DOMINAÇÃO PSICOLÓGICA: GUIA PRÁTICO

Dominação Psicológica: guia prático?

Um dos assuntos mais polêmicos do meio BDSM é a questão da dominação psicológica. Isto realmente é real? Realmente conseguimos dominar emocionalmente o submisso? O dominador como mestre supremo consegue entrar na cabeça do submisso e fazer om que suas vontades sejam suprimidas e, consequente deixar que seu único desejo seja estar a inteira disposição do seu Mestre

Para falarmos de dominação psicológica temos que falar em algum grau de “vulnerabilidade”. Não estou dizendo em vulnerabilidade Psicológica, onde podemos fazer o que quisermos com a pessoas. Isso não é dominação, isto é relacionamento abusivo (já deixando uma pequena crítica aos “dominadores” que se aproveitam da vulnerabilidade psicológica de submissos para extorquilos ou assediá-los). Quando falo em vulnerabilidade estou falando do sentido, quase, litoral da palavra, de uma condição que poder ser influenciada pelo ambiente que a cerca. Já disse em outro post que, para aproveitarmos a sessão BDSM com plenitude, precisamos ter uma posição de abertura frente aquela nova experiência, caso contrário ela será um desastre. E este contexto encontra-se muito bem nessa situação.

Os hipnólogos, pelo menos os que eu conheci e tive contato ao longo da minha vida, já me disseram que, para que sejamos hipnotizados é preciso que eu queira ser hipnotizado, que eu tenha essa abertura, essa vulnerabilidade para esta intervenção do ambiente para que esta situação seja eficaz. Agora troque os termos relacionados a hipnose e coloque o termo “dominação”. Em outras palavras, para que a dominação aconteça de uma maneira efetiva precisamos estar dispostos àquilo.

A dominação psicológica, dentro do contexto BDSM se configura em momentos onde você permite que o Mestre “entre” em sua cabeça, com você movido pelo tesão, interesse, curiosidade (pois isso vai abaixar o funcionamento frontal do seu cérebro – parte relacionada ao controle de comportamentos), logo você vai ficar mais vulnerável para as intervenções do ambiente. Nisto o Dominador tem seu papel em conseguir te entreter, te dominar de um sentido de sustentar aquela atenção no meio externo, no que ele diz e não no que você está pensando, no que você está fazendo, sustentar aquela atenção nos desejos dele, deixando você de lado por algum tempo. Dominação psicológica acaba por ser a peça central das sessões BDSM, as práticas corporais – o bater, o xingar, o humilhar, a servidão, mobilização, etc, etc, etc – são ferramentas secundárias que tem como um papel sustentar aquela atenção no momento presente, sustentar aquele momento de vulnerabilidade.

A partir do momento em que você se permite ser dominado, se permite estar vulnerável à ter aquela relação, se permite que o seu Mestre entre em sua cabeça, brinque com seus sentidos, suas emoções, suas reações fisiológicas – para isso o SSC tem que estar bem claro e definido -, te como ele bem deseja, você sente todo o tesão que está envolvido dentro da relação. Há um estudo, mas isso acho que vale um post a parte, que mostra que as sessões BDSM tem o mesmo efeito em nosso cérebro do que sessões de meditação. Isto acontece porque, justamente, você se permite desligar-se, afastar seus pensamentos e emoções, desligar-se dos seus problemas, para agradar o outro, isso exercita empatia, relaxa seu corpo e sua mente – assim como a meditação ou aquele domingo chuvoso que você acorda e se permite ficar na cama, sem se culpar por não ter feito nada produtivo -, estimula seu corpo, se excita, recebe prazer, dá prazer, você goza de um jeito que normalmente você gozaria ( e aqui não estou falando precisamente de um gozo sexual, ejaculação).

Minha dica profissional, e pessoal também, é: se permita! Encontre um dominador que lhe passe confiança, converse com ele, tire suas dúvidas, se estimule pensando naquilo e quando a sessão finalmente acontecer, se permita sentir aquilo, se permita ser vulnerável e goze!

AUTOR: DR PSI

Psicólogo, especialista em terapia cognitivo-comportamental, psicopedagogia clínico e institucional e atualmente especializando em neurospicologia. Sempre fui interessado no mundo do BDSM, com a primeira experiência por volta dos 19 anos. Atualmente interessado em disseminar esta cultura em seus diferentes aspectos e as influências psicologias que estão atreladas

 

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