GUIA COM FOTOS: PASSO A PASSO DE UMA SESSÃO BDSM COM FIEL

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“Como funciona uma sessão?”, muitos se perguntam… Em comemoração ao 24/7, fiquei pensando nessa dúvida que muito tem a ver com umas das relações mais representativas do BDSM – a dominação e a submissão.

Quando o Dom Barbudo me convidou, lembrei na mesma hora do muito que ele próprio já me ensinou. E decidi não escrever sobre nada complexo deste nosso mundão “kinky”. Não… Eu voltei uns passos atrás, a quando tudo começou, e lembrei de uma pergunta que eu me fazia o tempo todo. Uma pergunta que, a propósito, me fazem o tempo todo. Uma pergunta que hoje, anos depois de experimentar o lado menos baunilha da vida, pode parecer simples para mim e para muitos, mas que um dia certamente nos deixou nervosos: “afinal, como funciona uma sessão?”.

É isso! Vamos bater um papo simples, direto e ilustrado com fotos das minhas sessões? Em 13 etapas, vou te passar um passo a passo basiquinho, mas muito eficaz.

1. As primeiras conversas

Tecnologia:
troque informações
(e nudes, por que não?)

Tudo começa, obviamente, de uma conversa. E, aconselho eu, que converse muito antes. Seja você um dominador ou submisso, não tenha pressa ou vergonha de tirar dúvidas e criar certa confiança. Os encontros estão cada vez mais rápidos hoje em dia, mas saibam que uma sessão é algo mais profundo que uma transa rotineira, e para ser gostoso, é preciso conhecer melhor o outro. Aproveitem a troca de informações (e de nudes, por que não?) que a tecnologia nos permite. Depois disso, é só combinar direitinho – muitos dominadores já passam as regras do primeiro, tipo de vestes que o submisso deve vestir, algum ou outro acessório, como se portar ao chegar… E é aí que passamos para o segundo passo…

2. Pose de submisso

O mínimo de contato visual, o máximo de respeito

Ajoelhado, de frente para a parede, braços para trás e cabeça baixa. Essa é a pose de submisso! Para mostrar-se pronto para a sessão, um submisso deve mostrar sua submissão logo que chegar ao local combinado. O mínimo de contato visual, o máximo de respeito. É assim que o clima de uma sessão começa. No meu caso, gosto de conversar um pouco com a pessoa antes de colocá-lo na posição (isso quebra o gelo e faz meu cachorro se acostumar com um estranho no apartamento). Passada a adaptação, o sub entra na pose, ligo minha playlist com músicas que me inspiram em sessões e o deixo lá por uns 10 minutos – tempo suficiente para me vestir (não é fácil entrar no couro!) e deixar o submisso bem nervoso.

3. O espelho e a descoberta fetichista

Não há preço que pague a cara de um sub quando se vê “montado”

Deixo o submisso ali, vendado, em um clima sensual e misterioso, com sons e luzes instigantes que ele não consegue assimilar. Enquanto isso, posiciono um espelho bem na frente do sub e começo a vesti-lo com harness, coleira, quem sabe um bracelete, algemas, máscara, o que me der vontade na hora. Ao tirar a venda, a surpresa: o submisso se vê “montado”. Para os que estão sendo iniciados, é a primeira vez que se vêem materializados como fetichistas – a sensação estampada em suas faces, meu amigo, não tem preço.

4. Na sensualidade, surge o contrato

Uma sessão tem termos pré-acordados

Começam os jogos de sedução. Com o submisso arredio, muitas vezes assustado, é hora de escorregar os dedos por seu corpo, fazê-lo sentir o couro ou outros materiais, arrepiá-lo com sussurros e toques. É também essa a melhor hora para introduzir o submisso às regras. Sou adepto do SSC (são, seguro e consensual), então considero esse momento essencial. Imprescindível deixar claro ao submisso que uma sessão tem termos pré-acordados e que uma relação de dominador e submisso é como um contrato com limites, preferências e, o mais importante: a palavra de segurança, aquela que quando dita pelo submisso deve fazer o dominador pegar mais leve, mudar de prática ou parar imediatamente.

5. Para colocar o submisso em seu lugar, comece pelos pés

Entre as pessoas que assumem ter algum tipo de fetiche, podolatria é o mais comum

Onde é o lugar de um submisso? No chão. Então, nada melhor do que começar por baixo, para acostumá-lo a ficar sob os pés do dominador. Brincadeiras à parte, iniciar uma sessão assim é realmente eficaz. Colocar alguém abaixo, enquanto o encara de cima e dá ordens, impulsiona rapidamente a relação de posturas entre dom e sub. Não é questão de superioridade versus inferioridade, mas é importante desde já deixar claros os papéis de cada um na cena. E, vai por mim, pisar, fazer o submisso adorar seus pés, massageá-los, lambê-los e desamarrar seus cadarços com a boca facilita muito. Além do mais, as chances de ele gostar são grandes – ainda hoje, são poucas as pessoas que assumem ter algum tipo de fetiche (entre 15% e 25% dos adultos na Europa e nas Américas), e das escolhas, podolatria é a mais presente.

6. Deixe desejar, mas não deixe ter

Quanto mais tesão o submisso sentir, mais ele vai aguentar

Nesse jogo que funciona quase como preliminares, o dominador estabelece sua potência sobre o submisso conforme mostra que é ele quem decide o que o submisso pode ter ou sentir. É testando o submisso com tons de voz, tipos de ordem, intensidades de força em uma prática ou outra que o dominador reconhece o território e se prepara para assumir de vez seu lado dominador. Pode parecer difícil nas primeiras sessões, mas vai se tornando natural, quase como uma interpretação de personagem que, com a experiência, passa a ser parte de você. Use e abuse de toques cada vez mais fortes, a sensualidade dos corpos, o ritmo da música e dos sons. Sinta o desejo do submisso e faça-o querer mais e mais. É pura fisiologia: o estímulo sexual libera endorfina, que por sua vez atua na inibição da dor. De forma simplista, quanto mais tesão o submisso sentir, mais ele vai aguentar na sessão.

7. Fazer do simples um desafio

Sua imaginação é o seu limite

O jogo continua! Mas o que antes era movido principalmente pelo psicológico do submisso, agora começa a ter barreiras físicas. Acontece que por mais nervoso que ele esteja, em algum momento começa a se acostumar com a submissão, e é aí que o dominador pode dificultar as coisas. Pedir para o submisso tomar banho algemado, por exemplo; fazê-lo caminhar pelo cômodo vendado (óbvio que com todas as precauções necessárias para não machucar ninguém sem consentimento); começar a adestrar um puppy andando de quatro e encoleirado; dar de comer em uma tigela, sem usar as mãos; mandar dar respostas claras enquanto faz cócegas… Enfim, sua imaginação é o seu limite. Acredite, vai ser divertido para os dois.

8. Recompensa ou punição?

Vale a pena dar um incentivo para continuar acertando

Sou adestrador de cachorros por hobby. Cachorros animais mesmo (humanos também, mas isso é outra história). E quem treina cães sabe que a melhor forma de ensinar bom comportamento é punindo quando erra, agradando quando acerta. Coisas simples que vão moldando a sessão: o submisso errou? Coloque de castigo, passe exercícios forçados, coisas menos prazerosas; mas se ele acertou, vale a pena dar um incentivo para continuar acertando: um beijo, um cuspe, deixá-lo tocar seu corpo…

9. Uma leve privação de sentidos

Cada toque parece mais intenso e assustador

Papéis definidos, comportamento setado, tesão acumulado. Agora começam as práticas mais interessantes. Gosto de tirar os sentidos do submisso aos poucos, assim, cada toque parece mais intenso e assustador. Uma venda (na verdade, eu sempre uso a própria camiseta), cordas nos braços, mobilidade reduzida, uma meia na boca, fones de ouvido para deixá-lo sem percepções do ambiente. Explore o corpo do submisso, faça-o tremer de dor e prazer, pedindo pela próxima ação.

10. Spanking

Até baunilha diz que “um tapinha não dói”

Salvo raríssimas exceções, para mim não existe sessão sem spanking. Talvez por apreciar muito os bumbuns, não sei. Mas gosto muito, gosto mesmo! Não tem introdução melhor ao masoquismo, e agrada a todo tipo de resistência. Até baunilha diz que “um tapinha não dói”, então por que deixar de fora, não é mesmo? Spanking tem a ver com punição, humilhação, submissão… Nada mais BDSM do que isso! Enfim, existem muitos níveis de spanking e pessoas com tolerâncias diferentes, mas a regra é uma só, e já falei no passo 6 – mais excitação, menos dor. A receita para um bom spanking é simples: comece com carícias, aqueça com tapinhas, passe para os clássicos cinto e chinelo, avance para chicotes como o de montaria, depois floggers, que são mais intensos, e se conseguir chegar ao nível avançado, temos os kanes, rabo-de-gato, single whip e o que mais sua criatividade permitir.

11. After care, o carinho que faz diferença

Já ouviu falar de “after care”? Em inglês, é algo como “carinho posterior”, que vem depois. É simples, o submisso acabou de apanhar de todas as formas possíveis. Por mais resistente que ele seja, certamente ficou sensível (seja na pele, seja psicologicamente). Ele precisa (e merece!) carinho e atenção. Gosto de usar um hidratante, espalhar pelos locais afetados, leve e amigavelmente. Você pode até brincar com óleos de massagem, mas evite químicos fortes e artificiais, já que pode haver pequenos cortes e áreas mais irritadas. After care é um ato de responsabilidade do dominador, considero imprescindível. Além de garantir a proteção do seu submisso, fortalece os laços de confiança entre vocês.

12. Clímax: fetiches mais intensos

Um bom dominador deve conhecer as vontades e limites do submisso

Chegando ao fim da sessão, é hora do clímax, o momento mais intenso. É aqui que podemos explorar fetiches mais intensos, como mumificação, wax play (as velas), eletro, agulhas, bondage, fisting e por aí vai. Mas como escolher? Voltamos à importância daquela conversa no início de tudo. Um bom dominador deve conhecer as vontades e limites de quem domina, até para tornar cada sessão incrível e memorável. Prepare-se, pois este é sem dúvidas o momento de maior desafio do dominador e maior prazer do submisso.

13. Orgasmo?

Mesmo sem colocar o pau pra fora, sinto como se tivesse gozado umas
10 vezes!

Fiz este guia inteiro baseado em uma dúvida recorrente: “como funciona uma sessão?”. Agora, vou fechar falando de outra pergunta que me fazem pelo menos uma vez por semana: “você transa com seus subs?”. Sempre respondo da mesma forma, e é assim que vou fechar o passo a passo de uma sessão… A primeira coisa a se ter em mente é a diferença entre fetiche, BDSM e sexo. Três mundos que se complementam, mas que são totalmente independentes. Você pode ter um fetiche sem curtir BDSM; Pode praticar BDSM sem envolver sexo; Pode até fazer uma sessão entre dois homens héteros, um dominando e o outro se submetendo… Pode tudo, menos pré-conceitos! Dito isso, eu, Fiel, nem chego a tirar meu pênis para fora em 70% das minhas sessões. E mesmo assim, sinto como se tivesse gozado umas 10 vezes!


Agora, é com vocês.

Não existe fórmula mágica, mas espero ter dado um norte. O resto, vai do tempero de cada um.

AUTOR: FIEL

Às vezes me pedem para ser mais Rafael quando sou Fiel, às vezes para ser mais Fiel e menos Rafael. A verdade é que eu nem sei mais, os dois são um, e um são dois ao mesmo tempo, ou talvez em seus momentos.

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