Hoje, vamos falar sobre um dos fetiches mais famosos do mundo que tem um nome pra lá de chique (só porque é francês): o menage. O famoso sexo à três. Tão famoso que, alguns anos atrás Britney Spears lançou uma música que fala justamente sobre isso. Quem não conhece a música “3”, aproveita pra colocar ela pra tocar, enquanto lê o texto desta semana.
Bom, para quem não sabe, o menage à trois se refere a pratica sexual composta por três pessoas. Via de regra, são casais que namoram ou são casados que se aventuram em chamar uma terceira pessoa para compor uma “brincadeirinha”. E vamos combinar que uma brincadeirinha não faz mal a ninguém.
Já consigo ouvir a voz dos casais monogâmicos tradicionais que defendem o relacionamento fechado e coisa e tal, mas vale defender que há uma boa diferença entre um relacionamento fechado onde o casal pratica menage e relacionamentos abertos, poliamor e etc., Podemos até mesmo fazer uma diferença entre menage e cuckold, que é o prazer em ver o/a parceiro/a traindo com uma terceira pessoa, sem necessariamente participar desta prática. Via de regra, o menage envolve três pessoas no sexo. Sejam dois homens e uma mulher, duas mulheres e um homem, três homens, três mulheres e por aí vai. As combinações são infinitas.
Em um ponto de vista psicológico, não há nada de errado com a prática do Menage à trois, porém temos que ficar atento com os sentimentos que surgem a partir da prática. Dentre elas, uma em especial: o ciúmes. O ciúmes pode ser entendido como uma emoção secundária que resulta na mistura de duas ou mais emoções. O ciúmes acaba sendo o menage emocional. Podemos ter ciúmes pela sensação de estar perdendo algo, mais voltada para a semântica emocional da tristeza, mas também pode ter toques de raiva, principalmente quando expressamos o nosso ciúmes, toques de medo, pela sensação de perigo iminente de ver a pessoa que você está junto na cama com a outra pessoa, virando o completo oposto do cuckold por exemplo.
Pois bem, como todo tipo de relacionamento, quando o casal pensa em experimentar o menage, é preciso pensar antes sobre quais emoções isso desencadeia em cada um dos componentes deste casal. Tem pessoas que são naturalmente mais sensíveis ao ver o parceiro com outra pessoa na cama. Tem pessoas, ao contrário, são mais resistentes e se permitem experimentar mais situações. Alguma delas está errada? Não! Pelo contrário, cada um vive sua sexualidade de sua maneira. Existem pessoas altamente sexualizadas e fetichistas que não conseguem dividir a sua atenção em duas pessoas. Já, outras que adoram e acham este fato indispensável para uma variação sexual.
Quando falamos sobre sexo, qualquer alternativa é válida. Só precisamos de uma coisa: consentimento. Precisamos ter certeza que a outra pessoa está disposta à se aventurar daquela forma. Se o ciúmes aparecer, precisamos entender qual a origem deste sentimento, quais são os pensamentos que apoiam e alimentam este sentimento quando o menage é proposto ou praticado.
Abrindo um parênteses para fugir da norma padrão: Algumas vezes, um integrante do casal acaba sugerindo o menage com uma pessoa específica a fim de ter um envolvimento com esta pessoa em questão. E até onde está tudo bem para você? O ponto que quero deixar claro aqui é que, para ter menage, o casal precisa ter tesão nesta mesma pessoa, senão acaba sendo uma relação unilateral que acaba gerando ciúmes e, em alguma parcela, desonestidade. Do mais, divirtam-se e gozem.
Se persistirem os sintomas, procure o terapeuta mais próximo.
AUTOR:
DR PSI
Psicólogo, especialista em terapia cognitivo-comportamental, psicopedagogia clínico e institucional e atualmente especializando em neurospicologia. Sempre fui interessado no mundo do BDSM, com a primeira experiência por volta dos 19 anos. Atualmente interessado em disseminar esta cultura em seus diferentes aspectos e as influências psicologias que estão atreladas.
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