ADOECER NO BDSM

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Olá danadinhos e danadinhas, vocês estão bem?

Ontem o meu queridíssimo lindo e delicioso Dr Psi (sim, rola um crush aqui 😬) nos trouxe uma reflexão sobre os efeitos psicológicos que essa pandemia pode nos acarretar. A falta das sessões, a falta do contato, a falta muitas vezes do sexo, tudo isso acarreta inúmeros problemas psicológicos.

Hoje, eu venho emendar o coro e falar um pouquinho sobre adoecer no BDSM. Quando a cabeça já não aguenta mais e o corpo pede arrego! Ou simplesmente por estarmos seguindo o curso normal de nossas existências …

Então, convido vocês a se acomodarem e me acompanharem nessa reflexão sobre esse assunto quase nunca falado, quase um tabu dentro do meio, mas tão pertinente e importante, principalmente, nos dias de hoje … o adoecer no BDSM.

Quando se pensa no BDSM como forma somente de vazão de nossas sexualidades, pensar que o parceiro pode adoecer é algo que nem passa nas nossas cabeças, e, isso é absolutamente normal!

Verdade seja dita, quantos Tops, durante a negociação, pedem exames para seus bottoms antes de começar a praticar? Pouquíssimos, certeza … e assim o mundo do BDSM vai acontecendo.

O que muitos esquecem, é que nossos jogos são altamente arriscados do ponto de vista das ISTs (antigas DSTs) uma vez que, dentro das formas de contágio das ISTs, temos também fluidos como suor, urina e saliva (chuvas douradas e prateadas mandaram lembranças!), já até fiz um texto aqui no site sobre esse assunto em específico! Se você ainda não leu, recomendo!

Agora voltando um pouquinho …. Pessoas com problemas de diabetes por exemplo, possuem capacidade de cicatrização menor, pessoas com asma, podem morrer em práticas de asfixia, pessoas com problemas cardíacos devem ficar um pouquinho longe de eletroestimulação e, assim por diante!

Os riscos existem e são bastante altos!

Eu poderia colocar aqui, uma listinha de exames básicos que deveriam ser solicitados em negociação, bem como cuidados necessários para descarte de objetos usados em cenas (como agulhas por exemplo). Teria algum efeito? Acredito que bem pouco!

Mas mesmo assim, não posso deixar de trazer o tema para reflexão de vocês … e, sendo bastante direta ao ponto: pessoas adoecem e, adoecemos por que o ser humano é finito! Simples assim!

E aí? E se seu bottom adoecer? O que você vai fazer? E se seu Top adoecer? O que será de você?

Ninguém pensa nisso, por que ninguém quer pensar no pior, sim eu sei, porém, ter um “plano B” para caso aconteça alguma coisa séria com a saúde do parceiro, é um ato de responsabilidade. É um ato de manutenção de uma Ds segura! Mostra maturidade e principalmente respeito pelo parceiro!

Por mais incrível que pareça, eu já ouvi coisas do tipo “se meu bottom adoecer, eu entrego a coleira e deixo a pessoa se tratar, quando estiver boa, retomamos” … e aqui eu peço para vocês que tem a paciência de me ler: não sejam essa pessoa!

Óbvio que não existe a fórmula correta de agir no caso de uma doença mas, não seja a pessoa que abandona o parceiro, tenha honradez!

Aos Tops de plantão, não se esqueçam que o bottom confia em você, lhe cede esferas, as vezes todas! Você é a última pessoa que ele pensa que vai virar-lhe as costas!

Bottoms entendam, seus Tops também podem adoecer e também, eventualmente, irão precisar que você segure a onda, então, saiam desse lugar fantasioso onde Top é semi-Deus!

Manter-se ao lado dando o suporte preciso e necessário também faz da Ds uma relação dentro do SSC! Se for preciso desfazer a Ds, a desfaça mas não vire as costas, não simplesmente largue de mão. Honre o final com o mesmo afinco que você mostrou no início! Não dizem que é na saída que conhecemos as pessoas? Pois então!

E nunca se esqueçam: quando a parafilia fala mais alto que a humanidade, não se tem mais nada a ser dito!

Um abraço,
Até sexta,
Hidratem-se!
Sra Storm

AUTORA: SRA STORM

Chef de cozinha e empreendedora da área de alimentos e no BDSM Top dedicada às práticas de Wax Play, Flogging, Branding, Castidade e Inversão e algumas outras pequenas perversões!Instagram: @darkroomcla com conteúdo instrutivo da subcultura Kink e BDSM.

BLOOD PLAY

ISTs NO BDSM

O VIÉS DE CONFIRMAÇÃO E O BDSM

AFTERCARE DO TOP

DOM SPACE

DOMINAÇÃO POR BAIXO

SUBMISSÃO SIM, SUSERVIÊNCIA NUNCA!

FEAR PLAY

SER DISSIDENTE É SER RESISTENTE

FLUXO DE PODER

PRIMEIRA SESSÃO

EXPECTATIVAS X REALIDADE

BDSM, PALCO DE EGOS FRÁGEIS

FETICHES & AFINS

BASTINADO

COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA NO BDSM

FETICHE DO VOYEURISMO E FETICHE DO EXIBICIONISMO

LIMITES E LIMITAÇÕES

POSTURA E ABORDAGEM

FIRE PLAY

EDGES PLAY

CONVERSAÇÃO, NEGOCIAÇÃO E CONTRATO

DESLIGAMENTO

ABUSOS! PRECISAMOS FALAR SOBRE

BDSM, POR ONDE COMEÇAR?

SUA DINÂMICA, SEU PERFIL!

MASCULINIDADE TÓXICA E BDSM

PADDLING I CANING & CROPPING

SESSÕES AVULSAS

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EMPRÉSTIMO NO BDSM

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TIPOS DE RELACIONAMENTO

BISSEXUALIDADE E PANSEXUALIDADE X BDSM

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ORIGEM DO BDSM

BDSM, POR ONDE COMEÇAR?

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FETICHE X CAPITALISMO – ENTENDENDO O DESEJO DE TER!

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SUB SPACE

CONTRATO BDSM – MODELO EM ANEXO

CONSENTIMENTO NO BDSM

HISTÓRIA DA CULTURA LEATHER

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UMA REFEIÇÃO SENSORIAL

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IMAGEM SOCIAL E BDSM

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FETICHE X FANTASIA

AS BASES DO BDSM E AS DIFERENÇAS ENTRE ELAS

RED FLAGS

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2 comments

  1. morroi 30 março, 2021 at 11:04 Reply

    Relações humanas são pautadas na empatia e em companheirismo. Isso significa estar pronto para enfrentar os momentos bons e ruins, mas infelizmente na prática nem sempre é desta forma que as relações se apresentam. Alguém que não está pronto para encarar uma situação de adoecimento de seu parceiro, companheiro, Top ou bottom, seja qual for o nome dado ou o tipo de relação, demonstra imaturidade e egoísmo. Triste mas real…

  2. Lady Silvia Escobar 30 março, 2021 at 17:21 Reply

    Eu sempre optei por manter certa privacidade sobre minha vida pessoal, porém lendo seu texto, resolvi expor uma situação que estou vivendo que vai diretamente de encontro ao assunto levantado.

    DONO, desde o início, sempre se preocupou com a minha saúde, pois querendo ou não, a idade cobra um preço físico e cuidados maiores se fazem necessários, desde a alimentação, condicionamento físico, flexibilidade, circulação, cicatrização, e principalmente doenças que costumam surgir com a idade, por ex, hipertensão, diabetes, artrites etc. Então, discutimos minuciosamente minha condição física para que ele pudesse ter uma condução correta. Só isso já demonstra sua responsabilidade. Mas independente dos maiores cuidados, isso nunca foi para Ele um fator limitante para me aceitar.

    Outras demonstrações foram aparecendo quando surgiu a pandemia, pois sou do grupo de risco (60+, hipertensa) e os cuidados comigo foram tantos, influenciando até mesmo na condução da Sua CASA, adotando um protocolo próprio de cuidados com TODAS suas posses, mantendo todos nós em segurança.

    Mas muito além disso, DONO agora está ao meu lado, me apoiando, num dos piores momentos. Durante a pandemia, ao contrario da maioria, eu comecei a emagrecer, emagrecer muito e rapidamente apesar de não haver qualquer alteração significativa além do isolamento, e isso disparou um alerta.

    Uma preocupação maior ainda, pois em plena pandemia os serviços médicos também estavam deficitários além de ser um risco de contágio. Então juntos analisamos a situação para buscar a melhor saída. Mas, apesar de eu não sentir qualquer mal estar o emagrecimento era anormal, então decidimos que não dava pra esperar e fui investigar.

    Desde então, uma maratona de consultas, exames, procedimentos em diversos especialistas e DONO SEMPRE PRESENTE. Presente, me acompanhando, apoiando, e sim sofrendo comigo diante de tanta incerteza. Atitude que muitos já criticaram dizendo que DOM NÃO É BABÁ… pasmem!

    E por fim o diagnóstico que ninguém gostaria, um câncer. Acho que todos podem imaginar o que isso representa, o abalo emocional, as incertezas, o medo… Mas, a presença, o apoio, o carinho, o cuidado do DONO nesse momento são meu Alicerce. E digo mais, não somente meu, mas também de minha família, se fazendo presente, tendo contato e interação com estes e tomando pra Si a responsabilidade sobre meus cuidados, tranquilizando-os com sua presença, apoio e cuidados num momento tão delicado.

    Sei que quando DONO ler isto, não irá gostar, vai dizer que é desnecessário, pois Caráter, Honra e Responsabilidade, para ele não é algo para ser destacado, ao contrário, deveria ser natural a todos.

    Mas não posso deixar de mencionar, pois é justamente o cerne da questão apresentada no texto. Seu apoio e presença inquestionáveis diante de tudo que está se desenrolando e do que poderá ainda vir. E encerro com uma frase que ouvi dele, num dos momentos de crise e incertezas diante do futuro: “Não importa o que vai acontecer, faremos tudo o que for necessário para o seu bem estar e SE algum dia EU precisar te carregar no colo para as atividades mais básicas, me sentirei o mais realizado dos Homens, pois seguirei cumprindo com prazer aquilo que me propus: cuidar de você”.

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