ENTREVISTA COM OS CANDIDATOS DO CONCURSO MR LEATHER 2018 – DEH LEATHER

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DEH LEATHER é o nome que ele escolheu para ser reconhecido pela comunidade. Trás o couro em seu próprio nick, tamanho prazer que tem pelo Universo Fetichista, desde cedo. O rapaz tem 1,73 de altura, pesa 70 quilos e tem 36 anos de idade.

Tudo aconteceu pelo instinto, até ele ter acesso a internet e viajar pelo mundo, uma descoberta de novos horizontes e possibilidades, quase todas ligadas ao LEATHER. Com toda esta paixão, que ele se candidata ao Concurso Mr Leather Brasil 2018.

Como intenção, ele tem a batalha por um “MUNDO LEATHER” melhor para todos, mas especialmente para a comunidade LGBTT, para quem ele pede voto, como um bom candidato.

Vamos ajudar este LEATHERMAN? Conheça sua plataforma aqui!

1)  Conte-nos um pouco da sua trajetória no Universo Leather.

Sou filho de militar; na adolescência morrei numa vila militar e cresci em torno de um ambiente de uniformes e coturnos. Desde pequeno já gostava do cheiro do coturno, de seu brilho, do tato, até mesmo de engraxar os coturnos de meu pai.

O interesse foi crescendo aos poucos, em uma atmosfera que envolvia filmes e vídeo-clips. A facilidade de acesso promovido pela Internet também teve sua influência, onde tive contato com os desenhos de Tom of Finland. Mas considero como marco de entrada no Universo Leather quando fui a uma viagem a Berlim, onde pude desfrutar de um ambiente que vivencia esse Universo, indo a bares e baladas e também a lojas especializadas. Sempre me encanto quando entro em uma, quero comprar todas as roupas! Somente depois que tive contato com a comunidade Leather brasileira, onde fiz verdadeiros amigos! (Falando nisso, abraços em couro a todos! rsrs).

2)  Qual foi a sua motivação para inscrever-se no concurso?

Esta é a segunda vez que me inscrevo no concurso. A motivação, ou melhor, as motivações continuam as mesmas daquela época: a primeira é a motivação pessoal em ser reconhecido pela comunidade como um representante, sendo um símbolo de seus valores; e a outra, ajudar a difundir a cultura Leather no nosso país.

Muitos membros necessitam se proteger no anonimato, seja por conta da família ou do trabalho. Difundir a cultura Leather auxilia a tirá-la do estigma, e vendo a sexualidade e o fetiche como algo intrínseco do ser humano e não algo que necessita ser abafado ou até mesmo suprido.

3)  Qual a importância do título Mr Leather Brasil para vc?

O título ajuda a divulgar a comunidade, os valores e princípios dela. Em mostrar que existem pessoas com fetiche em couro e que é normal e nos orgulhamos disso. O portador do título tem a responsabilidade de ajudar a difundir os valores e os princípios da comunidade, ajudando a desmistifica-la. Ser escolhido como um Mr Leather representa ser um guardião de seus valores e princípios.

4)  O que você pretende fazer pela Comunidade Leather caso ganhe o concurso?

Primeiramente, representa-la em eventos com cobertura dos canais de comunicação LGBTT ou de público-geral e, claro, continuar a participar das festas e a responder as mensagens que chegam com dúvidas por meio das redes sociais. Mas temos que pensar em ir além, envolver a comunidade também nas discussões por direitos a favor da população LGBTTs principalmente em relação a criminalização da homofobia, de programas de prevenção a DSTs (como o PrEP), da luta contra a marginalização, entre outros temas. O Brasil teve significativos avanços nos últimos anos em relação ao direito dos LGBTTs mas ainda há muito o que avançar, ainda mais considerando que uma frente conversadora está assolando o país, tomando força. Não podemos esquecer que ano passado, em 2017, um juiz liberou que psicólogos pudessem “oferecer” a reversão sexual (mesmo contra a proibição do Conselho Federal de Psicologia brasileira desde 1999). E, além disso, as eleições estão aí! Não podemos deixar desandar a ponto de perdermos os direitos alcançados até agora. Isso me preocupa muito! Também não posso deixar de lado a localidade onde moro, o interior Paulista. A cidade de São Paulo possui uma cena LGBTT forte, o mesmo não acontece no restante do estado e do país, mas mesmo assim com casos de homofobia que escandalizam. Temos que batalhar pela diversidade e encontrar formas eficazes, estreitando os laços com políticos que apoiam os direitos dos LGBTTs e nos engajarmos com eles. Quem sabe, criarmos manifestações, formas de comunicação, sites, portais (digo isso devido a minha formação, em Computação). A batalha por nossos direitos não pode ser somente durante as paradas de orgulho. Há então uma necessidade de estreitar a comunidade Leather, as demais comunidades da diversidade que compõe a bandeira LGBTT e a sociedade.

5)  Na sua opinião, o que pode ser feito para que a Cultura Leather seja difundida em todo o país?

Diversos encontros estão acontecendo como o “Leather na Rua”, idealizado por Ricardo Riconfire e CigarMasterSP, e o “Jantar Leather SP”, promovido pelo Dom Barbudo, é um exemplo do que devemos promover no país. Festas em ambientes fechados são ótimos pois possibilitam uma maior segurança, mas ambientes abertos promovem a visibilidade. Até mesmo a apropriação de certos acessórios (como o harness) em outros ambientes aponta uma certa visibilidade; mas temos que ir além e promover também a tolerância e a aceitação. Dentro e fora da comunidade LGBTTs (por isso a bandeira LGBTT é tão colorida!). Além disso, a comunidade necessita se envolver em ações que promovem uma sociedade melhor. Um rumo, seria eventos de caridade, como a comunidade no exterior está fazendo.

6)  E o que você espera da sua participação no IML?

Representar bem a comunidade brasileira! O Mr Leather Brasil 2017 fez uma ótima representação e uma ótima marca, ficando em 10º lugar entre os candidatos. Espero poder superar esta marca (e irei batalhar por isso! rsrs)

7)  Qual a sua peça de roupa de couro favorita e por quê?

A minha peça favorita é um harness estilo gladiador (embora tenha um apreço especial por cada uma). A primeira vez que a vi, em uma loja, fiquei encantado por ela! Não resisti e comprei. Foi a minha primeira peça de couro e de fetiche se excluirmos sapatos, botas e cintos de uso no dia a dia. Quando a uso, me sinto muito sexy. Acho seu encaixe maravilhoso no meu corpo.

8)  Muitas pessoas relacionam o Leather ao BDSM. Você é adepto do BDSM e, se for, qual a sua prática favorita? Conte-nos um pouco da sua experiência nesse quesito. Caso a sua resposta seja não, como você vê esse universo?

Já realizei algumas práticas, mas não posso afirmar que sou um praticante frequente: depende muito de quem estou e a atmosfera existente (traduzindo em poucas palavras, o “tesão da hora” rsrs). Este é um motivo por não me intitular Mestre (Dom) ou Escravo (Sub) e me identificar mais como um Switch. Mas acredito que o importante é os envolvidos estarem afim de realizar seus desejos, sabendo de seus limites e respeitando os limites do outro e garantindo a integridade física e mental (o que chamamos de São, Seguro e Consensual). Mas o bom é que tenho muitos desejos ainda a praticar (uma delas envolve o uso de um equipamento com o meu primeiro nome rsrs).

9)  Agora uma pergunta picante, você já teve alguma experiência sexual envolvendo o couro? Relate-a para seus fãs, com detalhes! E caso não tenha tido ainda, cone-nos, também com detalhes, qual a sua fantasia sexual relacionada ao couro?

Claro!! (riso de canto da boca devido ao êxtase com as lembranças) Quem já viajou a França, Alemanha, Espanha, República Tcheca (ou outros) e foi a bares Leathers vai saber do que estou falando! Mas para quem não teve a oportunidade ainda, vou deixar alguns detalhes: um bar com pouca iluminação que destaca o brilho das roupas em couro de seus frequentadores espalhados em diversas partes. Alguns homens em cantos escuros observando sorrateiramente outros que estão no bar a conversar ou a se embriagar com uma cerveja. Alguns totalmente em couro, outros sem camisa e alguns somente com jockstrap. Cheiro de masculinidade e de couro no ar e olhares interesseiros a pairar. Uma música ambiente, não tão alta que impeça de escurar os sussurros vindo de outros locais. Encaradas, algumas acompanhadas com sorrisos de canto de boca que oferecem um convite ao desfrute. Enquanto isso, a diversão corre solta no backroom ou no andar de baixo. Indo em direção a este lugar, cada vez há menos luz. Após os olhos se acostumarem com a pouca quantidade de luz, você começa a ver sombras se movimentando e seus detalhes. Algumas compostas por dois ou mais corpos. Você olha para a direção que deseja caminhar, e observa um cara sentado e, quando desvia o olhar para baixo, vê um outro lambendo as suas botas. Passando por ele, logo mais adiante, você se depara com um casal, mas não se abraçando: um está amarrando o outro para, então, lhe dar prazer ao roçar a sua roupa em seu corpo seminu imobilizado. Bom, o resto, deixo para a imaginação do leitor (ou me procure para conversar a respeito, rsrs).

10) Deixe uma mensagem final para os seus fãs.

Não se acanhe ou se envergonhe por ter fetiches, seja o fetiche em couro ou qualquer outro. Ahh venha e participe das festas e encontros! Não tem roupa em couro? Não tem problema, venha do jeito que goste de se vestir. E claro, não posso deixar de dizer que participem do concurso por meio do voto online! E, se curtiu meus pensamentos, meu jeito e meu visual, conto com teu voto para ser o Mr Leather Brasil 2018.

ENCONTRE O DEH LEATHER

Facebook: dehleather

Instagram: dehleather

BLUF: member: 3786

Meus agradecimentos aos fotógrafos: RONALDO DONIZETI & MÁRCIO MATTOS

LINK PARA A VOTAÇÃO

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