CONVERSAÇÃO, NEGOCIAÇÃO E CONTRATO

Olá danadinhos, todos bem? Espero que sim!

Hoje vou escrever como eu entendo que uma interação dentro do BDSM deveria ser construída. São coisas simples mas que, infelizmente as pessoas esquecem, principalmente esses primeiros passos, e depois embarcam em verdadeiras canoas furadas!

Então, acomodem-se e aproveitem…

Antes de qualquer coisa, eu preciso dizer que, escolher um parceiro dentro do BDSM não deveria ser muito diferente de escolher um parceiro na vida baunilha mas, parece que, algumas pessoas, ao passarem pelo portal do BDSM, deixam o bom senso do lado de fora e esquecem que aqui, o que manda também é a atração, o desejo, o match! Infelizmente isso ocorre muito e, obviamente, acaba por machucar muita gente.

Uma relação saudável, em qualquer esfera da nossa vida, se constrói à base da confiança e, confiança, é uma semente que você planta hoje, para colher lá na frente.

Existem 3 estágios “básicos”, vamos dizer assim, que podem nos ajudar na construção de algo legal: conversação, negociação e contrato.

CONVERSAÇÃO

A fase da conversação, que é a fase mais embrionária de todas. Aqui, as pessoas vão se conhecer, como se conhece qualquer pessoa, em qualquer meio, em qualquer lugar, em qualquer tipo de interação. Aqui nós falaremos sobre gostos pessoais (dê preferência aos assuntos não relacionados ao sexo!), fala-se da vida, do trabalho, da família (desconfie de pessoas que escondem esses “detalhes”), dos amigos, enfim, falamos de trivialidades, conversamos sobre os seres humanos que ali estão se desejando. Se acontecer de haver um encontro, que seja num lugar público e seguro para ambos.

NEGOCIAÇÃO

Passada a fase do conhecimento, percebeu-se que as partes se conectaram (em todos os sentidos!), então, bora partir para uma negociação. Aqui discute-se os detalhes da relação em si, as práticas de interesse, as esferas que serão transferidas, se serão transferidas, como as esferas serão transferidas, as palavras de segurança, a base em qual vai se estabelecer a relação, os limites, ou seja, tudo!

O período de negociação deve ser levado com cuidado, com detalhamento e, principalmente sem pressa. Só se lembrar que ninguém aqui está tirando o pai da forca!

Um detalhe muito importante, que por incrível que pareça, também é bastante esquecido, é que, o período de negociação não faz ninguém propriedade de ninguém ou seja, o Top não pode, durante a negociação nem mandar, nem demandar do bottom, muito menos castigar ou punir o bottom. Como nome já diz, esse é um período de negociação dos termos da Ds.

CONTRATO

Após o tempo necessário, todos os pontos vistos e revistos, ambas as partes chegaram num consenso? Parte-se então para a redação do contrato. Esse contrato será um papel escrito que, garantirá ao bottom que todos seus limites e desejos estão sendo respeitados e, ao Top, comprova que ele não está abusando em nenhum momento do poder que lhe foi transferido.

Na postagem do dia 28 de Agosto, esmiuçamos o tema “Contrato” (inclusive com um modelo para download!) mas, é sempre pertinente frisar que um contrato de BDSM não se assemelha em nada, com um contrato de aluguel por exemplo, simplesmente porquê, a grande maioria de nossas práticas são bastante limítrofes à lei logo, não se pode esperar os mesmos ritos legais. Mas, um contrato de BDSM vai resguardar sim direitos e prescrever deveres, podendo ainda ser usado como prova, caso haja necessidade.

Pronto!

A partir daqui a relação está estabelecida! E qual o motivo de eu dizer relação e não Ds? Simples! Esses três passos servem para qualquer tipo de interação dentro do BDSM, desde uma avulsa até um regime de escravidão. Obviamente que, para sessões avulsas, as etapas podem ser concluídas com maior brevidade, porém, nunca devem ser ignoradas. Não é porque você está avulsando, que você não deve conhecer a pessoa que você estará interagindo! Não é porque somente a esfera erótica está sendo transferida, que você não precisa ter seus direitos e deveres dentro de uma sessão bem claros e definidos. Lembrem-de que, nossos jogos são de adultos! E é assim que devemos nos comportar!

Passada essas três fases, daí começa a existir o fluxo de poder! A partir de agora, pode existir o comando do Top sobre o bottom, o processo de disciplina, as ordens, os castigos e punições enfim, existe a partir daqui, portanto, a relação de dominância. Aqui, o Top já pode chamar o bottom de seu, e o bottom já pode dizer que pertence alguém!

Pronto!

É muito simples não é mesmo?

Manter-se atento a esses três momentos, pode com toda certeza, nos preservar de maiores dores de cabeça, e isso danadinhos, é uma benção dentro do BDSM!

Hoje vou ficando por aqui, e sexta feira que vem volto falando sobre o adestramento e o encoleiramento!

Excelente semana para vocês!

Cuidem-se e hidratem-se!

Abraços

AUTORA: SRA STORM

Chef de cozinha e empreendedora da área de alimentos e no BDSM Top dedicada às práticas de Wax Play, Flogging, Branding, Castidade e Inversão e algumas outras pequenas perversões!Instagram: @darkroomcla com conteúdo instrutivo da subcultura Kink e BDSM.

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