AS BASES DO BDSM E AS DIFERENÇAS ENTRE ELAS

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Falar de bases no BDSM é falar de protocolo, é falar principalmente de consentimento!

“Diga-me que bases usas, que te direi que tipo de jogador que tu és”

Em linhas gerais, as bases no BDSM dizem respeito a todos os protocolos de segurança e consentimento usados para definir como você e seu parceiro irão encarar as práticas.

Sabendo a base que a pessoa joga, fica fácil deduzir como será seu comportamento em cena.

BDSM

Todas as bases do BDSM têm como ponto em comum, o consentimento. Sem ele, tudo é abuso.

A base mais difundida no meio, criada por david stein (sim, com letras minúsculas!), nos idos de 1983, é o bom e velho SSC que prevê que toda relação/prática deve se pautar no São, Seguro e Consensual.

O conceito de consensual é relativamente fácil de entender. Consentimento aqui, deve ser anuência expressa de que se está de acordo com tudo que está sendo negociado. Nunca é um pressuposto, ou algo dado a entender. Do lado de cá, o que se quer e não se quer, deve ser falado.

Por razões óbvias de segurança, consentimento não pode ser dado sob efeito de entorpecentes ou qualquer substância que altere a percepção de todos os sentidos e que alterem a capacidade psicológica do bottom.

A Segurança, para o SSC, diz respeito à minimização dos riscos dos acidentes que podem vir a acontecer. Percebam, todas as práticas do BDSM têm riscos inerentes. Dizer que os riscos serão zerados, é faltar com a verdade, na cara dura!

Assim como qualquer atividade do viver, com os devidos cuidados, podemos fazer das nossas interações menos arriscadas.

Agora o primeiro S da base! A mais sensível e controversa face da base, que dá por si só, uma grande brecha para discussão, afinal, o que exatamente vem a ser o São? Quem valida a sanidade do fetiche? Quem é esse agente validador?

Para efeitos de análise, o São diz respeito à capacidade de consentir do bottom. Aqui, o Top assegura que é responsável 100% pelos riscos, segurança bem como as consequências que a prática pode vir a causar no bottom, física e psicologicamente.

Esse entendimento de david stein, prevaleceu intacto até 1990, quando Guy Switch propôs “complementos” ao SSC, no tocante à capacidade de emitir consentimento e responsabilidades.

Para Guy Switch, nenhum ser humano deveria se sentir apto a consentir sobre uma prática onde, não houvesse por parte dele, o conhecimento dos riscos e, por consequência, uma vez ciente dos riscos, a divisão das responsabilidades pelas consequências.

RACK – Risk Aware Consensual Kink

Nasce assim, a RACK (Risk Aware Consensual Kink), que vem a ser a base onde o Top divide com bottom o entendimento de todos os riscos inerentes, bem como as responsabilidades posteriores. Aqui, o consentimento ainda existe, porém, deve ser dado após o entendimento perfeito da prática.

PRICK – Personal Responsability, Informed Consensual Kink

Já a base PRICK (Personal Responsability, Informed Consensual Kink) vem para, posteriormente, redefinir a questão da responsabilidade. Essa base não exclui o consentimento da prática, não exime o Top da responsabilidade de informar os riscos, porém, coloca no bottom a responsabilidade dos atos decorrentes da mesma.

Para os jogadores que se identificam com a PRICK, se o bottom for informado dos riscos, ele tem também que ser responsável pelas consequências.

Obviamente que, por razões de distanciamento entre os jogadores, as avulsas, muitas vezes são realizadas em cima da base PRICK.

Independente da base que você escolha para si, tenha em mente que, consentimento é de caráter obrigatório para qualquer BDSMer. Sem consentimento, só temos abuso!

AUTORA: SRA STORM

Chef de cozinha e empreendedora da área de alimentos e no BDSM Top dedicada às práticas de Wax Play, Flogging, Branding, Castidade e Inversão e algumas outras pequenas perversões!Instagram: @darkroomcla com conteúdo instrutivo da subcultura Kink e BDSM.

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