RELAÇÕES BDSM

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Fomos, de certa forma, ensinados a amar uma só pessoa, a nos relacionar com apenas um parceiro, a sermos monogâmicos. Com essa “doutrinação” desenvolvemos um sentimento de posse, uma necessidade de dizer “Ele/a é meu/minha”. E com essa necessidade, surge o tão conhecido ciúme.

Para mim, em uma análise bem simplista e crua, ciúmes nada mais é do que insegurança. É aquela sensação de que você será trocado, de que se você permitir que uma terceira (ou quarta) pessoa entre na relação, você será deixado de lado, não será mais prioridade dentro da relação. De qualquer forma, aprendemos a ser assim e sempre agimos assim (ou, pelo menos, boa parte de nós).

Acontece que, do momento em que “aceitamos” essa condição imposta pela nossa sociedade, muitos de nossos desejos e vontades são oprimidos, anulados e reprimidos. Acabamos por viver uma vida monótona, relacionamentos mornos e frustrações das mais diversas. Sim, eu sei que muitos preferem e são felizes assim e está tudo bem. Mas para uma outra parcela da sociedade, essa sensação de estar incompleto é por demais estressante e desgastante, tanto física quanto emocionalmente.

Então, um belo dia, você descobre o BDSM. Um novo horizonte se abre. Inúmeras opções se apresentam. E você entra de cabeça, se joga, fica fascinado com tudo que está vendo.

Você descobre que muito do que você sempre sentiu e quis está ali, sendo vivenciado e compartilhado por várias pessoas, dos mais diversos níveis sociais. E você pensa “Me achei! Finalmente encontrei o que vai me resgatar e me tirar dessa angústia”. Doce engano.

Você achar que o BDSM será o salvador da pátria, que ter uma D/s será o alívio de toda a sua angústia, nunca esteve tão longe da verdade. E sabe por quê? Porque a grande maioria das pessoas quando entram para o BDSM, trazem consigo todos aqueles conceitos, preconceitos, vícios e ideias do universo baunilha. A grande maioria pensa que aqui, como lá no universo baunilha, as relações são horizontais. Pensam que aqui, o sentimento de posse é aceitável, que o ciúme é normal, que encontrarão o tão sonhado e desejado “Christian Grey”.

Não foram poucas as vezes onde eu ouvi e/ou li bottoms dizendo “Ah não, eu não aceito irmãs de coleira”, “Irmãs de coleira? Não, isso é limite rígido para mim”, “Eu quero um Dono só para mim, não quero dividi-lo com ninguém”.

Aqui, diferente do universo baunilha, os sentimentos não são o foco principal, afinal as relações são verticais. Não estou dizendo que um bottom não possa se apaixonar pelo seu Top, muito menos que um Top não possa se apaixonar pelo seu bottom. Isso acontece sim em alguns casos, mas não é o mais comum, não é regra. Mas, mesmo nestes casos, é prerrogativa do Top ser ou estar monogâmico. É ele quem decide quantas posses quer. E não é porque você é insuficiente para ele e sim porque ele quer, porque ele pode, porque é ele quem decide.

Você pode querer um Dono monogâmico? Claro que pode! Mas entenda que mesmo estando em uma relação assim, o sentimento de posse não existe. Ele é teu Dono, não teu namorado!

Você pode se apaixonar por ele? Claro! Mas tenha em mente que esse sentimento pode não ser recíproco. Você é posse, não a namorada Dele!

Veja, isso não quer dizer que a não-monogamia seja algo imposto. Não, você tem todo o direito de escolher o modelo de relação que você quer, seja uma relação monogâmica ou não-monogâmica. O direito de escolha é sagrado a todos. Mesmo que o modelo “habitual” seja o da não-monogamia, este modelo não é o único e jamais será algo impositivo. Você só precisa entender e escolher qual modelo lhe agrada e, feito isso, buscar o parceiro ideal.

Se tua escolha for uma relação não-monogâmica, a libertação de certos paradigmas do universo baunilha se faz necessária. Você precisa se ressignificar quanto aos sentimentos, formato e tipo de relação, ao passo que, se sua escolha for uma relação monogâmica, essa libertação se dá no quesito da sensação de posse por parte do bottom para com o seu Top.

Finalizando, relações BDSM podem ser tão (ou mais) intensas do que uma relação baunilha convencional. Você só precisa deixar o “velho mundo” para trás e aceitar este “admirável mundo novo” dentro das escolhas que você fez.

AUTOR

SENHOR ASGARD

Sádico e Dominador.

A palavra que melhor me define é sem dúvida “Intensidade”.

Entre minhas paixões destacam-se a fotografia, música, literatura, cinema e tecnologia.
Sou criativo e bem-humorado, sem deixar de ser firme em minhas convicções.

Sou alguém que apesar de abraçar certos padrões, não me limito por eles, sempre consciente de que acima de qualquer rótulo está o ser.
Minhas decisões e atos são guiados por minha lógica clara e direta, porém há sempre espaço para surpreendentes improvisações.

Observador e Detalhista.
Para mim, tudo importa. E muito pouco (ou nada) passará despercebido.

Como Dominador, espero de minha submissa inteligência e proatividade.
Sou exigente e ambicioso. Jamais me contentaria com atitudes de passividade e estagnação.

Como Sádico, desejo dar sempre um passo a mais.
Sou responsável, porém audacioso. Assisto ao sofrimento com prazer. Quando esse meu lado encontra quem realmente o satisfaça, os limites são superados e o prazer ganha uma nova dimensão.

Como pessoa, sou gentil e atencioso.
Me importo pouco com as impressões alheias. Vivo a meu modo, sem máscaras, sem excessiva diplomacia. Deixo claro minhas discordâncias e desafetos. Falo com o olhar. Sou honesto comigo mesmo.

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