Fui caminhando pela suíte olhando cada detalhe preparado por Camilla. A lareira, as velas, as taças de vinho, a mesa de frutas e a música. E a música que estava tocando eu conhecia muito bem. Aquela era a “nossa música”.
Me dirigi ao bar, me servi um copo de água gelada e fui até a sacada. A cidade estava estranhamente calma aquela noite. O céu estava limpo, sem qualquer nuvem e com uma lua enorme e brilhante. Eu estava bem. Me sentia em paz, sereno e muito focado.
De repente sinto como se estivesse sendo observado. Me virei e vi Camilla no centro da sala. Estava usando um espartilho preto, ligas, salto alto e uma minúscula calcinha. Em suas mãos uma almofada vermelha e sobre a almofada estavam a coleira e a guia.
Fiquei observando aquela bela mulher por um bom tempo. Era nítida a ansiedade e o nervosismo dela, mas, ao mesmo tempo, ela sorria. Me aproximei. Encostei meu rosto no seu e senti seu cheiro, seu perfume. Toquei seu corpo sentindo a maciez da sua pele. Beijei seu pescoço, seus ombros, suas costas. Ela nada dizia, sequer levantava os olhos, mas a cada toque, a cada cheiro, a cada beijo, seu corpo reagia instantaneamente e sua respiração mudava.
– Muito bem, Camilla. Está tudo perfeito. E você está linda!
– Obrigada, Senhor. Fico feliz que esteja tudo do Seu agrado
Peguei a coleira e a guia e fiquei à sua frente. Ela levantou os olhos em minha direção apenas o tempo suficiente para ver meu consentimento. Colocou a almofada no chão, segurou seus cabelos com as mãos deixando seu pescoço à mostra e virou levemente a cabeça para o lado.
Era uma coleira de metal cromado, com uma pequena argola dourada na frente e com um fecho de pressão na parte de trás. Aos olhos de qualquer outra pessoa seria uma coleira como qualquer outra, mas esta tinha uma particularidade. Ao fechá-la, só poderia ser aberta com uma pequena chave. E Camilla já tinha percebido que eu não tinha entregado esta chave a ela.
Coloquei a coleira em seu pescoço e a fechei. Ao ouvir o “click” da coleira se fechando ela suspirou alto. Em seguida se ajoelhou aos meus pés e ficou ali, aguardando.
Terminei de tomar minha água e me dirigi até o quarto sem dizer uma palavra. Em minhas mãos estava a guia e na outra ponta da guia estava Camilla, que me seguia com uma maestria e delicadeza sem igual, engatinhando, sem perder o ritmo e sem deixar a guia ficar esticada demais.
Entrei no quarto e soltei a guia. Ela imediatamente parou e ficou de joelhos, cabeça baixa, corpo ereto e segurando a guia em suas mãos.
Olhei para a cama e estava tudo como eu havia pedido. Todos os acessórios limpos, arrumados e organizados. Olhei e quase que de imediato localizei o que eu queria. Sabendo que Camilla estava de cabeça baixa, peguei o relho de couro e fui em sua direção, mas sem deixá-lo à vista.
Quando me aproximei, ela soltou a guia e veio beijar meus pés. Tão logo ela deu o primeiro beijo, sentiu a primeira batida. Suspirou fundo, se contorceu, mas continuou ali. Foi para o outro pé e da mesma forma, ao beijá-lo sentiu a segunda batida. Dessa vez não foi apenas um suspiro e sim um gemido de prazer. Dei dois passos para trás e disse:
-Venha!
Ela engatinhou novamente até onde eu estava e foi em direção aos meus pés, mas quando ela se curvou o suficiente para beijá-los eu me afastei novamente. Ela parou por um instante como se quisesse entender o que estava acontecendo e porque eu havia me afastado.
Então ela lembrou. Lembrou das conversas que tivemos, particularmente de uma onde falamos sobre uma situação parecida. E ao lembrar, imediatamente se prostrou, com os braços estendidos para frente, os joelhos dobrados, se curvando e se expondo ao máximo para mim.
Eu apenas sorri. Me dirigi a ela e comecei a açoitar aquela pele clara. Não bastou muito para que aquela pele começasse a mudar de cor, de um branco aveludado para um vermelho sangue.
Depois de uns 10 minutos, os primeiros cortes começaram a aparecer. E a cada batida, mais cortes iam surgindo bem como aquele vermelho característico. O cheiro do sangue começou a tomar conta de todo o quarto. Eu me sentia como que embriagado, em pleno torpor e isso disparou alguns gatilhos em mim. E por um instante me deixei levar por aquela embriaguez. Não demorou muito e eu percebi que não queria mais açoitá-la e sim possuí-la por inteiro.
Me despi ali mesmo e como um animal no cio a joguei na cama e possuí. Ela apenas se contorcia, gemia e se abria. Por vezes a ouvi dizendo “Continue, não pare, me fode com força. Me fode!”
Percebi que ela estava em êxtase. Não éramos mais Top e bottom. Éramos homem e mulher, com seus instintos mais selvagens liberados. Acelerei meus movimentos e gozamos juntos em uma explosão de suor, urros e gemidos.
Deitei ao seu lado e ela se aninhou no meu colo. Ficamos ali por um tempo, sem falar nada, apenas sentindo toda a endorfina percorrendo nossos corpos e, em seguida, adormecemos.
Não sei quanto tempo se passou, mas em dado momento eu acordei. Olhei para o lado e não a vi. O mais curioso é que eu podia ouvir sua respiração. Me sentei na cama e comecei a procurá-la. Não demorou muito e eu a encontrei. Ela estava ali, do meu lado da cama, deitada no chão, dormindo. Em seu pescoço, a coleira. Em suas mãos, a guia.
Fiquei olhando aquela pessoa ali, linda, marcada e tão entregue. Não demorou muito e ela acordou. Ao me ver acordado e olhando para ela, rapidamente se ajoelhou e abaixou o olhar.
Eu a toquei no rosto. Ela deitou a cabeça para receber aquele carinho e ficou ali, como se ronronasse, sentindo toda a extensão da minha mão.
Comecei a perceber uma certa inquietude nela depois de alguns minutos. Seu corpo começou, lentamente, a se embalar ao som da música que estava tocando. Seus bicos começaram a ficar rijos novamente e pude perceber que ela começou a abrir suas pernas. Mudei de posição, ficando sentado na cama, mas com minhas pernas para fora e a coloquei entre minhas pernas.
– Eu quero gozar! – disse a ela
Ela abocanhou meu sexo e começou a chupá-lo. Engolia-o por completo e depois o soltava. E assim ela continuou, ritmada, com desejo e volúpia, até me fazer gozar dentro de sua boca. A puxei para perto e dei um beijo tenro em sua testa.
– Vou tomar um banho. Esteja pronta quando eu sair.
Ela ficou me olhando, sem entender muito bem se o “esteja pronta” era porque iríamos embora ou porque faríamos mais alguma coisa. Eu apenas a olhei e repeti: Esteja pronta!
Tomei um banho demorado. E durante o banho fiquei absorto em meus pensamentos. Lembrei de quando a conheci, das nossas conversas, dos nossos desejos e fetiches, da sua necessidade de se sentir posse e cuidada por alguém.
Por fim terminei meu banho. Ao sair, parei por um instante na porta e fiquei surpreso com o que vi. Em cima da cama ela havia colocado meu flogger de couro cru. E ao lado do flogger estava Camilla, de joelhos com o corpo e braços estendidos sobre a cama. Em suas mãos apenas um bilhete. Nele estava escrito:
“Estou pronta, Senhor.
Me use como quiser.
Que eu seja o teu instrumento de prazer”
AUTOR
SENHOR ASGARD
Sádico e Dominador.
A palavra que melhor me define é sem dúvida “Intensidade”.
Entre minhas paixões destacam-se a fotografia, música, literatura, cinema e tecnologia.
Sou criativo e bem-humorado, sem deixar de ser firme em minhas convicções.
Sou alguém que apesar de abraçar certos padrões, não me limito por eles, sempre consciente de que acima de qualquer rótulo está o ser.
Minhas decisões e atos são guiados por minha lógica clara e direta, porém há sempre espaço para surpreendentes improvisações.
Observador e Detalhista.
Para mim, tudo importa. E muito pouco (ou nada) passará despercebido.
Como Dominador, espero de minha submissa inteligência e proatividade.
Sou exigente e ambicioso. Jamais me contentaria com atitudes de passividade e estagnação.
Como Sádico, desejo dar sempre um passo a mais.
Sou responsável, porém audacioso. Assisto ao sofrimento com prazer. Quando esse meu lado encontra quem realmente o satisfaça, os limites são superados e o prazer ganha uma nova dimensão.
Como pessoa, sou gentil e atencioso.
Me importo pouco com as impressões alheias. Vivo a meu modo, sem máscaras, sem excessiva diplomacia. Deixo claro minhas discordâncias e desafetos. Falo com o olhar. Sou honesto comigo mesmo.
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