Olá danadinhos, como vocês estão?

Essa semana, vou usar meus espaços para falar coisas mais voltadas aos Tops mas, por favor bottoms, se acheguem, tomem seus lugares e embarque comigo nessas viagens. Eu tenho certeza que vocês aproveitarão muito dos textos desta semana também …

Hoje vou falar sobre mais um assunto controverso dentro do BDSM. O tal do Dom Space! Muitos acham que não existe, muitos acham que sim e alguns acham que serve de muleta para abusadores se eximirem de suas (ir)responsabilidades.

Para falar sobre esse assunto, usarei a tradução que fiz de um texto do Sr Raven Shadowborne, publicado em 1999, onde ele nos entrega um entendimento sobre o Dom Space com características bastante diferentes destas que tentam dar quando tentam fazer um paralelo com o sub space. Eu me acomodo bastante com esse entendimento, pois o mesmo caminha páreo com o que eu acredito e, após bastante pesquisa e estudo junto ao meu Mentor, sigo levando esse conceito para mim, sem o uso de expressões que possam vir à confusão do pensamento.



“Se existe algo bastante controverso dentro do BDSM, é a existência ou não o Dom Space. Muita gente que por aqui chega, pergunta se ele realmente existe e, dependendo da pessoa a que se pergunte, respostas diversas receberão.

Alguns Tops descreverão suas interações em sessões de forma tão transcendente que a eles podem até mesmo chamar de Dom Space.

Assim como no sub space, cada pessoa o experimentará de forma única e particular, afinal, reações psicológicas são, em sua maior parte do tempo, diferentes entre os diversos personagens, mesmo quando comparados numa mesma posição.

Ao contrário do sub space, o Top aqui, não perde o controle de seus pensamentos e atos, muito pelo contrário.

De acordo com relatos, todos os que já passaram por esse sentimento, descrevem como uma “intensificação” dos prazeres e sentidos percebidos pelo Top.

As pessoas que depõem nessa linha de comportamento, dizem inclusive que, quando o Top chega nesse seu “space” ele se conecta de tal forma com seu bottom, que seria possível transpassar os sentidos mais fáceis de percepção e chegar a sentidos mais intrínsecos onde as palavras nem mais se fazem necessárias e o instinto mais animal, a partir desse momento, tomaria conta.

Para aqueles que viveram a experiência dessa sensação, há o argumento que, quando um Top chega nesse nível de “conexão” com a cena, ele simplesmente sabe, não é necessário que nada seja dito, é como se houvesse, nesse momento, um “encaixe mental” onde tudo então fizesse sentido.

Para os adeptos dessa linha de raciocínio também, é notório que o Dom Space é algo que eventualmente, pode-se desenvolver ao longo da Ds, não necessariamente somente quando em sessão.

Para que o Top entre nesse estado de transcendência, é necessário que as condições de sua psique e de cena sejam plenamente atendidas porém, como não se sabe quais seriam essas condições, todos os fatores então passam a ser bastante etéreos e, de repente, o simples ajoelhar do botton sem expressa ordem pode disparar esse gatilho e fazer com o Top já entre, ou inicie, seu processo de transcendência.

Considerando-se então que, esse estado de transcendência seria algo que anda muito paralelo a um estado de graça, entende-se que, o Top precisa sim estar em perfeitas condições físicas e psicológicas para que possa alcança-lo, ou seja, Tops que já vem de suas vidas particulares com cargas de stress, ansiedades e ou com algum tipo de patologia, não poderiam então experimentar nunca essa sensação de transcendência pois, automaticamente estariam ligados aos transtornos de um ser humano em atividades normais.”



Muitos de nós Tops, entram numa Ds ou sessão sem a profundidade necessária, por virem de cenários onde se entende que, a esse ser humano, nessa posição não é permitido a experiência dos sentimentos. Infelizmente todos somos, produtos de um meio!

A necessidade de se ter sempre o controle e a necessidade de nunca falhar, faz com que, estar em uma sessão seja como nadar no raso, onde, até molha os pés, quem sabe o joelho, mas a água nunca passa da cintura.

Para aqueles que como eu, se acomodam com esse entendimento que eu coloquei aqui em cima, pode-se entender que, o Dom Space não é algo negativo, porém, também não é algo fácil e assim tão simples de se alcançar.

Um aspecto negativo daqueles que tem esse entendimento, é o sentimento de frustração e a possível sensação de falha e impotência quando não alcançado, porém, não há nada de impotente nesse cenário.

O não atingimento desse tal Dom Space para o Top, simplesmente mostra que, ele é um ser humano, e que suas condições mentais e físicas sofrem diretamente os efeitos do ambiente externo.

E falando em ambiente externo, o efeito do mesmo, nesse momento da resposta me traz o cenário de “brunout” que, muitas vezes associado ao BDSM, para mim, carece de sentido uma vez que, burnout é quase que o mal do século no que tange o “mundo dos negócios”, ele vem disfarçado de dores de cabeça, cansaço, irritação que, aos olhos dos mais leigos, é somente o bom e velho “stress”. “Tira férias que passa”, dizem eles, porém, as filas das salas de tratamentos de transtornos de burnout somente crescem ….

Ou seja, dependendo da vida que o cidadão leve do lado de fora do BDSM, ele já está em burnout e nem sabe!

Para aqueles que já experimentaram o Dom Space com as características acima, esse estado é considerado mais que uma realidade; para aqueles que nunca experimentaram, uma fantasia ou falácia.

Cabe a cada um de nós escolher um lado do entendimento e seguirmos nossas vidas de acordo com nossas crenças!

Espero que vocês tenham gostado de ler, tanto quanto eu gostei de escrever!

Sexta feira eu trago o segundo tema indigesto para Tops, que é o Aftercare do Top. Será que existe? Como deve ser feito? Qual o propósito?

Te encontro sexta feira!

Enquanto isso, continuem se hidratando …

Abraços
Sra Storm

AUTORA: SRA STORM

Chef de cozinha e empreendedora da área de alimentos e no BDSM Top dedicada às práticas de Wax Play, Flogging, Branding, Castidade e Inversão e algumas outras pequenas perversões!Instagram: @darkroomcla com conteúdo instrutivo da subcultura Kink e BDSM.

DOMINAÇÃO POR BAIXO

SUBMISSÃO SIM, SUSERVIÊNCIA NUNCA!

FEAR PLAY

SER DISSIDENTE É SER RESISTENTE

FLUXO DE PODER

PRIMEIRA SESSÃO

EXPECTATIVAS X REALIDADE

BDSM, PALCO DE EGOS FRÁGEIS

FETICHES & AFINS

BASTINADO

COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA NO BDSM

FETICHE DO VOYEURISMO E FETICHE DO EXIBICIONISMO

LIMITES E LIMITAÇÕES

POSTURA E ABORDAGEM

FIRE PLAY

EDGES PLAY

CONVERSAÇÃO, NEGOCIAÇÃO E CONTRATO

DESLIGAMENTO

ABUSOS! PRECISAMOS FALAR SOBRE

BDSM, POR ONDE COMEÇAR?

SUA DINÂMICA, SEU PERFIL!

MASCULINIDADE TÓXICA E BDSM

PADDLING I CANING & CROPPING

SESSÕES AVULSAS

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EMPRÉSTIMO NO BDSM

SÍMBOLOS – LEATHER E BDSMFETICHES, PARAFILIAS & TRANSTORNOS DE PARAFILIAS

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TIPOS DE RELACIONAMENTO

BISSEXUALIDADE E PANSEXUALIDADE X BDSM

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OUTUBRO ROSA – ESSE PROBLEMA TAMBÉM TE PERTENCE?

ORIGEM DO BDSM

BDSM, POR ONDE COMEÇAR?

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FETICHE X CAPITALISMO – ENTENDENDO O DESEJO DE TER!

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CONTRATO BDSM – MODELO EM ANEXO

CONSENTIMENTO NO BDSM

HISTÓRIA DA CULTURA LEATHER

RELAÇÃO BDSM X SEXO

UMA REFEIÇÃO SENSORIAL

24/7

IMAGEM SOCIAL E BDSM

IMPACT PLAY

FETICHE X FANTASIA

AS BASES DO BDSM E AS DIFERENÇAS ENTRE ELAS

RED FLAGS

Respostas de 2

  1. Perfeito

    Maravilhosas as palavras e todo contexto, ammmeiii
    Parabéns a Sra Storm pelo conteúdo e ao querido Mestre Barbudo por compartilhar……

  2. Não me identifico como Dom, mas como sub. Ainda não tive a experiência de entrar no “sub space”. Acredito, porém, que tanto um Dom como um sub, para atingir estes estágios, devam estar muito bem resolvidos em sua psique, de forma a se permitir entrar em contato com seu subconsciente e se libertar do seu superego (de acordo com a teoria de Freud), deixando seus instintos mais primitivos aflorarem.

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