‘Entre razões e emoções a saída é fazer valer a pena”. Essa frase do NX ZERO faz com que o meu adolescente emo interior grite. E é sobre isso que nós vamos damos falar hoje. Leia está frase novamente, aguarde ela no seu coração e em sua memória, pois vamos voltar à ela.

De maneira didática podemos dividir o nosso cérebro em dois. Uma versão mais racional e uma versão mais emocional. Em termos neurobiologicos, estamos falando de duas áreas cerebrais: o cortex frontal (nossa parte mais racional) e o sistema límbico (centro de controle das emoções, via divertidamente). Entender como estás duas áreas funcionam proporcionam um melhor funcionamento até mesmo do nosso comportamento.

Vamos ser práticos. Quando temos uma situação, nosso cérebro entra em uma luta rápida para saber quem vai comandar a situação: a razão ou a emoção. Na verdade e uma luta que demora milessegundos, não dá para saber ao certo quem chega primeiro. Muitas vezes, até por uma organização biológica do cérebro a emoção chega em primeiro lugar. Ela ativa um alerta e vai buscar na memória (hipocampo, bem ali do lado do sistema límbico) para justificar se aquela situação e positiva ou negativa, se devemos ter medo ou se devemos sentir pena ou tristeza. Menos de um segundo depois, o nosso sistema racional, nosso cortex frontal já foi informado daquela nova informação.

Levamos aquela situação para uma tela em branco onde vamos colocar tudo em ordem, para organizarmos nossos pensamentos, nossas emoções. E uma decisão rápida e quase instantânea que vai permitir que tomemos uma decisão. Sério, e rápido mesmo. Não demoramos mais do que um segundo para termos uma solução daquele problema que está posto na nossa frente.

Mas quem ganha essa luta? Bom, parece óbvio, mas e o lado mais forte! Calma que eu vou explicar. Se temos um lado emocional mais forte, ou seja, agimos pela emoção, somos “emocionamos”, a emoção nos comanda de uma forma que não conseguimos pensar outra coisa, apenas viver a emoção, ela vai ganhar. Por outro lado, se tendemos a ser um pouco mais frio e racionais, pensamos nas situações, pesamos as consequências com constância, o nosso lado racional vai prevalecer.

Quem vai fortalecer a forma em que nossos sistemas racionais e emocionais e a forma que nós vamos encarar aquela situação, como vamos pensar aquilo. Por exemplo, uma pessoa ansiosa que tem dificuldade de regular suas emoções provavelmente vai pensar que algumas situações são mais perigosas que as outras, vai nos deixar em alerta. O sistema emocional vai ficar alerta, atento a qualquer perigo que possa vir a aparecer. Isso por si só vai reforçar o nosso lado emocional, pois temos que ficar alerta a qualquer perigo e qualquer situação vai ser perigosa. Só vamos pensar se aquela situação e boa ou ruim vai ser depois que a nossa expressão emocional acontecer (no caso da ansiedade, algo em torno de 20 minutos).

Por outro lado, se formos comedidos demais, pensarmos demais, mensurarmos demais, nos vamos perder a parte emocional da coisa. Não vamos vivenciar nossas emoções, vamos nos privar disso. Quando aumentamos um lado, quase que obrigatoriamente diminuímos um outro. É uma balança que quase nunca se nivela.

E tudo bem não nivelar. Tudo nessa vida e uma questão de homeostase, equilíbrio. Sempre que tentamos viver em um dos lados, acabamos perdendo a vivência do outro. Se ficarmos apenas no racional perdemos a vivência emocional. Se ficarmos apenas no emocional, perdemos uma visão mais objetiva das coisas, podemos nos frustrar oh perder oportunidades de ver as coisas de uma outra perspectiva.

Bom, não posso dizer que é um processo fácil. Na verdade, tem alguns bons desafios em fazer isso, principalmente em uma cultura onde as emoções são invalidantes e pensar racionalmente e ser sinônimo de ser grosso e ignorante, não podendo notar as emoções alheias, antipático, frio.

Vamos colocar um exemplo prático de homeostase dentro do contexto BDSM. Vamos praticar pela primeira vez uma sessão de spanking. Se formos com uma visão racional demais, e praticamente impensável olhar para aquela prática e pensar que aquilo pode trazer prazer. Por outro lado, se vivermos do lado emocional – das suas a uma: ou vamos criar um expetativa e nos frustrar ou perder o nosso limite em nome da experimentação e nos arrepender pois vai ultrapassar os limites aceitáveis do BDSM.

Pois bem, então o que podemos fazer? Pensar nas duas e, como já bati na tecla mil vezes, nos abrir para experiência. E importante mensurarmos os lados emocionais e racionais, baseado em evidências reais e concretas – vamos deixar bem claro que pensamentos e achismos não são baseados em evidências, precisamos de provas reais e observações – e simplesmente se jogar para a experiência.

Para finalizar , vamos pensar na frase que está escrita na primeira linha do post de hoje. Entre razões e emoções a saída e fazer aquilo que nos faz sentir que vale a pena. Terminamos com duas frases: uma de Fernando pessoa – tudo vale a pena se a alma não e pequena – e um que podemos encontrar facilmente em qualquer Facebook – se faz sentir, faz sentido.

Se persistirem os sintomas, procure um terapeuta

Dr. Psi

AUTOR: DR PSI

Psicólogo, especialista em terapia cognitivo-comportamental, psicopedagogia clínico e institucional e atualmente especializando em neurospicologia. Sempre fui interessado no mundo do BDSM, com a primeira experiência por volta dos 19 anos. Atualmente interessado em disseminar esta cultura em seus diferentes aspectos e as influências psicologias que estão atreladas

 

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