 horas por dia, sem autoestima, sem estima, sem autoreforços. Estes, se utilizam do BDSM para reforçar suas crenças negativas sobre si mesmo e os outros. Por exemplo, se eu não tenho estima, logo sou um lixo. Se sou um lixo, logo o meu lugar é sendo subjulgado por alguém que tem mais estima do que eu. Se eu estou sendo subjulgado por alguém com mais estima do que eu, ele é superior. Se ele é superior, eu tenho que ser grato à esta pessoa. Voilá, ciclo completo!

Já escrevi algumas vezes sobre reforços e modos de reforçar a si mesmo e as outras pessoas. Vamos começar a colocar isso em prática?

Se persistirem os sintomas, procure o terapeuta mais próximo.

AUTOR:

DR PSI

Psicólogo, especialista em terapia cognitivo-comportamental, psicopedagogia clínico e institucional e atualmente especializando em neurospicologia. Sempre fui interessado no mundo do BDSM, com a primeira experiência por volta dos 19 anos. Atualmente interessado em disseminar esta cultura em seus diferentes aspectos e as influências psicologias que estão atreladas.

O QUE VOCÊ PENSA? O QUE VOCÊ SENTE?

SENTIMENTOS, PENSAMENTOS E BDSM

ALEGRIA E BDSM

RAIVA E BDSM

A REFLEXIVA E NECESSÁRIA TRISTEZA

AMOR, ADORAÇÃO E BDSM

NOJO E BDSM

MEDO E BDSM

APRESENTAÇÃO DA SÉRIE EMOÇÕES E BDSM

EXPECTATIVAS

DROGAS E BDSM

INDEPENDÊNCIA E SEXO

ESTEREÓTIPOS

MENAGE À TROIS

CASTIDADE

PODOLATRIA

TRANCADOS PARA FORA DO ARMÁRIO

ANSIEDADE

TERCEIRIZANDO O PRAZER

PENSE MENOS, TRANSE MAIS

POR QUE O TESÃO TE DEIXA “BURRO”?

ORGULHO E AUTOESTIMA

CIÚMES NO BDSM

SADISMO E EMPATIA

BDSM VIRTUAL

TESÃO

ALIENAÇÃO CONSCIENTE: ACEITANDO O QUE NÃO PODEMOS CONTROLAR

ALIENAÇÃO CONSCIENTE

PERSONA, PERSONALIDADE E BDSM

SOLIDÃO, SEXO E PANDEMIA

MIMADOS EMOCIONAIS

AUTOESTIMA

DECEPÇÕES CAUSADAS PELO BDSM

RAZÃO X EMOÇÃO

BDSM X PODER

EGO, ARROGO E BDSM

CUCKOLD: O PRAZER DA TRAIÇÃO

FARDAS: POR QUE DESSE FETICHE?

ANO NOVO. NOVAS PRÁTICAS?

EMPATIA NA CENA BDSM

MONEY SLAVE

CONCILIANDO A VIDA BAUNILHA E A FETICHISTA

AFTERCARE, UMA NECESSIDADE PSICOLÓGICA

PUNIÇÃO E RECOMPENSAS NO CONTEXTO BDSM

PUNIÇÃO E CASTIGO: COMO UTILIZAR

VERGONHA EM PRÁTICAS NÃO TRADICIONAIS

AUTOESTIMA E BDSM

AGE PLAY: LIBERTANDO A NOSSA CRIANÇA INTERIOR

QUAL O LIMITE DO FETICHE?

A ORIGEM DOS FETICHES

EXPERIÊNCIAS INFANTIS, FETICHES ADULTOS – PARTE 2: EXPERIENCIAS SEXUAIS

EXPERIÊNCIAS INFANTIS, FETICHES ADULTOS – PARTE 1: O PAPEL DAS CRENÇAS

PORNOGRAFIA VERSUS MUNDO REAL – PARTE 2

PORNOGRAFIA VERSUS MUNDO REAL – PARTE 1

DADDY, PORQUE AMAMOS?

DOMINAÇÃO PSICOLÓGICA: GUIA PRÁTICO

CRENÇAS SOCIAIS E O SEU PAPEL NO BDSM

DOR X PRAZER

HUMILHAÇÃO

ROLE PLAY

BDSM E LIMITES – UMA RELAÇÃO SAUDÁVEL

FETICHE MUITO ALÉM DAS PARAFILIAS

Share:

1 comment

  1. morroi 8 dezembro, 2021 at 11:56 Reply

    Estou tendo mais contato com o BDSM na prática mais recentemente, a pandemia adiou meus planos. Mas entendo perfeitamente que o comportamento do Top de ego inflado e do bottom subjugado é prática corriqueira. Cabe a todos os BDSMers mudar esta realidade… como sub eu nunca me identifiquei com isso, acredito que os anos de análise – além, é claro, da minha personalidade e amor próprio – me ajudaram nisso. Sim, gosto de ser tratado nas sessões com menosprezo, como se alguém inferior ao Top, me entrego ao meu papel porque me dá prazer. Mas acabada a sessão, volto a ser o meu eu “baunilha, social”. E jamais permitiria ser mal tratado fora de uma sessão – aliás, nem dentro de uma sessão, uma vez que aquilo que me é imposto é previamente combinado.

Leave a reply

Você tem mais de 18 anos? Todo o conteúdo deste site é destinado ao publico adulto (+18 anos).