O Hotel

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Era um daqueles dias em que tudo estava dando errado.

Não ouvi o relógio despertar, o que me fez literalmente pular da cama e atropelar tudo que vinha pela frente.

Tomar banho, fazer barba, trocar de roupa. Devo ter batido vários recordes mundiais, tamanha era a rapidez com que eu fazia cada uma dessas tarefas. Por fim, ao terminar, olhei no relógio e vi que, embora atrasado, eu conseguiria chegar com um tempo mínimo de atraso ao meu destino, ou, pelo menos, foi o que eu pensei.

Desço as escadas correndo e abro a porta da garagem. Qual não foi minha surpresa (e desespero) ao constatar um pneu furado. Era tudo o que eu NÃO precisava naquele momento.

Respiro fundo, arregaço as mangas da camisa e começo a trocar o pneu. O tempo é cruel e os parafusos da roda não ajudam. Nessas horas a Lei de Murphy impera e reina absoluta!

Depois de 30 longos e eternos minutos, consigo terminar mais essa tarefa. Olho para mim e tenho vontade de gritar! Suado, cabelo desarrumado, roupa amarrotada, mãos sujas e absurdamente atrasado!

Tento manter a calma (se é que a essa altura isso seja meramente possível). Subo as escadas, tiro a roupa, tomo outro banho, troco novamente de roupa e desço. Dessa vez eu finalmente consigo sair de casa e ganho as ruas em direção ao meu destino.

Não se passaram mais do que 5 minutos, e chega o seguinte SMS:

“I am here, Master”

Eu não sabia se ria ou se chorava. Eu estava há pelo menos 40 minutos do local, e tudo levava a crer que esses 40 minutos se transformariam em pelo menos 1h30m, dado o trânsito naquela manhã de sábado.

“Me aguarde no hall” – Respondi via SMS.

A pior coisa do mundo é você ter pressa para fazer alguma coisa. Parece que tudo corrobora para te atrapalhar e te atrasar mais. Os semáforos e todos os motoristas na minha frente estavam, literalmente, de complô contra mim.

Lembra daqueles 40 minutos de trajeto? Lembra que eu disse que se transformariam em 1h30m? Pois é, eu me enganei. Eles se transformaram em 2h15m!

Bom, finalmente eu havia chegado ao meu destino. Apesar da manhã tumultuada, o dia (e a noite) prometiam, afinal aquele seria nosso primeiro encontro real, embora já nos conhecêssemos virtualmente há pelo menos 3 meses.

Entrei no hotel e fui em direção ao hall principal, observando toda a agitação do local. Por sinal, o hotel estava bem movimentado aquele dia, muito mais do que o normal, devo dizer.

À medida que avançava me peguei pensando em tudo que estava acontecendo. É interessante como as coisas acontecem na vida da gente. Eu jamais pensei que um dia estaria naquela situação. Não que eu nunca tivesse ido me encontrar com uma submissa antes, mas a forma como tudo aconteceu com Camilla foi diferente de todas as outras vezes.

Camilla era uma menina um tanto ou quanto reservada. Ao longo dos nossos 3 meses de conversa, ela pouco se abriu comigo, principalmente quando o assunto era sua vida pessoal. Muitas vezes fiquei tentado a ir mais a fundo, mas sempre que eu me aproximava, ela se afastava veementemente. Por fim entendi que a melhor tática seria não “investir” nessa área da vida dela, pelo menos não por enquanto.

Já sobre seus fetiches e gostos, eu conhecia muito bem, com um nível de detalhamento enorme. E foram exatamente seus fetiches que me fizeram olhá-la com outros olhos. Foram seus desejos e fantasias que aguçaram e cutucaram o Sádico que existia dentro de mim.

A cada prática relatada por ela, eu extraía o máximo de informação possível. Era delicioso ler e muitas vezes ouvir Camilla falar sobre suas fantasias e era impossível não perceber o quanto isso mexia com a libido dela, o quanto falar sobre seus fetiches a excitava e a deixava “pronta”.

E eu, como bom Sádico que sou, não perdia uma única oportunidade de vê-la neste estado alterado. Por vezes eu a levei quase ao gozo, apenas instigando-a e alimentando-a com ideias, situações, cenários e momentos. Outras vezes eu realmente a levei ao gozo, um gozo forte, intenso, longo, daqueles que a faziam simplesmente ficar inerte, sentindo toda a endorfina que seu corpo pudesse produzir sendo injetado em sua corrente sanguínea, fazendo-a ter contrações involuntárias pelo corpo todo.

Voltando à realidade, percebi que estava sorrindo e as pessoas ao meu redor me olhavam com um ar de questionamento, sem entender o que estava acontecendo comigo. Eu simplesmente as ignorei e continuei procurando Camilla.

Não demorou muito e eu a avistei ao longe. Na verdade, era impossível alguém não notar aquela bela mulher. Camilla tinha seus 40 e poucos anos, estatura média, pele bem clara, olhos castanhos, cabelos compridos. Um sorriso contagiante. Um olhar envolvente. Uma presença marcante. E ela estava linda aquele dia. Usava uma saia curta que deixava à mostra suas belas pernas. Um decote ousado que até um cego pararia e olharia. Um salto alto vermelho, lindo e fabuloso. Seus cabelos estavam completamente soltos. Uma perfeição.

Era nítida a aflição dela, afinal ela estava num local estranho e rodeada de gente estranha. Seu único amigo era o celular, que ela olhava a cada 5 segundos para ter certeza que não tinha perdido nenhuma ligação ou mensagem.

Me posicionei estrategicamente num ponto onde eu pudesse vê-la com tranquilidade e privacidade, mas que ela não pudesse ter a mesma vantagem. Me sentei confortavelmente numa poltrona e liguei para o hotel. O recepcionista me atendeu e em pouco mais de 15 minutos, eu já estava com a reserva feita, na melhor suíte. Desliguei o celular e enviei uma mensagem para ela.

Ela praticamente pulou na poltrona quando o celular vibrou e eu quase me entreguei, ao soltar um riso um pouco alto demais. Ela leu a mensagem e foi em direção à recepção. Chamou o recepcionista, se identificou e o recepcionista na mesma hora entregou o cartão e indicou o elevador que ela deveria usar para ir à suíte.

Esperei pacientemente no hall até que ela chegasse à suíte. Assim que ela se instalou, me avisou por SMS e eu passei as últimas instruções, também por SMS.

Levantei e me dirigi até o bar. Pedi um refrigerante e fiquei ali por um tempo, absorto em meus pensamentos, aguardando o momento certo de subir.

Olhei para o relógio e vi que já havia se passado 50 minutos desde que ela subira. Terminei minha bebida, me dirigi ao elevador e fui em direção à suíte.

Ao chegar à porta, percebi que estava apenas encostada. Peguei o aviso de “Não Perturbe”, coloquei-o na maçaneta pelo lado de fora, entrei e tranquei a porta. Ao me virar, me surpreendi com o que vi. Camilla não esquecera nenhum detalhe. A suíte estava toda preparada e decorada, conforme eu havia instruído. Eu sorri, mais uma vez.

AUTOR

SENHOR ASGARD

Sádico e Dominador.

A palavra que melhor me define é sem dúvida “Intensidade”.

Entre minhas paixões destacam-se a fotografia, música, literatura, cinema e tecnologia.
Sou criativo e bem-humorado, sem deixar de ser firme em minhas convicções.

Sou alguém que apesar de abraçar certos padrões, não me limito por eles, sempre consciente de que acima de qualquer rótulo está o ser.
Minhas decisões e atos são guiados por minha lógica clara e direta, porém há sempre espaço para surpreendentes improvisações.

Observador e Detalhista.
Para mim, tudo importa. E muito pouco (ou nada) passará despercebido.

Como Dominador, espero de minha submissa inteligência e proatividade.
Sou exigente e ambicioso. Jamais me contentaria com atitudes de passividade e estagnação.

Como Sádico, desejo dar sempre um passo a mais.
Sou responsável, porém audacioso. Assisto ao sofrimento com prazer. Quando esse meu lado encontra quem realmente o satisfaça, os limites são superados e o prazer ganha uma nova dimensão.

Como pessoa, sou gentil e atencioso.
Me importo pouco com as impressões alheias. Vivo a meu modo, sem máscaras, sem excessiva diplomacia. Deixo claro minhas discordâncias e desafetos. Falo com o olhar. Sou honesto comigo mesmo.

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