Olá danadinhos e danadinhas, todos bem? Hoje eu quero trazer um pensamento para vocês, que é inclusive um pensamento muito comum entre os membros da comunidade, sobre Ds Virtual.
Vamos entender as diferenças entre “virtualidade” e “distância”?
Então, vamos lá … acomodem-se e aproveitem!
Muito se fala, quase que em vão, sobre a existência ou não de Ds Virtual e sempre vem uma pessoa dizer que teve uma Ds Virtual!
Muitas vezes quando a gente esmiúça a conversa, percebe que o que a pessoa teve foi uma Ds à Distância e não Virtual.
Qual a diferença entre as duas? Sim, meus queridos, a boa e velha presença!
Não existe, em nenhum lugar do mundo, a obrigatoriedade, de em qualquer tipo de relacionamento, dos parceiros se verem todos os dias (inclusive na minha opinião, não se ver é ainda melhor pois dá tempo de dar saudade! Mas, cada um, cada um né? …)
Porém, para que qualquer relacionamento no mundo dê certo, épreciso estar presente. E isso não seria diferente dentro do BDSM!
Para que qualquer relacionamento no BDSM dê certo, é preciso presença, contato, olho no filho, pele na pele, cheiro no cheiro, mesmo que, eventualmente! Mesmo com uma agenda de encontros e de sessões escassa, a cada 15, 30, 45 dias, 3 meses que seja! Mas que ela exista! Isso, meus queridos, é uma Ds à distância.
Sabe o que é uma Ds Virtual?
É aquela que você, pequeno bottom, NUNCA viu e NUNCA vai ver o Top! Não sabe se o Top é alto ou baixo, gordo ou magro, se cheira bem ou tem cheiro de suor! Não sabe nem se é homem ou mulher!
Sim, você não sabe, porque no mundo virtual, as pessoas mostram o que elas querem que as outras vejam! E nem sempre mostram a verdade!
Ds Virtual, é aquela onde o Top nunca conta nada pra você, nunca menciona sequer o interesse na possibilidade de te conhecer, onde diz que a distância atrapalha, que a falta de tempo atrapalha, o fuso horário atrapalha, o Papa atrapalha, a Guerra no Afeganistão atrapalha, o Auxílio Emergencial atrapalha, ou seja, TUDO atrapalha os seus planos de conhecê-lo! Simplesmente porque não porque não está nos planos dele te conhecer, ele não quer te conhecer!
E nesse meio tempo, sabe o que ele faz? Te “encoleira”! Empata a tua foda e te tira a possibilidade de eventualmente conhecer alguém legal! Afinal, você é posse do Top Virtual!
Faz você se autoflagelar na frente de uma webcam, enquanto ele bate uma punheta gostosa do outro lado! Inclusive autoflagelação tem fundos emocionais muito complexos e precisam de cuidados!
Quando acabar sabe quem vai te dar atenção e fazer o Aftercare? Sim, ela, Nossa Senhora do Bom WiFi! E absolutamente mais ninguém!
O mundo virtual aproxima pessoas? Sim aproxima! Sem dúvida nenhuma! Olha eu aqui conversando com vocês! Mas relações pessoais meus queridos, ainda dependem de dois corpos se encontrando! Dois olhos se olhando! De duas peles se sentindo!
Vocês conseguem perceber o quão fora do espectro “são” é alguém dizer que é “posse” de uma pessoa que nunca viu na frente?
Se o seu Top mora numa cidade ou num estado diferente do que seu, e vocês se conheceram, negociaram, fizeram sessão, se curtiram, gostaram, fecharam a negociação e firmaram o contrato com uma agenda certinha de visitas, hora um vai, hora o outro vai, tá tudo bem! O importante é que vocês tenham uma agenda!
Se durante essa Ds houver comandos em esferas da vida, do tipo Alimentação, e o Top orientar como o bottom deve proceder e tal, vocês estão tendo uma Ds à Distância. E não estão fazendo mal à sanidade de ninguém! De novo, está tudo bem!
Agora, se esse mesmo Top, desaparece dos compromissos presenciais e começa com a fanfarronice de te mandar fazer coisas SOZINHO/A, onde você precisa se empunhar a dor, ou alimentar suas necessidades sexuais via webcam, daí vocês começaram a avacalhar a brincadeira! Porque nesse momento, vocês deixaram uma relação BDSM de lado, para se entregarem aos prazeres sexuais dos amantes cibernéticos!
Na boa, se vocês querem se engajar nesse tipo de relacionamento, se vocês se tem em tão baixa conta de valor que vocês acreditam que o que vocês merecem é nada mais que uma punheta bem batida na frente de uma webcam, se vocês acham que não merecem um reio bem dado no lombo, uma vela bem pingada no limbo, um cinto de castidade bem colocado, se vocês não se sente valiosos o suficiente pra ter uma sessão com o suor escorrendo pelo rosto, o corpo arrepiando de tesão, os batimentos cardíacos em descompasso, a cabeça baixa em servidão, de verdade? sejam muito felizes! Mas não venham me dizer que isso é uma Ds! Vocês podem fazer o que vocês quiserem, mas um relacionamento saudável, (in)felizmente sempre vai precisar de contato!
Se preservem! Preservem suas sanidades e hidratem-se!
Abraços,
Sra Storm
AUTORA: SRA STORM
Chef de cozinha e empreendedora da área de alimentos e no BDSM Top dedicada às práticas de Wax Play, Flogging, Branding, Castidade e Inversão e algumas outras pequenas perversões!Instagram: @darkroomcla com conteúdo instrutivo da subcultura Kink e BDSM.
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Respostas de 2
Ds à distância eu consigo compreender… mas Ds virtual não. Até dá pra entender que, neste tempo de pandemia e isolamento, muitos busquem a internet como forma de preencher uma lacuna, seja ela emocional ou física, sexual. Mas eu, particularmente, acho sem graça. Faz muita falta o contato, o cheiro, o toque… pelo menos se a pessoa já passou pela experiência prévia tem a memória destas sensações e pode recordar. Mas como lembrar daquilo que não foi vivido, experimentado? Impossível…
E, ainda, corre-se o risco de cair nas mãos não apenas de pessoas despreparadas, mas mal intencionadas, com os famosos FinDoms. Há quem goste (eu particularmente não), porém penso que é muito arriscado, em especial quando não se sabe quem realmente está do outro lado da tela.
Olá!
O mundo virtual é perigoso! Essa é a verdade! A gte nunca sabe quem está do outro lado! E é o que vc falou, quando se tem a memória é uma coisa, agora quando não se conhece da coisa, não tem motivo nenhum pra não sossegar o facho!
E quanto ao FinDom eu tenho um texto pronto sobre o assunto! Vou colocar aqui também! Obrigada pela dica! Abraços e bom final de semana! 😉😚