COM A PALAVRA – LADY SILVIA ESCOBAR

Apresento-lhe uma das Mulheres que faz parte do time de homenageadas deste ano do Dia da Mulher 2021.

E com a palavra, LADY SILVIA ESCOBAR

Quem é você mulher? Defina-se!

Uma mulher madura, vivida, de bem com a vida. Alguém que sempre buscou pelos seus desejos, que tomou as rédeas de sua vida, que respeita os demais, mas principalmente respeita a si mesma. Alguém que assume sempre as consequências de suas Escolhas.
Uma mulher Feliz e com uma trajetória cheia de realizações.

Você acredita que as mulheres se dão bem com seus fetiches? E você? Se dá bem com os seus?

Sinceramente, acho que ainda é um Tabu muito grande para as mulheres conciliarem seus fetiches com toda uma carga cultural a que somos submetidas. Ainda vejo como um processo de aceitação de si mesma, de busca por esclarecimentos, de autoconhecimento e libertação.
Talvez gerações mais novas tenham essa carga menor, realmente não sei, mas no meu caso que desde muito cedo fui me permitindo viver meus desejos, houve sim uma necessidade de convicção e posicionamento.

Qual seu maior fetiche ou desejo?

Aquele que eu esteja vivendo no momento.
O universo do desejo é vasto e pode ser explorado de diversas formas e ter suas peculiaridades para determinados momentos. E nos reserva sempre surpresas, pois sempre podemos ainda despertar sensações que nem sequer imaginávamos.

Até onde você iria para viver de forma saudável a sua liberdade de expressão sexual?

Até onde as consequências de meus atos não prejudiquem ou constranjam pessoas alheias à situação. Eu entendo como meu Direito viver minha liberdade da melhor forma, mas acho fundamental que essa “Liberdade” não interfira negativamente na vida de pessoas que me são importantes.

Simone de Beauvoir disse que não se nasce mulher, mas sim que a pessoa se torna mulher. O que isso fala sobre você?

Que todo o ser humano precisa evoluir. Mulher ou Homem, não importa, o ser apenas nasce, mas o que ele irá tornar-se dependerá da soma de suas vivências, e principalmente o que ele fará com o conhecimento adquirido com elas.

Brené Brown disse que “é preciso coragem para ser imperfeita. Aceitar e abraçar as nossas fraquezas e amá-las. E deixar de lado a imagem da pessoa que devia ser, para aceitar a pessoa que realmente sou.”
Como foi para você essa jornada de descoberta?

Foi uma jornada muita rica e intensa. Desde muito cedo me questionei sobre o sentido de muitas coisas. Minha ousadia, aliada ao meu questionamento, sempre me impulsionaram a buscar mais, a entender melhor, a buscar melhores opções, a experimentar e conhecer aquilo que me satisfaz; entender os limites e obstáculos e como superá-los, contorná-los ou simplesmente aceitá-los.

–PARA AS BDSMer,,, continua…

1) o que é ser mulher BDSMer pra você?

É ter a liberdade de viver minhas escolhas, meus desejos e meus prazeres.

2) você acha que a mulher tem um _papel social_ a cumprir dentro do BDSM?

Creio que todos, independente de gênero, temos um papel a cumprir com o meio que vivemos para torná-lo um ambiente melhor e mais inclusivo para todos.

3) você acredita que exista desigualdade de gênero no BDSM?

Não vejo assim. Vejo apenas que existem papeis, vivências, que podem ser diferenciados por gênero, assim como podem ser diferenciados por formatos de relação, por bases, etc. Eu vejo mais diversidade do que desigualdade.

4) você acha que existe sororidade no BDSM?

Eu acredito sim. Apesar de alguns exemplos contrários. Mas ai eu vejo mais como o BDSM ser formado por “pessoas” e estas são diferentes entre si. Então nem todos seguem a mesma linha de comportamento.

5) você acredita que existam _mulheres Red Flags_?

Sim, com certeza, porque mais uma vez digo que o BDSM é formado por pessoas, e pessoas existem de todos os tipos, inclusive os piores.

6) você consome conteúdo fetichista *criado e divulgado* por mulheres?

Sim claro! Minha busca por conteúdo é constante, mas o que me reterá no conteúdo é sua qualidade e não exclusivamente sua autoria. Todavia é muito interessante conhecer o pensamento de seus semelhantes.