PUNIÇÃO E CASTIGO: COMO UTILIZAR

Desde que comecei a escrever essa coluna, penso em escrever sobre isso. A ideia do título desse e do próximo texto era “Príncipios da Análise do Comportamento nas cenas BDSM”, mas seria demasiado complexo e daria muito, muito conteúdo. Por isso resolvi quebrar o tema em dois momentos. Nessa semana, vamos dedicar algumas linhas para conversar sobre castigo e punição.

Você sabe a real diferença entre estes dois termos? Não, eles não são sinônimos, pelo contrário. Eles podem ser complementares dentro da cena BDSM, porém são práticas – quase – completamente distintas: A queridíssima da SRA STORM definiu bem a diferença entre as duas práticas “Castigo você aplica quando o bottom age de forma que você não concorda mas ele ainda não tem a informação de como deveria agir e punição você aplica quando mesmo o bottom sabendo como deve agir, persiste no comportamento errado”.

Em outras palavras, podemos dizer que o castigo é uma espécie de cartão amarelo onde indica-que se aquele comportamento desempenhado não é o esperado (dica do tio: para prevenir castigos não há melhor coisa do que uma boa conversa com o top). Por outro lado, a Punição entra na contramão, quando mesmo sabendo que aquele comportamento não é esperado, o botton vai lá e realiza e, como consequência, acaba ‘pagando’ por isso.

Mas onde a psicologia entra nisso? No início do século passado psicólogos comportamentalistas, ou Behavoristas, se dedicaram a estudar as leis do comportamento e descobriram que todo comportamento é mantido pelas consequências dele. Estas consequências podem ser separadas em reforços e punições (indicação de leitura “princípios básicos de Análise de Comportamento, Editora Artmed). Em linhas gerais, reforço é tudo aquilo que vai aumentar a frequência do nosso comportamento. Por outro lado, a punição tem a tendência em diminuir o nosso comportamento. Voltaremos a falar em reforços/recompensas na semana que vem.

Durante esse tempo em que eu tenho contato com o mundo BDSM eu já vi diversos tipos de dominadores. Dominadores e “dominadores” e aprendi uma coisa na prática: os dominadores/tops que não conversam, desde o primeiro contato, em minha cabeça, acende-se um sinal de alerta. Tenho o costume de chamar estes de pseudodominadores. Se o Botton, o submisso tem o papel de agradar o dominador/o Mestre/o Top e este ser supremo por sua vez não conta o seu gosto, não fala o que gosta, o que não gosta, não deixa claro as regras e o contrato do que pode acontecer na cena, como o submisso vai saber qual a sua obrigação? Ai é fácil a sessão ficar lotada de punição, castigos e outras atividades e ações que não condizem com a prática.

Em termos práticos, temos que abordar o seguinte: a comunicação é essencial antes mesmo de iniciarmos uma cena BDSM. Precisamos conversar, acertar, definir os limites e as práticas que podem ser aplicadas, ou não, dentro de uma sessão. Conversar sobre limites, punições e castigos é essencial para um desenvolvimento ético no contexto BDSM. Comunicação é a base de tudo!

AUTOR: DR PSI

Psicólogo, especialista em terapia cognitivo-comportamental, psicopedagogia clínico e institucional e atualmente especializando em neurospicologia. Sempre fui interessado no mundo do BDSM, com a primeira experiência por volta dos 19 anos. Atualmente interessado em disseminar esta cultura em seus diferentes aspectos e as influências psicologias que estão atreladas

 

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