Estamos vivendo em tempos sombrios, marcado pelo retrocesso e pela falta de liberdade em atitudes que até então eram normais, ou pelo menos, mais aceitáveis. E nada melhor que um pouquinho de contracontrole para atuarmos as imagens bizzaras que serão este dia 7 de setembro.
Há quanto tempo perdemos nossa liberdade? Não só sexual, mas há quanto tempo pensamos muitas vezes antes de sair, antes de vestir determinada roupa, antes de nos expressarmos como queremos. Tenho visto o Instagram censurando e derrubando contas que contém fotos que são um pouco mais “explícitas” sexualmente, enquanto outras que são altamente apelativas passam Imunes.
Uma coisa que precisamos entender e interiorizar uma vez por todas é que o erotismo é completamente diferente de sexo, embora estes sejam intimamente complementares. A base do BDSM é o erotismo, trazer o foco dos pontos eróticos para pontos que não são pontos sexuais. Os pés, os joelhos, o pescoço, olhar, tornozelo, etc. Cada pessoa nesse microcosmo do BDSM vai trazer o olhar direcionado para algum ponto. Qual ponto? Vai depende de múltiplos fatores: história de vida, interesses pessoais, histórico de condicionamento, o quanto a pessoa está aberta a experimentar novos fetiches.
A parte sexual do BDSM é opcional. Já tive sessão de BDSM que não houve ato sexual, mas já tive cenas que iniciaram e finalizaram com sexo.
O quanto precisamos entender essa relação para conseguirmos nós desenvolver? Esses dias, estava vendo algumas pessoas se descobrindo sexualmente e expondo erotismo de uma forma discretamente libertadora. Pessoas expondo seus fetiches, postando fotos em roupas de couro, em sessões de shibari, etc etc etc.
A sub: Independência está relacionada com autoestima. Independência está ligada a funcionalidade: o quanto conseguimos funcionar de maneira autônoma, sem amarras e, principalmente, sem ajuda de outras pessoas. Podemos vivenciar nossa sexualidade sem outras pessoas? Acredito que não! Sexualidade, e até mesmo, uma parte do erotismo tem que ter contato físico, troca de energia, fluídos, toque, olhares, contatos diretos e indiretos únicos que torna esta prática tão intensa e singular, pois em cada pessoa há uma prática diferente. E no resto, no que somos independentes? Eu consigo viver sozinho? Consigo expressar minha sexualidade sozinha? Ou melhor, eu consigo expressar o que eu gosto ou que eu não gosto abertamente, sem me julgar e me punir por isso? O quanto que a opinião dos outros me incomoda? O quanto isso me atinge? O quanto isso me pode para que eu não tenha a minha independência?
Em tempos sombrios como estes que estamos passando, acabamos passando mais tempo com nós mesmos. E cedo ou tarde essas dúvidas, esses questionamentos vão surgir e, quando estes questionamentos surgem, você está pronto(a) para encarar essas (in) dependências?
Se persistirem os sintomas, procure o terapeuta mais próximo!
AUTOR:
DR PSI
Psicólogo, especialista em terapia cognitivo-comportamental, psicopedagogia clínico e institucional e atualmente especializando em neurospicologia. Sempre fui interessado no mundo do BDSM, com a primeira experiência por volta dos 19 anos. Atualmente interessado em disseminar esta cultura em seus diferentes aspectos e as influências psicologias que estão atreladas.
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