Sempre em rodas de conversas, grupos de amigos, surge a pergunta: “e vc? Como conheceu o BDSM?” e nesse momento, nos deparamos com as mais variadas histórias de vida e, por consequência, com as mais variadas críticas também!
A verdade é que, cada ser humano tem sua trajetória pra dentro do BDSM. Uns vem de relacionamentos fetichistas, outros de literatura como Sade e Masoch e muita gente, através do trabalho da grande mídia. E quando falamos de grande mídia caímos sempre na bendita trilogia tão conhecida dos tais 50 Tons de Cinza, ou nas pessoas que, de forma comercial, usam fragmentos do BDSM, como a Sabrina Satto que desfilou no Carnaval toda montada no Shibari!
Uma coisa que muito se fala é que é preciso estudar para se tornar um bom praticante. E, infelizmente lamento dizer mas, essa é a mais pura verdade. Sem estudo, quem aqui chega, pode se quebrar de forma tal, que um possível caminho de volta pode não existir.
Mas, por onde começar?
Precisamos admitir que existem pouquíssimas literaturas nacionais decentes a respeito de BDSM, portanto, o trabalho de garimpo é sim árduo, e principalmente exaustivo, mas necessário!
Muitas pessoas trazem consigo as referências da trilogia de 50 Tons, Sade e/ou Masoch.
Meu singelo pedido?
Simplesmente parem!
Entendo que existe um apelo literário/cinematográfico neles mas, 50 Tons retrata uma ‘estória’ de conto de fadas que não existe por aqui e, Sade e Masoch retratam abusos e violências que também não retratam o que o BDSM se trata de verdade. Ou seja, três fontes diferentes que não são efetivamente BDSM.
Até posso concordar que o “despertar” ao BDSM pode ser através deles, mas a vida real é outra, bastante diferente.
Quando eu penso, ou sou consultada a respeito de literatura sobre BDSM, eu sempre recomento SM101 do Jay Wiseman (disponível também em português e essencial para um BDSMer) e o SM sem Medo da Wilma Azevedo. Óbvio que esses livros não são romances, e neles ninguém vai encontrar uma história de amor de pano de fundo mas, pelo menos, vão entregar algo mais próximo da realidade do BDSM.
Além disso, graças ao avanço da tecnologia, a internet nos proporciona alguns caminhos que valem a pena serem traçados.
Nas indicações abaixo, vocês encontrarão vasto material de conhecimento, tanto do ponto de vista de fetiches, como de BDSM, então, fiquem à vontade para escolher o que melhor lhes veste:
Sites:
💻 Dom Barbudo (www.dombarbudo.com)
💻 Cantinho da Eve (www.cantinhodaeve.com)
💻 Agita Planeta (www.agitaplaneta.com)
💻 Breno Furrier (www.brennofurrier.com)
🔖 Revista Digital / Insta: Zero Baunilha
Perfis de Instagram:
📌 Sr Violinista (@sr_violinista)
📌 Dom Gustavo (@domgustavo.gyn)
📌 Stories do Panthro Akin (@panthroakin)
Blogs:
⌨️ Medium do Lino Naderer
⌨️ Medium da Equina Nur
⌨️ Blogspot do Dilemas de um Dominador Iniciante
Para assuntos relacionados à sexualidade, o perfil do insta Hacking Sex, é simplesmente NECESSÁRIO! (@hackingsex)
Óbvio que, independente da fonte que se absorva conhecimento, meu conselho é sempre o mesmo: estudem muito, leiam muito, tirem suas conclusões e escolham suas batalhas! Nem todos falam as mesmas coisas, então exercite a interpretação de texto e use da coerência.
Para quem tem facilidade com a língua inglesa, existe literatura e muito material escrito disponível na internet até mesmo porque, há que se entender que, em alguns lugares a própria subcultura do BDSM já é bem mais madura!
Eu gosto de recomendar os seguintes livros:
📚 BDSM, The Naked Truth I Dr Charley Ferry
📚 Partners in Power, living in kink relationship I Jack Rinella
📚 The Ritual of Dominance and Submission I David English
E para assuntos mais específicos:
📚 Sadismo e Masoquismo: Sexual Miths of Modernity I Alysson M. Moore
📚 Fire Play: Flames of Passion I David Walker e Robert J Rubel
📚 Shibari: Better Bondage for Every Body I Evie Vane
“Ah Sra Storm mas então qual o jeito certo de começar no BDSM?”
O jeito para começar no BDSM é qualquer um, desde que se afaste dos perfis errados e tortuosos!
O jeito certo de começar no BDSM, além de estudar, conhecer, conversar, é efetivamente se relacionar com pessoas sérias do meio, frequentar lugares que representam a cultura, participar de workshops e principalmente, prestar bastante atenção quando estiver em cenas públicas para entender a dinâmica das práticas.
Os relacionamentos que se constroem no meio, são muito importantes e valiosos para um participante, seja ele novato ou não porém, estar inserido no contexto faz toda diferença pois, dessa forma conseguimos juntar teoria com prática.
A teoria sem a prática não leva ninguém a lugar nenhum e, a prática sem o mínimo de teoria é combustível pra caquinha!
Em resumo é isso, tentem cercar-se de pessoas confiáveis, material inteligente, leiam muito, leiam mais, depois leiam mais um pouco de novo. E quando tiverem mais maduros dentro de BDSM leiam Sade e Masoch, não dá pra negar que são dois exemplares excelentes de literatura mas, precisam cair em mãos com base sólida!
O resto, a gente ajeita do lado de cá!
Um abraço
Até sexta feira!
Sra Storm
AUTORA: SRA STORM
Chef de cozinha e empreendedora da área de alimentos e no BDSM Top dedicada às práticas de Wax Play, Flogging, Branding, Castidade e Inversão e algumas outras pequenas perversões!Instagram: @darkroomcla com conteúdo instrutivo da subcultura Kink e BDSM.
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