SUA DINÂMICA, SEU PERFIL!

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Olá danadinhos, hoje eu vou falar sobre um assunto que muita gente me pergunta a respeito: as dinâmicas e seus perfis.

Bom, quem aqui já não olhou para determinada prática/roleplay e deu aquela torcidinha de nariz e pensou “aff 🙄 isso não é pra mim!”? E adivinhem só? isso é absolutamente normal! Sabem o que é isso? É somente a dinâmica que você se reconhece falando mais alto no sangue das tuas veias!

Como a gente sabe, relações “dissidentes” sempre existiram, desde que o mundo é mundo, e em um determinado momento da nossa breve história, três dinâmicas específicas foram colocadas debaixo de um mesmo guarda chuva, quando se criou um protocolo de segurança que visava à minimização dos riscos de abusos e violências para quaisquer dessas dissidências. Aparece em cena então, o bom e velho SSC e as três dinâmicas BD I DS I SM passam a caminhar todas de mãos dadas e, lá pro final da década de 80, difunde-se o acrônimo BDSM.

Embora não tenhamos como negar que o sadomasoquismo está fortemente presente na nossa subcultura, não podemos simplesmente fechar olhos e não olharmos para as outras duas dinâmicas que, em tese, nada tem de sadismo ou de masoquismo.

A presença do SM é tão forte que, mesmo em literaturas mais antigas, encontramos somente o termo Mestre/escravo para a definição das posições do jogo.

Porém, as coisas evoluem e, nem somente de Mestres e servos agora, o BDSM vive. Outros personagens começam a aparecer bem como, o entendimento da fluidez entre as posições.

E por esse motivo, a comunidade reconhece então que usar “Top” e “bottom” para descrever quem está acima da hierarquia e quem está abaixo, faz sentido. Além dessas duas personas, vamos assim chamar, o BDSM também traz validade à persona que consegue extrair o seu prazer dos dois lados do chicote, os SWs.

A partir do momento que guarda chuva foi aberto e as demais dinâmicas se agruparam, começamos então a descobrir/conviver com diferentes tipos de Tops e de bottoms.

O entendimento dessas diferenças se dá basicamente para que haja o que eu chamo de “match perfeito” dentro do BDSM. O que é isso? Ter a consciência do tipo de Top ou bottom que se é, fica muito mais fácil de encontrar parceiros que joguem os mesmos jogos que a gente!

Vou elencar agora, alguns tipos de bottoms e Tops que existem para que se perceba a diferença entre dinâmicas que os mesmos jogam:

📌 bottom submisso: aquele que tem prazer na servidão propriamente dita. O lance desse bottom é servir ao Top, atender à todas as demandas que o Top trouxer. Esse bottom ficará feliz ao perceber que algo que ele faça em prol do Top e/ou da Ds será apreciado e reconhecido. Para esse tipo de bottom, quase todos os Tops são compatíveis afinal, muito difícil um Top rejeitar uma submissão quando ela é real.

📌 bottom masoquista: aquele bottom que tem prazer na dor. Seja ela física ou psicológica. O ponto alto do masoquista no contexto geral do jogo, é quando ele se alimenta dessa dor. Pois seu prazer está exatamente aí. Os Top que mais darão liga no jogo são os Dominadores e Sádicos – independente da orientação sexual do indivíduo

📌 bottom dorei: o bottom do shibari. A pessoa que tira seu prazer em ser usada como espaço para os trabalhos artísticos e toda a representação que o shibari traz. Obviamente que o Top desse jogo são os Riggers

📌 little: o bottom da roleplay de Age. É a criança ou o adolescente que o bottom dá a ele vida e personalidade dentro da role e os Tops para essa dinâmica são os Caregivers – Mammys e Daddys

📌 pet: o bottom da roleplay de Pet. Assim como na roleplay de Age, aqui, o bottom vai dar espaço para que a persona do bicho apareça, e assim ele se realizará como pessoa. O Top de jogo do pet são os Handlers

📌 bottom brat: os pirralhos! Aqueles que usam da dinâmica particular do enfrentamento, da pirraça para jogarem. Seus Tops de jogo são os Tamers, que são os Tops que também tiram prazer dessa “mau criação” de seus pequenos. A dinâmica do Tamer x brat é uma bastante “unique” vamos por assim dizer.

📌 SAMs: SAM é o acrônimo de Smart Ass Masochist, que são bottoms masoquistas que vão utilizar da pirraça também para conseguirem o que mais gostam: sentir dor. Seus Tops pares são primeiramente os Dominadores e os Sádicos sendo que Tamers Sádicos também se dão bem com esse tipo de bottom. A diferença entre um brat e um SAM? Brats não param, SAMs quando percebem que não estão agradando, eles recuam e voltam à normalidade da interação.

Vejam bem, o “tipo” de Top ou de bottom, que a pessoa se identifica não está relacionado a nada a não ser seu próprio entendimento de si. Tops com alguma experiência, conseguem até identificar algumas nuances com base nas características dos bottoms porém, também não cabe a ninguém, o direito de sair tachando tudo quanto é participante que aparece!

Um segundo detalhe: os tipos de Tops e bottoms não são excludentes, assim como não são as dinâmicas, o que isso quer dizer? Que muitas pessoas gostam de jogar em diferentes dinâmicas. Tranquilamente pode existir um Dominador Sádico Tamer (olha as dinâmicas DS e SM aí!) da mesma forma que, também podemos encontrar Dominadores Handlers Sádicos (DS e SM) e também por que lembrarmos dos Riggers Tamers (BD e DS). Da mesma forma que podemos facilmente encontrar um bottom submisso masoquista (DS e SM), ou um little brat (😬 JesusMariaJose hahahaha!)

Existe um contraponto às dinâmicas e perfis de jogadores no sentido de que qualquer pessoa pode ser qualquer tipo de jogador. Eu, Sra Storm, particularmente concordo até a página 2 pois, somente acredito que uma pessoa possa incorporar as dinâmicas que lhes tragam prazer. Vou me usar como exemplo, eu não gosto do jogo Tamer x brat, não tenho a menor disposição para “domadora” de bottom pirracento, mesmo que essa dinâmica não seja de forma nenhuma ofensiva para mim como comunidade, mas, como pessoa, não me atrai, logo essa dinâmica não me veste.

Mais uma coisa, ser bottom ou ser Top não depende de se estar ou não em Ds. Ser bottom ou ser Top, e até mesmo ser SW, diz muito mais sobre a escolha de posição de jogo do que qualquer outra característica.

Há porém, uma situação específica que essa sim depende de Ds. Que é a escravo. Em linhas gerais escravo é o bottom que está em Ds na condição de TPE, 24/7 e tendo aberto mão de limites flexíveis, independe se o bottom é submisso, masoquista ou o que quer que melhor lhe reapresente! A escravidão no BDSM está condicionada muito especificamente ao modelo da relação. Portanto, não existe escravo solto, sem Dono. Se ele não tem Dono, ele é somente um bottom, assim como todos os que se reconhecem na parte debaixo da hierarquia.

Entender que o BDSM é composto de 3 dinâmicas que podem se interligar, e que cada um de nós pode jogar em quaisquer dinâmicas desde que nos reconheçamos nela, é antes de tudo libertador, pois além de demonstrar um alto nível de entendimento para conosco, também demonstra grande compromisso com uma das características mais fortes da subcultura, que é o respeito aos pares.

Então danadinhos, vocês sabem exatamente as dinâmicas que melhor lhes veste nesse vasto e prazeroso mundo do BDSM? 😉

Até sexta feira que vem!
Abraços
Sra Storm

AUTORA: SRA STORM

Chef de cozinha e empreendedora da área de alimentos e no BDSM Top dedicada às práticas de Wax Play, Flogging, Branding, Castidade e Inversão e algumas outras pequenas perversões!Instagram: @darkroomcla com conteúdo instrutivo da subcultura Kink e BDSM.

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