Capítulo 3: O encontro
É com muita satisfação que hoje eu trago um texto da minha irmã de coleira, Liberty, para o SubMundo. Como muitos de vocês sabem, a cada encontro com nosso Mestre, a Libby registrava em seu diário as suas emoções, sensações e descobertas, e Mestre Sadic publicou esses registros em formato de conto em seu site (leia aqui).
Após um hiato em sua D/s, Liberty voltou para o lugar ao qual pertence, retomou a transcrição de seus novos encontros com Mestre Sadic e me deu a honra de publicar um capítulo inédito de “O diário de Liberty – Parte II”.
Então, com a palavra, minha querida Libby…
“Algum tempo se passou até que eu voltasse a esse diário.
No meio deste tempo, durante meu estudo, entrando em contato comigo mesma, senti muito medo. Medo do que estava por vir. Se eu voltasse ao Mestre, dessa vez seria diferente. Eu iria até o fim… teria o mais intenso, profundo e verdadeiro devotamento que uma pessoa pode ter por outra. Não queria mais arranhar superfícies… estava pensando seriamente em me entregar de corpo e alma. Minha vida em suas mãos. E tive aquele impulso magnético de sair correndo. Fugir. Como se isso pudesse sumir de dentro de mim se eu simplesmente não ousasse pensar mais nisso.
Mas existe algo nele que me impede de me afastar. Como uma droga feita especialmente para mim. E a síndrome de abstinência dói. Não consigo mais ficar sem ele. Não consigo nem mais pensar nessa possibilidade. O efeito que ele causa em mim é estrondoso. Consigo passar horas e horas somente pensando nele, naquele rosto, naquela voz, naquele corpo e em fazer tudo que ele mandar. Tudo. A qualquer hora. O que for. Passei alguns dias abrindo e fechando o app de mensagem do celular. Treinando o que eu poderia digitar… O que eu poderia dizer e ao mesmo tempo sem coragem nenhuma de falar absolutamente nada.
Até que um dia a coragem veio. No dia em que terminei meu último conteúdo de estudo, eu o chamei. Perguntei meio sem jeito sobre as siglas EPE, TPE e PPE… era só para puxar assunto mesmo e tentar falar o que eu queria. Ele me respondeu sobre seu ponto de vista das siglas e enquanto ele mesmo digitava, eu fechei os olhos e abri meu peito. Ensaiei algumas letras e permiti que tudo fluísse de dentro de mim. Disse o quanto eu queria me dedicar a servi-lo. Eu queria seu comando em mim o tempo todo. Em minha vida. Queria até que minha respiração fosse permitida ou proibida. Fechei correndo a janela da conversa. E se ele me achasse maluca? E se isso fosse um limite? E se eu fosse rejeitada? E o pior, eu só queria assim, desse jeito, se fosse com ele. E então ele começou a digitar… Ele disse: “Agora que terminou seus estudos, iria te propor vir aqui amanhã e finalizarmos nosso contrato”. Meu coração ficou a milhão, minha garganta quente, uma corrente elétrica em cada célula do meu corpo. Digitei: “sim, mestre, vou vê-lo amanhã” e então ele: “ou hoje”. Respirei fundo. Fechei meus olhos de novo. Meu corpo tremeu. É agora ou nunca. E como se sua mão digitasse por mim, eu disse: “ou hoje, Mestre! vou me arrumar e já saio”. Ele mandou seu habitual sorrisinho sádico… O Mestre Sadic já estava puxando a corda da amarra que havia feito em mim há tempos e estava só esperando eu estar em suas mãos de novo.
Comecei a me arrumar, num misto de ansiedade, medo, alegria, pavor, vergonha, tesão. Lembrei do nosso primeiro acordo: sempre usar renda preta… lembrei, também, que eu sempre ia de vestido aos nossos encontros, porque gostava de facilitar as coisas pra ele, mas sempre, sempre mesmo, eu ia sem calcinha. Dessa vez eu ia surpreendê-lo, queria provar que posso obedecê-lo cegamente, seja de uma ordem dada hoje ou de 3 mil anos atrás. Coloquei minha melhor calcinha de renda preta, meias 7/8 e um vestidinho preto. Me maquiei. Me perfumei e de última hora decidi dividir meu cabelo em duas trancinhas. Estava pronta. Me sentia sem ar. Entrei no carro e durante todo o longo caminho imaginei o que viria.
Eu amo esse espaço de tempo, onde a gente fica preso entre o desejo e a expectativa. Como seria quando eu o visse depois de tanto tempo? Como eu iria reagir? Como ele ia reagir? Será que ele ia gostar de mim? Será que eu iria conseguir agradá-lo? Quando finalmente cheguei, toquei o interfone do prédio, a porta destravou com um barulho alto e comecei a subir os andares. Parei em sua porta, sem bater, estava respirando loucamente, me mandando me concentrar, quando num rompante a porta abriu. Ali estava ele. Aquele olhar. Aquele sorriso de lado. Era ele. Na minha frente… Ele. Corri e o abracei. Senti seu cheiro. O calor do seu corpo. Sua mão na minha cintura. Eu moraria ali se pudesse. Mas não podia! Entrei e ele gentilmente me mostrou toda sua casa. Me ofereceu “aquele” café e nos sentamos pra conversar.
Enquanto falávamos sobre tudo que queríamos, quais eram nossos prazeres e intenções, eu olhava para aquela boca e só pensava em voar nela e beijá-la até arrancar um pedaço, algumas partes da nossa conversa eu perdi, porque estava presa nessa imaginação, via na minha cabeça ele me agarrando pelo cabelo e me arrastando pelo chão da sala, me colocando no meu lugar, imaginava ele segurando meu cabelo pra que eu não conseguisse beijá-lo e se por um acaso eu conseguisse, ele me daria um belo tapa na cara, então fui chamada para a realidade, quando ele disse: “você ainda deseja estar sob meus pés?” e eu disse: “sim”. Ele replicou: “não é assim que se responde”. Eu fiquei vermelha, disse: “sim, mestre”. Ele se levantou e eu rapidamente disse: “preciso usar seu banheiro”. Ele me olhou segurando uma gargalhada e me mandou ficar à vontade.
Entrei no banheiro ofegante. Que poder é esse, meu Deus? Me perguntava como eu tinha conseguido ficar longe dele? Que tipo de idiota era eu? E cheguei a incrível conclusão de que eu era uma bela masoquista. Decidi enquanto molhava minhas mãos e respirava fundo que eu nunca mais ia sair de perto dele. O único que teria o direito de me fazer sofrer seria ele e não mais eu. Mesmo porque, esse é o tipo de coisa que a gente tem que deixar na mão de um verdadeiro Mestre.
Quando sai do banheiro, fomos até seu quarto. Fiquei olhando a vista pela janela, quando senti seu corpo atrás do meu. Sua respiração na minha nuca. Estremeci. Ele passou a mão pelo meu corpo e me lembrou a vadia que eu era e, a quem eu e aquele corpo, pertenciam. Comecei a respirar mais forte e ele me mandou abrir os olhos. Um carro estava saindo de uma vaga bem em frente à janela e ele me perguntou se eu achava que aquela pessoa tinha visto a vadia que eu era, como nos velhos tempos. A cada respiração que ele dava perto de mim, meu coração batia 5 vezes. Ele controlava minha pulsação com o tom da sua voz. Quando ele falava, meu coração parava. E quando ele terminava de falar, meu coração ousava fazer algum barulho interno. Algo mais parecido com uma escola de samba, apenas para entreter meus sentidos.
Ele me agarrou pelo cabelo e me guiando pelas minhas costas, me levou até próximo à sua cama. “De joelhos”, ele ordenou. Eu imediatamente me abaixei e fui ficando de quatro, enquanto sua mão empurrava minha cara em direção ao chão e assim, eu finalmente encontrei com seu pé. Meu lugar. Como um imã, minha boca foi parar lá e eu comecei a venerá-lo. Lambia, beijava, acariciava seus pés com meus lábios. Como disse anteriormente, que queria morar em seu abraço, nesse momento, troco minha escolha por morar em seus pés. Fui preenchida por uma sensação maravilhosa de pertencimento, de estar em casa, de estar segura. Com o outro pé, ele pisava em minhas costas, fazendo minha estrutura inteira lembrar do tamanho de sua força sobre mim. Enquanto eu adorava seus pés, o Mestre passava a mão suavemente em minha bunda e batia com força em momentos alternados. E essa troca entre o doce e o amargo estavam fazendo com que eu ficasse louca de desejo.
Como se uma bomba atômica me arrancasse do planeta, o Mestre me puxou pelos cabelos e me fez levantar. “Antes de ser minha vadia, você vai me servir. Seu lugar é na pia. Lave toda a minha louça”. Eu estava tremendo. Como eu ia conseguir fazer isso sem quebrar nada? Ele me colocou de frente a pia, baixou minha calcinha até as coxas e disse: “quero tudo limpo, sua vadia” e enquanto eu começava a lavar, ele começou a esfregar seu corpo no meu. Sua mão entrou pelo eu vestido e apertou o bico do meu seio. Dei um gemido alto. “Shhh cadela. Você não tem o direito de reclamar, você só está aqui para eu fazer o que eu quiser com você e essa pia é seu lugar”. Me calei, mas a cada pressão que eu sentia do seu corpo no meu, eu gemia. Eu sentia seu pau duro passar em mim, enquanto eu tentava não quebrar nada. E eu queria tocá-lo, queria senti-lo. Ele mordeu minha orelha bem forte e meu corpo pegou fogo. Com certeza, eu estava molhando seu chão, mas não era com a água da pia. E então ele se afastou! Deixarei você sozinha, por algum tempo”. E saiu. Eu comecei a tremer um pouco mais.
Onde ele estava? Apressei minha tarefa, mas não podia deixar nada sujo. Aquilo não acabava. Eu queria terminar. Queria que ele voltasse. Acho que comecei a lavar a louça suspirando, porque em algum momento ele voltou rindo. “Você está fazendo isso muito bem”. Eu olhei de rabo de olho pra ele e ele virou minha cabeça pra frente. “Você deve estar muito molhada, trabalhando pra mim. Deixe-me ver.” Ele enfiou sua mão em mim e começou a me tocar. Ao sentir seus dedos, fechei meus olhos e bati um prato na pia. “Cuidado! Abra os olhos!”. Eu obedeci e ele continuou me tocando. Eu ia gozar. Fiquei na ponta dos pés. “Não! Segure. Por um acaso eu mandei você gozar? Você só vai gozar quando eu mandar. Continue seu trabalho”. Eu me perdi completamente. Não sabia mais o que estava fazendo. Não sabia se ensaboava, enxaguava, se colocava num canto. Eu estava ficando louca. Ele riu. E se afastou novamente. Eu olhei para trás pra ver se eu conseguia vê-lo, mas não consegui. Comecei a lavar de qualquer jeito as últimas peças. Aquilo não tinha fim. Foram os minutos mais longos da minha existência. Mas era a falta dele ali que me causava essa sensação e não minha tarefa. Eu precisava dele perto de mim. Eu o queria dentro de mim. Agora. Estava ficando sem ar de novo.
Assim que terminei, ele entrou, como se pudesse adivinhar. Me agarrou pelo cabelo e disse que da próxima vez eu lavasse a pia também, pois o meu serviço foi muito mal feito. Ele me levou pelo cabelo até a sala e até o seu quarto. “De joelhos”. Eu me abaixei. Como eu amava olhar pra cima para ver seu rosto. Como ele grande perto de mim. Como ele era poderoso. Eu posso garantir que sei exatamente qual é a definição da palavra tudo. Tinha certeza que em algum momento, eu ia esquecer como respirava. “Tire minha calça, vadia”. Eu obedeci. Desesperadamente. Tive que parar duas vezes para não o machucar, de tão ansiosa eu estava por aquilo. “Cheire esse pau que você tanto quer, sua vadia. Hoje ele esta sem o cheiro de nenhuma vadia, mas você vai chegar aqui em outros dias e vai sentir o cheiro de outras vadias nele”. Eu não aguentei, eu precisava, comecei a passar a boca e a língua. Mestre me agarrou bem forte pelo cabelo, puxou minha cabeça pra trás e me deu três tapas bem forte na cara. “Eu mandei você cheirar e não lamber.” Eu voltei a cheirar, mas ele me levantou e fez eu colocar minha cara no colchão, com a bunda empinada pra cima.
Fiquei ali, enquanto ele me chamava de imprestável por não conseguir obedecer a uma simples ordem. Então eu o senti dentro de mim. ‘’Não era isso que você queria, sua vadia? Lembra da sua frase?”, respondi que sim e tomei um tapa forte na bunda. Corrigi automaticamente: “sim, mestre”. E enquanto ele entrava e saia de mim, fiquei com uma vontade enorme de gozar. O Mestre deve ter percebido e disse firme: “Ainda não!” Só que aquele movimento, ele me comendo por trás, minha cara no colchão, seu poder, seu desejo, tudo isso era o meu desejo. E ele crescia incontrolável dentro de mim. Então eu ouvi: “5, 4, 3…” meu corpo começou a se contrair, eu queria gozar, mas tinha que esperar sua contagem… lembrei de todas as vezes que ele iniciou uma contagem comigo e de como ele conseguia exercer esse tipo de poder sobre mim. “2” eu sentia todo meu corpo queimar, eu me sentia um objeto sendo controlado, desligado e ligado. “2”, estava ficando incontrolável, o tempo parou por alguns segundos, eu era sua vadia. Eu definitivamente era sua qualquer coisa que ele quisesse. “1”. Ele continuou entrando e saindo de mim, sem parar, por um longo período. Eu gozei uma, duas vezes. Apanhei porque esqueci de dizer minha frase. “Você é uma péssima vadia. De novo”.
“5, 4, 3” eu sentia o seu comando sobre mim, entrando e saindo. No mesmo ritmo, sem pausa. Eu comecei a escorrer pelas pernas, o desejo crescendo e consumindo todos os meus pensamentos. Eu só queria estar ali. Eu troco de morar em seus pés, por morar ali. Servindo de objeto pro seu prazer. “2”. O grande maestro. O dono dos dedos mágicos. “2” Um rei. Um Deus. Um mestre. Um tudo! Eu estava entregue. Daria até a última gota de sangue se ele quisesse. “1”. “Eu… sou… uma… vadia, Mestre”. Minhas pernas começaram a tremer, uma explosão aconteceu dentro de mim. Ele continuava entrando e saindo. Minhas pernas tremeram ainda mais, incontroláveis. Aliás, controláveis, só que não por mim, por ele. Ele era dono delas. Ele era dono de mim. Eu senti o frio espalhado pelo corpo e o calor concentrado. Gozei novamente. Se antes eu tinha esquecido como respirava, agora minha respiração era dele.
Eu não sabia mais o que fazer. Se existe um Paraíso, bem, eu posso dizer que já estive lá. “De joelhos”. Ele me jogou no chão segurando meus cabelos. Eu estava tonta de prazer. Era como um sonho. “Para o seu lugar, vadia”. Então enfiei minha cara entre suas pernas, lambi suas bolas, beijei, esfreguei minha cara ali. Era quente. Tinha um cheiro doce. Tinha um gosto doce. Lambi. Lambi. E lambi. E se eu puder trocar novamente minha moradia, troco por esse lugar. Eu sabia que aquele lugar era um lugar de prazer para meu Mestre. E o que é o prazer dele senão minha obrigação? Minha função primordial. Ali eu moraria, pois teria certeza que ele sempre estaria bem. “Abra a boca, não perca uma gota”. Meu coração se encheu de alegria. Minha recompensa. Meu prêmio. Meu pagamento. A forma física do meu trabalho tendo sido feito com sucesso.
Levei algum tempo pra voltar pra realidade. Na verdade, eu não queria voltar. Queria ficar ali, com ele. Eu poderia até ser um tapete qualquer do seu chão, imóvel e invisível. Eu sabia que a abstinência ia voltar. Eu sabia que ele colocou uma corrente na minha mente, com um cadeado que só ele tem a chave. E eu sabia que ia ficar pensando nele o tempo todo até nosso próximo encontro. Nem sei quantos suspiros já soltei até agora. Provavelmente essa será minha nova maneira de respirar, afinal, minha respiração agora é dele e ele faz o que bem quiser com ela.
Agora imagine você, como tenho vivido e se não viveria da mesma forma que eu… Pergunto: Quantas louças um ser humano lava por dia? Está aí, uma forma de controle absurdamente inteligente do Mestre da minha vida.”
Liberty.
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