Nas últimas semanas, discorri sobre as emoções primárias que temos em nosso pacote básico no nosso cérebro. Agora é hora de tirarmos nossas emoções em forma de giz de cera do nosso estojo cerebral para misturarmos e transformarmos em novas cores, ou seja, em sentimentos.
Mas antes disso, podemos ter algumas variações das nossas emoções, ou seja, como chamamos elas. Nem tudo que me remete ao medo eu posso chamar de medo, as vezes ele pode ter outros nomes, disfarces dentro de nós mesmos. Damos outros nomes as mesmas emoções para mudarmos o significarmos que damos à elas. Dois autores que eu gosto muito, falam sobre a árvore das emoções, onde as emoções básicas podem se desdobrar em ramificações, galhos, com outros nomes, mas com o mesmo significado, dependendo da intensidade em que eles aparecem (1). Como eu estou didático hoje, vou desenhar as ramificações para entendermos melhor.
Notem que nesse desenho acima temos, além do resumo do texto sobre cada emoção, uma mistura de emoções com situações e emoções com pensamentos. Vamos aos exemplos: Antipatia eu tenho sobre alguma pessoa, ou melhor, sobre o comportamento que esta pessoa tem. Logo essa variação do nojo está intrinsecamente ligada à percepção dos meus valores como pessoa e da minha distinção com a outra pessoa. A ansiedade, por outro lado, está ligado á minha interpretação daquele estímulo visual, ou seja, eu raciocinei, usei meu aparato racional para responder aquela emoção, dando uma outra tonalidade ao medo. Quase como se eu usasse um pincel sujo de uma outra cor (a racionalidade) para pintar com a cor do medo aquela situação. Poético, não?
Pois bem, aproveitando minha veia poética vamos imaginar um jardim, onde cultivamos várias flores e essas flores são nossas emoções. E como todo jardim temos que regar essas flores com água, as vezes com alguns fertilizantes para que elas cresçam fortes. Agora vamos pensar, o quanto estamos fazendo isso? O quanto estamos nutrindo nossas emoções com uma água de qualidade, com situações boas, com pessoas que nos permitam fazem nosso jardim florescer. E esse fertilizante que estamos jogando, é de boa qualidade? Quais pensamentos estamos usando para fazer com que essas emoções fiquem mais fortes? Tem ervas daninhas nesse jardim? Como estamos cuidando delas? Estamos ignorando a existência delas ou arrancando o mal pela raiz? Esses pensamentos ruins e desagradáveis que aparecem? Estão sendo olhados com calma, alimentados ou jogados fora? As vezes uma erva daninha pode indicar que algo em nosso jardim não está legal. Se arrancarmos e jogarmos fora as vezes nunca iremos perceber.
Se persistirem os sintomas procure o jardineiro (ops) o terapeuta mais
(1) Caminha, RM, & Caminha, MG: Baralho da regulação e da proficiência emocional. Novo Hamburgo, Editora Sinopsys, 2016.
AUTOR:
DR PSI
Psicólogo, especialista em terapia cognitivo-comportamental, psicopedagogia clínico e institucional e atualmente especializando em neurospicologia. Sempre fui interessado no mundo do BDSM, com a primeira experiência por volta dos 19 anos. Atualmente interessado em disseminar esta cultura em seus diferentes aspectos e as influências psicologias que estão atreladas.
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Uma resposta
Muito interessante o artigo, e bastante complexo também. Interessante para ajudar cada um de nós a entender suas emoções e sentimentos, e aprender a lidar com estes…