ANO NOVO. NOVAS PRÁTICAS?

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Diferente do que eu venho postando aqui nas últimas semanas eu deixo uma pequena reflexão para hoje. Estamos no começo do ano. Tivemos um ano difícil. Para uns mais, para outros menos. Discutimos bastante sobre fetiches e práticas sexuais, análises psicológicas – ou tentativas -. Ao longo desse ano, ao aceitar a proposta de iniciar uma coluna do site do Mestre Barbudo eu queria passar uma mensagem: tudo está inter-relacionado. Os nossos pensamentos estão relacionados com o nosso sexo e o nosso sexo com as nossas emoções. Nossa história de vida borbulha quando alguma, grita quando algo do presente relembra elas – de maneira consciente e não consciente.

A partir do momento que eu entendo que tudo está inter-relacionado, não temos uma grande distinção entre o que fazemos, o que pensamos, o sentimos, nós conseguimos, ao menos ter uma ideia da importância da nossa saúde mental. Muito se discute em setembro sobre o mês de prevenção ao suicídio, mas a depressão e o suicídio é apenas a ponta do iceberg quando de trata de saúde mental. É apenas o que é visto. Pode ser considerado a tacada final. Mas esquecemos que, geralmente o que não vemos é o que mais machuca. Lembra do TITANIC? Foi visto apenas a ponta do Iceberg, mas o que fez o navio afundar? o que estava nas profundezas, o que ninguém viu.

Não adianta discutirmos aqui sobre práticas, contrato, formas de abordagem e conversação se não temos habilidades primárias de habilidades sociais, conhecimento e controle das emoções, empatia. Educação Sexual. Para isso, nesse primeiro post do ano quero deixar uma pequena reflexão:

Ao longo do último ano tive diversas conversas com pessoas da cultura BDSM, fui indagado sobre algumas questões que, na minha prática clínica, é básica e quase de conhecimento comum, e que para a população “leiga” – e aqui chamamos de pessoas que não possuem contato com a ciência psicológica – é um verdadeiro bicho de sete cabeças. Quando me formei há alguns anos atrás jurei ajudar a comunidade com o saber psicológico que foi a mim incumbido, proporcionando qualidade de vida e saúde mental para todos. Pessoalmente tenho uma responsabilidade de proporcionar uma melhor regulação emocional, proporcionar pensamentos “limpos e claros”, baseado em evidências de funcionalidade, proporcionando uma melhor qualidade de vida.

Como você está lidando com as suas questões? Por um momento deixe os fetiches e os desejos de lado, pense na hora que você está deitado(a) na cama, prestes a dormir, sozinho com sigo mesmo. Você está bem consigo mesmo? Sente-se confortável com a sua própria companhia. Quem é você quando ninguém está vendo?

Queria propor, além de uma reflexão, uma mudança. Todo mundo fala que um ano novo são 365 dias de novas oportunidades, novos caminhos. Mas porque todos terminam o ano com a mesma sensação de frustração que o ano anterior. E a resposta é simples, porque a mudança é superficial. A mudança ocorre no nível da prática, do comportamento. E não de um meio interno. Quando modulo apenas o meu comportamento sem analisar o que ocorre por dentro, quais são as circunstâncias que norteiam esse comportamento e as variáveis nas quais este ocorre, na primeira frustração o comportamento volta para sua forma atual. E mais, quando a mudança ocorre superficialmente, muitas vezes, precisamos de uma motivação externa para que esse comportamento seja mantido e não interna. Motivação externa é a maneira mais fraca de motivação, pois eu dependo de pessoas e lido com variáveis as quais eu não consigo lidar.

Para finalizar, quero propor que neste ano, tenhamos uma coluna mais dinâmica. Perguntem, mandem mensagens, fotos, contem histórias, mandem suas dúvidas. Ficar discutindo teoria é bem vinda no âmbito acadêmico. Estamos no mundo real, precisamos de histórias reais.

AUTOR: DR PSI

Psicólogo, especialista em terapia cognitivo-comportamental, psicopedagogia clínico e institucional e atualmente especializando em neurospicologia. Sempre fui interessado no mundo do BDSM, com a primeira experiência por volta dos 19 anos. Atualmente interessado em disseminar esta cultura em seus diferentes aspectos e as influências psicologias que estão atreladas

 

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