Senta aqui, hoje precisamos falar sobre autoestima. Como está a sua autoestima? Quando você deita a cabeça a noite para dormir o que vem na sua cabeça? Pensamentos bons, que te valorizam, acolhem suas dores? Ou os pensamentos que vem na sua cabeça a noite te colocam para baixo? Te tiram o sono completamente? Te fazem sentir sem sentido, sem rumo?
Agora eu vos pergunto… Quantos desses pensamentos são verdadeiros? Possuem evidências? Hoje eu quero conversar um pouquinho com vocês sobre um dos conceitos mais usados em terapia cognitiva: As estratégias de enfrentamento. Já cheguei a falar sobre as crenças e o impacto que a nossa história de vida trás para os nossos pensamentos e as nossas emoções. Mas você sabia que, por mais que tudo isso aconteça, por mais que nossa história de vida tenha nos levado para um caminho, nos podemos reagir de maneiras completamente distintas?
Mas antes precisamos definir o que é autoestima, uma coisa muito falada e com muitas definições. Autoestima para a terapia cognitiva nada mais nada menos e a maneira como nos enxergamos a nós mesmos, os outros e o mundo. Essas visões, para a terapia cognitiva e chamada de tríade cognitiva. Ela vai definir a forma como vamos enfrentar o mundo. Vamos lá, se eu me vejo como inferior, se eu sou inseguro (ou melhor me sinto inseguro) é praticamente óbvio que eu vou ver os outros como pessoas ameaçadoras e superiores e o mundo um lugar completamente perigoso. E como eu vou agir com tudo isso. Aí vem o que chamamos de estratégia de enfrentamento (estratégias de cooping) para quem quiser ser bilíngue.
Existem três: manutenção, evitação e compensação. Já de antemão adianto que nenhuma delas vai ser “positiva”. Se eu tenho um pensamento negativo ou disfuncional (que não possui uma função positiva) e quase que lógico que nenhuma estratégia que eu tomar vá ser funcional. Vamos chamar essas estratégias de aceitação, negação e compensação. Fica um pouco mais fácil de entender e de ver na prática. Se eu sou inseguro, por exemplo eu posso aceitar que sou inseguro e ficar seguro dentro da minha zona de conforto ( manutenção/aceitação) eu posso negar que eu sou ansiosa embora todos os meus comportamentos me levam a consolidar isso como se saber aquilo fosse tão terrível para mim que eu não aguentaria (negação/evitação) ou eu posso entender e aceitar que eu sou inseguro e fazer de tudo para que esse pensamento não se consolide, mas mais cedo ou mais tarde ele vai se consolidar (compensação). Por exemplo, eu posso me sentir inseguro e fingir que não sou me oferecendo para ajudar Deus e mundo, realizando todas as tarefas, postando frases motivacionais, até o momento que você e criticado por alguma coisa que você não conseguiu prever e controlar no seu plano de compensação de crenças. Qual é o primeiro pensamento que vai vir a cabeça? Os pensamentos advindos da insegurança, lógico. Touché, insegurança confirmada com sucesso.
Vamos colocar tudo isso em prática. Nas últimas semanas eu falei sobre os pensamentos e as nossas emoções e as evidências que existem e como estas evidências podem e devem reger o nosso pensamento. Costumo dizer que se embarcarmos em nossos pensamentos vamos parar em Nárnia, ou em Hogwarts. E não necessariamente isso é bom! Isso pode nos levar para uma refeição no grande salão de Hogwarts , mas as vezes isso vai nos levar para o meio da floresta proibida a noite com dementadores a solta (desculpa minha alma potterhead falou mais alto no momento).
Tudo vai depende de quais os pensamentos nós vamos nutrir. Durante uma aula da pós graduação um professor fez a seguinte metáfora que eu sigo para a vida e para os atendimentos clínicos. Dentro de nós temos dois lobos, um bom que se alimentam de pensamentos e sentimentos bons e outro mal que não deixa para baixo que se alimenta por pensamentos negativos e emoções desagradáveis. Todos os dias eles lutam e, no final do dia, ganha aquele que ganha mais alimento. Para finalizar deixo a pergunta: qual lobo você está alimentando mais? E como isso está afetando a visão que você tem de si mesmo?
Se persistirem os sintomas, procure o terapeuta mais próximo.
AUTOR: DR PSI
Psicólogo, especialista em terapia cognitivo-comportamental, psicopedagogia clínico e institucional e atualmente especializando em neurospicologia. Sempre fui interessado no mundo do BDSM, com a primeira experiência por volta dos 19 anos. Atualmente interessado em disseminar esta cultura em seus diferentes aspectos e as influências psicologias que estão atreladas
FARDAS: POR QUE DESSE FETICHE?
CONCILIANDO A VIDA BAUNILHA E A FETICHISTA
AFTERCARE, UMA NECESSIDADE PSICOLÓGICA
PUNIÇÃO E RECOMPENSAS NO CONTEXTO BDSM
PUNIÇÃO E CASTIGO: COMO UTILIZAR
VERGONHA EM PRÁTICAS NÃO TRADICIONAIS
AGE PLAY: LIBERTANDO A NOSSA CRIANÇA INTERIOR
EXPERIÊNCIAS INFANTIS, FETICHES ADULTOS – PARTE 2: EXPERIENCIAS SEXUAIS
EXPERIÊNCIAS INFANTIS, FETICHES ADULTOS – PARTE 1: O PAPEL DAS CRENÇAS
PORNOGRAFIA VERSUS MUNDO REAL – PARTE 2
PORNOGRAFIA VERSUS MUNDO REAL – PARTE 1
DOMINAÇÃO PSICOLÓGICA: GUIA PRÁTICO
CRENÇAS SOCIAIS E O SEU PAPEL NO BDSM
BDSM E LIMITES – UMA RELAÇÃO SAUDÁVEL
FETICHE MUITO ALÉM DAS PARAFILIAS
Uma resposta
Nos dias atuais não é fácil manter a autoestima. Somos bombardeados o tempo todo com informações pessimistas e comparações, temos que ser mais ativos fisicamente, mais dispostos, mais magros, mais estudiosos, mais inteligentes, comer melhor… sempre temos que ser mais do que somos. Se levarmos a sério o que os outros esperam de nós e não o que pensamos ser nosso melhor a chance de cair em um abismo é imensa. Temos que nos lembrar de que a única pessoa que temos que agradar somos nós mesmos.