Num relacionamento escolhemos estar com alguém que já vive em sua própria realidade.
Querer que alguém simplesmente mude hábitos e costumes para que você se encaixe na vida dele é algo extremamente narcisista. É óbvio que existe concessões a serem feitas quando nos relacionamos, mas o surpreendente é como tendemos a exigir do outro mudanças num curto espaço de tempo.
Amar não necessariamente se trata de uma cena de filme ou novela em que as pessoas cruzam olhares numa festa e passam a viver loucamente uma paixão. Esse tipo de crença ignora totalmente as singularidades e particularidades das realidades de cada um.
Muitos namoros acabam rápido justamente por esse egocentrismo em que um passa a viver para o outro ignorando gostos, atitudes, projetos e sonhos individuais. Óbvio que isso não é uma regra.
Vamos chamar de sorte aqueles casais cujos desejos de vida se alinham a tal ponto que faz a coisa acontecer. Porém, se pararmos pra pensar, uma parcela bem mínima de pessoas consegue tal sintonia, senão não veríamos tantos relatos de pessoas inconformadas por não vivenciarem relações saudáveis.
As relações cada vez mais rápidas, escorregadias e sem aprofundamento acabam diminuindo a esperança de quem quer concretizar um tipo de vínculo mais profundo. Porém, quando dois querem, paciência é a chave para qualquer tipo de relação.
Ou se entende a falta de tempo, os projetos individuais e as realidades de cada um, estabelecendo sempre conversas pontuais e sinceras acerca de para onde caminha a relação ou fica difícil seguir adiante.
Ninguém passa a ser tão importante na vida do outro do dia para a noite. E ainda que se passem semanas, meses e anos, realidades estão sempre se alinhando ou se desfazendo.
AUTOR
RIGLE GUIMARÃES
Psicólogo e Terapeuta Sexual com foco no público LGBT+ e abordagem de comportamentos sexuais variados.
Instagram: @psicorigle com conteúdo voltados a questões que vão da saúde mental à sexualidade.
O FOCO DE SUA SEXUALIDADE É SEU PRÓPRIO PRAZER OU DO OUTRO?