PIG

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O Pig (porco em inglês) é um termo usado na cultura gay por adeptos do sexo tido como sujo, com estímulos que podem ir desde odores corporais e urina até escarro e manipulação de fezes. Se você é daqueles que sentem nojo de coisas básicas e extremamente prazerosas como beijar a boca do boy depois que ele te mamou ou te fez um beijo grego, deve se assustar com a ideia de que existem pessoas que conseguem ir muito mais longe.

Além de ser um fetiche que se configura não ter frescura na hora do sexo, muitas pessoas que se classificam pig adotam isso como um estilo de vida. Tem até um modo “largadão estiloso” de se vestir, contudo essa característica pode ser vista em várias pessoas, logo o que difere um pig são suas preferências sexuais que vão muito além do ser ativo ou passivo. Uma cuspida na boca, aquela fungada na axila, uma lambida no pentelho volumoso ou coisas mais escatológicas como o golden shower (receber ou dar banho de urina) e o scat em que prazer se concentra em diversos níveis e situações que envolvam fezes, como penetrar ou ser penetrado com o ânus sujo ou manuseio ou ingestão de excrementos.

O prazer pig seria mais relacionado ao fluido seminal produzido e oriundo de um homem de que o ato em si. Seguindo o raciocínio de Freud, o gosto pelo scat poderia estar relacionado a uma fixação a fase anal do desenvolvimento, quando a criança começa a ter controle dos esfíncteres retais. Logo, o pig poderia também ser relacionado a essa fase.

Não dá pra falar disso tudo e inviabilizar que existem riscos, mas é importante saber que o desejo e o prazer obtidos por quem se diz pig vem de uma certa erotização desses riscos e perigos e não do desconhecimento deles. Geralmente, existe a consensualidade, o respeito e a responsabilidade no gerenciamento desse modo de ser. A pessoa sabe das eminentes ameaças, mas está disposta a fazê-las mesmo que isso possa ter algum preço.

Vale ressaltar ainda que do Pig surgiu a derivação “Pig Play” que classifica e abraça qualquer sexo considerado fora dos padrões “normais” como o fisting, sexo grupal e outros fetiches.

E você o que acha disso tudo? Cospe ou engole?

AUTOR

RIGLE GUIMARÃES

Psicólogo e Terapeuta Sexual com foco no público LGBT+ e abordagem de comportamentos sexuais variados.

Instagram: @psicorigle com conteúdo voltados a questões que vão da saúde mental à sexualidade.

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