COM A PALAVRA – ANA LÚCIA

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Apresento-lhe uma das Mulheres que faz parte do time de homenageadas deste ano do Dia da Mulher 2021.

E com a palavra, ANA LÚCIA

Quem é você mulher? Defina-se!
Eu sou uma pessoinha comum, nada além do que qualquer outra, que tenho a honra de poder estar incluída neste momento e poder dar meu testemunho do que é, para mim, ser mulher.

Você acredita que as mulheres se dão bem com seus fetiches? E você? Se dá bem com os seus?
Eu acho que as mulheres ainda vivem muito a “Síndrome da Boa Mocinha” onde certas coisas não são para “moças de família” e que, ao mesmo tempo, existem pautas de movimentos que dizem falar pelas mulheres que pregam e reivindicam coisas que são totalmente dissociadas da realidade. Então apenas aceitar que os fetiches existem já é uma jornada, e conseguir vivê-los quase um parto.
Eu mesma tenho muitas dúvidas e incertezas quanto aos meus, mas de vez em quando consigo vivê-los sim, mas levou tempo e custou muito chegar até aqui.

Qual seu maior fetiche ou desejo?
Parece bobagem, mas é apenas viver. Viver sem medo, viver feliz, viver uma vida alegre sem ter que me preocupar com violência ou preconceitos ou ódios contra mim apenas por eu ser.

Até onde você iria para viver de forma saudável a sua liberdade de expressão sexual?
Pergunta difícil. Cheguei até aqui, acho que é bastante. Não sei se conseguiria ir além por causa de todas as limitações que a vida nos impõe.

Simone de Beauvoir disse que não se nasce mulher, mas sim que a pessoa se torna mulher. O que isso fala sobre você?
Isso basicamente me define. Não nasci mulher, não tive esse privilégio. Decidi me tornar o que sou porque minha alma gritava desesperadamente que precisava respirar e viver. Não sei se consigo ser exatamente o que é ser mulher, mas a cada dia luto para ser melhor e chegar mais próxima daquilo que minha alma diz para mim que eu devo ser.

Brené Brown disse que “é preciso coragem para ser imperfeita. Aceitar e abraçar as nossas fraquezas e amá-las. E deixar de lado a imagem da pessoa que devia ser, para aceitar a pessoa que realmente sou.”
Como foi para você essa jornada de descoberta?
Está sendo, ainda está sendo. Sendo como eu sou vivo para tentar chegar a uma representação perfeita do feminino, o que eu sei que não existe, mas dentro de mim isso ainda bate forte. Sei que nunca serei, mas isso ainda me deixa chateada. Alguns dias menos, outros mais. Tento também compensar minhas falhas e defeitos em um lado sendo melhor e mais destacada onde sou Boa. Espero estar conseguindo me aceitar em minha imperfeição, mas é difícil se desprogramar.
Por outro lado, há limites, não posso me aceitar se não fizer o máximo para honrar e realçar tudo de bem que há naquilo que optei por ser, não posso me contentar em não fazer o meu máximo. É uma relação complicada, mesmo porque o meu máximo nunca vai ser suficiente, então tenho que aprender a equilibrar minhas expectativas e minhas realizações.

PARA AS BDSMer,,, continua…

1) o que é ser mulher BDSMer pra você?
É ter a coragem de ousar e entrar em um mundo onde podemos nos libertar e sermos plenas.

2) você acha que a mulher tem um _papel social_ a cumprir dentro do BDSM?
Não acredito, não no BDSM como ele surgiu.

3) você acredita que exista desigualdade de gênero no BDSM?
Sim, os preconceitos da sociedade acabam continuando no meio.

4) você acha que existe sororidade no BDSM?
Não acredito nisso. Acho que há pessoas boas, com as quais temos amizade e que valem a pena estar em nossas vidas. Mais que isso não acredito.

5) você acredita que existam _mulheres Red Flags_?
Com certeza. Gênero não define caráter. Há mulheres boas, mais ou menos, e horríveis.

6) você consome conteúdo fetichista *criado e divulgado* por mulheres?
Consumo e também de vez em quando crio… rsrsrs.

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