Olá povo do fetiche!
Vocês estão bem?
Hoje vou adentrar um pouquinho na seara de atuação do meu crush, Dr Psi, e vou falar um pouquinho sobre inteligência e auto estima x BDSM!
Então, se acomodem e aproveitem a leitura …
Desde Darwin, se fala sobre a necessidade de se expressar de forma controlada emocionalmente afim de se efetivar a convivência saudável porém, somente em 1990 com um artigo publicado pelos psicólogos Salovey e Mayer é que o termo Inteligência Emocional tomou essa abrangência mundial de pensamento e foco de estudos.
Em linhas gerais, Inteligência Emocional é a capacidade de administrar as próprias emoções e usá-las a seu favor (não de forma egoísticas, óbvio!)
Ser uma pessoa inteligente emocionalmente é também compreender as emoções das outras pessoas, construindo relações saudáveis, fazendo escolhas conscientes e adquirindo uma melhor qualidade de vida (aqui pra mim, reside o grande calcanhar de Aquiles da questão!)
Quem tem essa inteligência desenvolvida, sabe pensar, sentir e agir de forma inteligente e consciente, sem deixar que as emoções controlem sua vida e se acumulem de forma a reproduzir ou criar traumas, gatilhos e doenças.
Agora vamos falar de emoção x sentimento para depois voltarmos ao paralelo e fecharmos na Inteligência Emocional.
Embora emoção e sentimento sejam comumente utilizados com o mesmo significado e propósito, elas são coisas diferentes uma vez que o sentimento é o resultado da capacidade de compreensão da emoção.
Ou seja, em linhas gerais eu recebo um estímulo, meu cérebro processa gerando uma emoção a respeito daquilo e, essa emoção me gera uma percepção de sentimento.
Para exemplificar, vou usar o mesmo exemplo que foi usado comigo quando me ensinaram a respeito da diferença entre essas duas coisas: imagine que eu vá voar de SP para Curitiba, durante o voo, passamos por uma turbulência (o que eh muito normal nesse trecho inclusive!). Essa turbulência (fator externo) gera em mim um ataque de pânico (emoção). Passado os dias, eu começo a perceber em mim que, voar, agora, me dá medo (sentimento). Ou seja, um fator externo gerou em mim uma emoção que agora me faz conviver com um sentimento, que nesse caso é ruim.
Entendida essa diferenciação, fica até mais fácil de entender o que se busca com o desenvolvimento da inteligência emocional! É necessário que se entenda os fatores externos podem desencadear emoções que consequentemente gerarão sentimentos para, somente assim não fiquemos reféns dos mesmos. E esse é o processo de autoconhecimento. Sem ele, não é possível trabalhar os sentimentos, muito menos identificar as emoções.
Existe uma pequena confusão, na minha opinião, quando se fala em inteligência emocional e empatia uma vez que, entender as emoções alheias (inteligente emocionalmente) não necessariamente nos faz empáticos às mesmas. Podemos entender e, ao entender, descobrir que o nosso sentimento diante de uma determinada emoção é diferente.
A partir daqui, somente anuímos a existência do sentimento do outro porém, não necessariamente somos empáticos, pois os nossos sentimentos são diferentes.
Para sermos empáticos, pressupõe-se que desenvolvemos os mesmos traços emocionais aos mesmos imputs externos e assim, como dizem por aí “somos capazes de nos colocar no lugar emocional do outro”.
Se eu tenho um evento que em você gera “a” e em mim gera “b”, eu nunca poderei dizer que sei o que vc sente.
Agora, vamos falar de auto estima …
A auto estima está intimamente ligada à nossa capacidade de nos mapearmos, no compreendermos, nos trabalharmos e nos aceitarmos. Coincidentemente ou não, esses são os pilares da inteligência emocional.
Para se dizer uma pessoa inteligente emocionalmente, precisa-de mapear as emoções, entender as emoções, gerenciar as emoções e agir nessas emoções. Esse processo não eh muito diferente da construção de uma pessoa bem colocada com relação a auto estima.
Nenhum dos dois processos é fácil mas andam sim de mãos dadas!
O desenvolvimento da auto estima, que engloba também o desenvolvimento da inteligência com toda certeza, é um processo que faz com que as pessoas consigam administrar suas frustrações.
Na verdade, individualmente falando, eu entendo que esse seja o fator motivador para se entender sobre inteligência emocional. Afinal, a frustração é o sentimento negativo que a emoção de uma expectativa não fora cumprida como esperada.
Agora falando efetivamente do BDSM … minha opinião? Ninguém deveria se atrever a estar na posição de Top se não tiver o mínimo de inteligência emocional!
Simples assim!
Como eu sempre digo, ser Top não é simplesmente segurar um chicote e mandar ou desmandar.
Se vc não tiver certeza e principalmente, a consciência de que tua decisão muda o curso da vida de uma pessoa e para isso, você tem que entender quais emoções e sentimentos esses teus atos externos podem gerar no outro, melhor não arriscar!
E quanto a ser ou não ser inteligente emocionalmente? Na minha opinião, independente de BDSMer ou baunilha, todo mundo deveria investir um tempo em se entender, se auto conhecer, crescer emocionalmente. Esse processo só trás benefícios!
Ser sensível ao outro é ser inteligente emocionalmente!
E ser inteligente emocionalmente é uma forma de se manter em paz!
E em tempos sombrios, a paz tem peso de ouro!
Hidratem-se
Sra Storm
AUTORA
SRA STORM
Terapeuta sexual e praticante de BDSM. Sádica e voyeur assumida, suas práticas preferidas são as de caráter mais psicológico porém, se encanta também por práticas como Wax Play, Flogging, Branding, Castidade e Inversão e algumas outras pequenas perversões!
Instagram: @darkroomcla com conteúdo instrutivo da subcultura Kink e BDSM.
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Uma resposta
Muito didático o texto, Sra. Storm! Penso que inteligência emocional é fundamental para tudo. O ideal é mesmo se entender primeiro pra depois poder expandir esta compreensão pras relações interpessoais. Mas não é fácil, requer muita maturidade (e análise ajuda).
Só complementaria com uma observação. Não são só os Tops que precisam ter inteligência emocional, os subs também podem se beneficiar bastante. Além de evitar, por exemplo, uma crise de pânico em alguma sessão, ajuda a desfrutar melhor das práticas.