Eis uma prática que acredito ser pouco conhecida e bastante polêmica. Na última semana alguns acontecimentos pessoais me levaram a pensar um pouco acerca dessa prática em vista de tudo o que já venho escrevendo nos últimos meses.
O encontro com um DOMINADOR
Nunca dispenso uma boa conversa e, se fetiches e a cena BDSM estiver envolvido, melhor ainda. Pois bem, na semana eu estava nos aplicativos da vida quando encontrei com um perfil de um rapaz cujo nome era “dominador…. ” (Não vou colocar os dados até porque o sigilo faz parte da minha profissão). Pois bem, conversando com este cara, que foi super rispido de primeira (empatia na cena BDSM vai ser o próximo assunto) chegou me dizendo que a sua prática era o money slave.
O que é a prática de Money Slave?
Para quem não sabe, esta prática pode ser entendida em linhas gerais, como a prática do bottom dar presentes ou dinheiro ao Top. Lembre o que já falamos sobre fetiches e da consensualidade das práticas.
Quando o Money Slave se torna problemático
Voltando a história, conversado com este rapaz ele me disse que gostava de money slave e que o “submisso deveria estar disposto a bancar ele”. Logo no começo da conversa ele soltou um “você tem grana” e no momento já pensei que ele seria algum garoto de programa. Quando me explicou do money slave, entendi e falei que tudo bem da prática, desde que muito bem conversado assim como tudo na cena BDSM, não é mesmo e então que a coisa começa a azedar e este me solta “o submisso tem que fazer tudo que o mestre mandar, sem questionar”.
A importância da comunicação no BDSM
E aí entramos em uma questão. Nos últimos meses, venho falando sobre a importância de conversar, de estabelecer um contrato, uma boa conversa antes da cena, despir do personagem para abraçar e acolher as duas partes -ou mais- da cena.
O money slave como prática dentro do BDSM é muito bem-vinda, desde que conversado previamente. Porém, uma vez que um dos lados chega e apenas exige o dinheiro ou a troca de presentes, agrados, isso não pode ser caracterizado como money slave e sim extorsão.
Regras e consensualidade no BDSM
Muitas vezes, aos olhos leigos, a cena BDSM pode ser entendida como uma grande regalia das convenções sociais as quais estamos acostumados. Apesar de ir em na contracorrente do que vivemos normalmente, isso não nos dá o direito de fazer o que quisermos pensar.
Como tudo, há uma série de regras e normas que regem as práticas de BDSM.
A cultura e a comunidade BDSM, por exemplo, tem como base a consensualidade.
Podemos fazer o que pensarmos dentro do BDSM e também da nossa vida normal, desde que os outros envolvidos estejam cientes do que está para acontecer. A SRA STORM tem um texto ótimo aqui sobre os modelos consensuais no BDSM.
A importância do conhecimento para evitar abusos
Há muitas pessoas que se aproveitam da cena BDSM, denominando-se dominadores para se aproveitarem de outras pessoas que não conhecem a cultura ou que apenas estão sendo regidas pelo prazer, sem pensar nas consequências futuras.
AUTOR: DR PSI
Psicólogo, especialista em terapia cognitivo-comportamental, psicopedagogia clínico e institucional e atualmente especializando em neurospicologia. Sempre fui interessado no mundo do BDSM, com a primeira experiência por volta dos 19 anos. Atualmente interessado em disseminar esta cultura em seus diferentes aspectos e as influências psicologias que estão atreladas
FARDAS: POR QUE DESSE FETICHE?
CONCILIANDO A VIDA BAUNILHA E A FETICHISTA
AFTERCARE, UMA NECESSIDADE PSICOLÓGICA
PUNIÇÃO E RECOMPENSAS NO CONTEXTO BDSM
PUNIÇÃO E CASTIGO: COMO UTILIZAR
VERGONHA EM PRÁTICAS NÃO TRADICIONAIS
AGE PLAY: LIBERTANDO A NOSSA CRIANÇA INTERIOR
EXPERIÊNCIAS INFANTIS, FETICHES ADULTOS – PARTE 2: EXPERIENCIAS SEXUAIS
EXPERIÊNCIAS INFANTIS, FETICHES ADULTOS – PARTE 1: O PAPEL DAS CRENÇAS
PORNOGRAFIA VERSUS MUNDO REAL – PARTE 2
PORNOGRAFIA VERSUS MUNDO REAL – PARTE 1
DOMINAÇÃO PSICOLÓGICA: GUIA PRÁTICO
CRENÇAS SOCIAIS E O SEU PAPEL NO BDSM
BDSM E LIMITES – UMA RELAÇÃO SAUDÁVEL
FETICHE MUITO ALÉM DAS PARAFILIAS