ALEGRIA E BDSM

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Já falamos sobre a maioria das emoções básicas dentro do BDSM. Falta uma. A que tem que prevalecer ao longo de toda relação, isso inclui o antes do encontro, no encontro em si e a sensação posterior à sessão: A alegria. Se a alegria não estiver presente ao longo da relação BDSM, CUIDADO, precisamos rever alguns pontos antes que a tristeza e a frustração nos obriguem a fazer isso.

Bom, para revisarmos: dentre as emoções desagradáveis encontram-se a tristeza, o medo, o nojo e a raiva; já, dentre as emoções agradáveis temos duas: a alegria, que aqui vos fala e o amor que, no BDSM aplicamos como adoração. Via de regra, emoções desagradáveis de sentir tem como função nos proteger contra ameaças em potenciais, assim como nos fazer repensar nossos comportamento e atitudes. Por outro lado, as emoções agradáveis de sentir, estão relacionadas à manutenção de laços sociais e perpetuação da espécie.

Vamos à alegria. Acredito que esta é a emoção mais sem segredos que existe. Todos sabemos – eu espero – quando ela aparece e para que ela serve, como podemos ativá-la e busca-la através de comportamentos que nos trazem prazer, felicidade. Andamos, ou melhor, vivemos em busca dessa senhora chamada Alegria.

E acredito que aí está o problema. Não podemos, nem devemos passar a vida buscando a alegria, por um motivo simples: ela já está em nós. Já está no nosso pacote básico de emoções. A falácia do ser humano é passar a vida buscando para que esta emoção se perpetue para sempre. Infelizmente, serei o portador das más notícias e dizer: a alegria não deve estar presente o tempo todo, mas ela pode estar presente em diversos pequenos momentos da nossa vida. O mito emocional de que devemos estar sempre felizes para sermos realizados é um dos mais comuns que existem e que se perpetuam. Podemos buscar à felicidade, momentos felizes podem prevalecer no nosso dia a dia, mas, ainda sim, emoções desagradáveis podem e devem aparecer ao longo do nosso dia. É normal. É humano.

Dentro do nosso contexto BDSM, a alegria tem que estar presente na grande parte dos momentos. Ela que nos vai proporcionar o tesão necessário para a sessão. Se a alegria não estiver presente, em níveis variados, e as outras emoções predominarem vamos ter uma sessão altamente desagradável onde não vamos estabelecer nossos limites, se abrir para novas experiências, ter uma conversa ativa e assertiva com o partner, entre outros.

Após a sessão, junto com a sensação do corpo dolorido – que é de praxe em nossa prática – temos que permanecer com a sensação de satisfação, de que aquilo valeu a pena. Se essa sensação não prevalecer, cuidado, temos que repensar algumas práticas.

Acredito que o que difere o BDSM de relações abusivas é a nossa capacidade de assentir com o que está sendo feito e, principalmente aproveitar aquela sensação. Se, ao final da sessão ou daquela prática, a sensação de satisfação não prevalecer, cuidado.

Se persistirem os sintomas, procure o terapeuta mais próximo.

AUTOR:

DR PSI

Psicólogo, especialista em terapia cognitivo-comportamental, psicopedagogia clínico e institucional e atualmente especializando em neurospicologia. Sempre fui interessado no mundo do BDSM, com a primeira experiência por volta dos 19 anos. Atualmente interessado em disseminar esta cultura em seus diferentes aspectos e as influências psicologias que estão atreladas.

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1 comment

  1. morroi 16 novembro, 2021 at 18:36 Reply

    A vida não é uma propaganda de margarina, em que todos são lindos, alegres e felizes o tempo todo… mas faz muita diferença termos nossos momentos de alegria cotidianos para não sermos massacrados pelas infelicidades diárias às quais todos nós estamos sujeitos. E, quem busca satisfazer seus desejos – aqui falamos de BDSM, porém podemos ampliar esta busca para os mais diversos campos – está justamente em busca desta alegria que vem da sensação de estar pleno e realizado. Se não fosse assim, por que iríamos nos dedicar a uma prática que pode frequentemente causar desconforto físico?
    Vale lembrar que o sentido de alegria para cada um de nós é diferente. O que pode ser visto como um sofrimento por uns – por exemplo, spanking ou imobilização – é pura felicidade para outros!

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