Hoje vamos falar sobre um dos fetiches mais comuns do mundo: A podolatria. Isso mesmo. O fetiche por pés. Acredito que não preciso fazer uma grande explicação sobre podolatria. Muitas pessoas que eu conheço adentraram no mundo dos fetiches por conta de pés. Mas, em linhas gerais, a podolatria é a atração, ou melhor, o desejo sexual através dos pés. E isso envolve diversas formas de prazer envolvendo os pés: os pés nús sendo adorados, massageados, lambidos, chupados, sendo pisado, pisando em algo ou alguém, com meias (meiões, meias sociais, meia rastão, etc.) com sapatos, botas, tênis, etc. Tudo que pode envolver pés está no mundo da podolatria. Mas qual a origem? Por que temos desejo em pés?
Para entender o porque temos fetiches, eu já escrevi alguns textos no site ao longo dos últimos meses. Com pés não é diferente. Freud vai dizer que há a evocação das lembranças infantis na vida adulta, muitas vezes associada a comparação com o corpo dos pais. Em uma perspectiva que, para mim é mais agradável, os fetiches são oriundos de um pareamento de estímulos que, ao longo de anos vai se consolidando em um modo de pensar, agir e funcionar. Pareamos pés com algum outro estímulo prazeroso, quase como quando fazemos quando recebemos uma relaxante massagem nos pés. Se aquilo é prazeroso para nós, a tendência é nos aventurarmos um pouco mais naquilo, buscarmos aquelas sensações de uma forma ou de outra.
Dentro de um contexto BDSM, os pés tem um sentido de poder. É papel do Bottom ficar aos pés do Top, ficar a mercê do Top. O que claramente advém de uma construção social. O som dos saltos altos batendo no corredor de uma importante firma, a classe da médica ou da advogada que trabalha com salto. O tipo de calçado que a pessoa usa mostra poder. O solado vermelho dos saltos mostra que eles custaram uma pequena fortuna. Se os sapatos são de couro, isso indica que eles foram mais caros. Os coturnos dos militares indicam poder (lembre do nosso texto sobre fardas).
Logo, é compreensível que, ao entrarmos em uma sessão BDSM, ficarmos aos pés do Top, somos condicionados à olhar para baixo e o que vemos: pés. Geralmente é nosso primeiro contato, nossa primeira visão. Olhos, roupa, pau/buceta, vem depois. Os pés via de regra é a porta de entrada para uma sessão.
Mas, temos que alertar que tudo tem uma dose de utilidade. Apenas sentir prazer com pés pode ser uma dificuldade, pode entrar no que a Psiquiatria é considerado um Transtorno Fetichista. Mas utilizar pés e outras partes do corpo para apimentar a cena, é mais que recomendado.
Se persistirem os sintomas, procure o terapeuta mais próximo.
AUTOR:
DR PSI
Psicólogo, especialista em terapia cognitivo-comportamental, psicopedagogia clínico e institucional e atualmente especializando em neurospicologia. Sempre fui interessado no mundo do BDSM, com a primeira experiência por volta dos 19 anos. Atualmente interessado em disseminar esta cultura em seus diferentes aspectos e as influências psicologias que estão atreladas.
TRANCADOS PARA FORA DO ARMÁRIO
POR QUE O TESÃO TE DEIXA “BURRO”?
ALIENAÇÃO CONSCIENTE: ACEITANDO O QUE NÃO PODEMOS CONTROLAR
FARDAS: POR QUE DESSE FETICHE?
CONCILIANDO A VIDA BAUNILHA E A FETICHISTA
AFTERCARE, UMA NECESSIDADE PSICOLÓGICA
PUNIÇÃO E RECOMPENSAS NO CONTEXTO BDSM
PUNIÇÃO E CASTIGO: COMO UTILIZAR
VERGONHA EM PRÁTICAS NÃO TRADICIONAIS
AGE PLAY: LIBERTANDO A NOSSA CRIANÇA INTERIOR
EXPERIÊNCIAS INFANTIS, FETICHES ADULTOS – PARTE 2: EXPERIENCIAS SEXUAIS
EXPERIÊNCIAS INFANTIS, FETICHES ADULTOS – PARTE 1: O PAPEL DAS CRENÇAS
PORNOGRAFIA VERSUS MUNDO REAL – PARTE 2
PORNOGRAFIA VERSUS MUNDO REAL – PARTE 1
DOMINAÇÃO PSICOLÓGICA: GUIA PRÁTICO
CRENÇAS SOCIAIS E O SEU PAPEL NO BDSM
BDSM E LIMITES – UMA RELAÇÃO SAUDÁVEL
FETICHE MUITO ALÉM DAS PARAFILIAS