CUCKOLD: O PRAZER DA TRAIÇÃO

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Este é um assunto um pouco polêmico, principalmente para aqueles que praticam e tentam explicar para não praticantes o que acontece. Provavelmente você já ouviu falar em Cuckold, o prazer de ser traído. Já vamos começando apontando que isso não tem nada a ver com relacionamentos abertos e nem términos de relacionamento. Vamos tentar entender um pouquinho o que acontece com um casal que realiza essa prática.

Já cansei de falar – ou melhor, digitar – que tudo que envolve o BDSM e até mesmo fora dele envolve dois pontos essenciais que se cruzam a todo momento: diálogo franco e contrato. E isso não é diferente em uma relação de casais. Sempre que vamos envolver mais de uma pessoa em nossa vida, temos que ter um diálogo aberto e franco e um contrato pré-estabelecido sobre o que é ou não é permitido nesta relação. O cuckold, a traição, entra justamente neste contrato. Temos um relacionamento sério, fechado, mas nos permitimos relacionar com outras pessoas desde que a outra pessoa esteja ciente/saiba/assista/participe etc. etc. etc.

Temos diversas variações dentro do cuckold que vai desde uma pessoa do casal assistindo a outra fazendo sexo com um terceiro até a pessoa que acorda com um terceiro para que ele/ela transe com seu parceiro enquanto esta pessoa que combinou o cenário está trabalhando e imaginando a cena ou ainda recebendo fotos ou vídeos enquanto a prática está acontecendo.

Então vem a pergunta? Cuckold é mentalmente saudável? E a resposta é: tudo que é acordado anteriormente e que não fira nenhuma das partes é completamente saudável. Mas para isso temos que saber o que é um limite para mim pessoalmente. Já escrevi sobre nossas crenças, nossas limitações e como nossas histórias pessoais nos trouxeram para onde estamos atualmente.

Do mesmo jeito que temos que falar de crenças e limitações – coisas que muitos de nós pensamos e remoemos quando falamos de fetiches e novas experiências – temos que falar também sobre desejos e aberturas. Quem me lê desde os primeiros textos deste site sabe que eu sou um grande defensor de uma abertura sem julgamentos das situações – o que na psicologia chamamos de postura fenomenológica – e nos jogarmos de corpo, alma, emoções, pensamentos dentro daquela vivência. Nossas vivências, nossos pensamentos, nossas emoções sempre se baseiam em nossas memórias e, vez ou outra temos a necessidade de criar memórias. As melhores memórias certamente vêm de desejos e vontades que temos dentro de nós. Precisamos nos conhecer em uma determinada profundidade para conseguir compreender quais são nossos desejos mais profundos, nossos fetiches mais obscuros e nossos maiores sonhos.

Tudo isso para falar que Cuckold é um verdadeiro tabu. Ouvimos/vemos muito sobre traições e as suas consequências negativas. E embora nós estamos falando em uma traição consentida, uma liberação para trair, para que um amante entre na vida desse casal e participe desta vida. Tem casais que tentam isso uma vez, se abrem para esta experiência e não gostam, porém tem casais que vivem tranquilamente convivendo com isto, faz parte da rotina matrimonial deles. É tudo uma questão de conversa e abertura.

AUTOR: DR PSI

Psicólogo, especialista em terapia cognitivo-comportamental, psicopedagogia clínico e institucional e atualmente especializando em neurospicologia. Sempre fui interessado no mundo do BDSM, com a primeira experiência por volta dos 19 anos. Atualmente interessado em disseminar esta cultura em seus diferentes aspectos e as influências psicologias que estão atreladas

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2 comments

  1. Corno 16 agosto, 2021 at 16:46 Reply

    Saldável? Com L? Tem certeza que você é um profissional? Erro inaceitável de português que pode colocar em dúvida sua formação.

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