COM A PALAVRA – YURI KATANA

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Apresento-lhe uma das Mulheres que faz parte do time de homenageadas deste ano do Dia da Mulher 2021.

E com a palavra, YURI KATANA

Quem é você mulher? Defina-se!

Nossa, se auto definir é uma tarefa bem difícil… vou usar como base a minha propria definição que está no meu blog:
Sou neta de japoneses, 100% nissei e gosto de moda e da cultura pop, hentai e geek que é consumida nos dias de hoje. Me considero uma nerd light (risos)
No BDSM, sou feminina, educada, discreta, criativa, espontânea e perversamente phyna. O fetichismo faz (e sempre fez) parte do meu mundo, principalmente couro e saltos altos. O enebriante cheiro de couro me excita, me fascina.
Sou fascinada pelo aspecto psicológico do ser humano. Isso instiga minha curiosidade. Gosto de analizar o comportamento humano, tentando entende-lo (sei que é uma tarefa inglória, dada a complexidade da mente humana) e com isso avançar no meu processo de auto-conhecimento. Ver e refletir sobre defeitos e qualidades dos outros ajuda a identificar os meus!
Diante de tudo isso, posso me definir como uma mulher em constante mudança, em constante evolução. A mulher de 10 anos atrás não chega perto da que vos fala agora e isso me deixa muito feliz.

Você acredita que as mulheres se dão bem com seus fetiches? E você? Se dá bem com os seus?

Acredito que existe ainda um longo caminho a ser percorrido até que consigamos fazer com que as mulheres se sintam bem em assumir sua sexualidade e consequentemente, seus fetiches. A sociedade tem um papel repressor muto forte e quebrar paradigmas e normatizar um novo padrão é uma tarefa “de formiguinha”. Eu consegui, após um longo período de transição e aceitação, encarar meus fetiches de modo natural, como sendo parte de mim. É necessário desenvolver o auto-conhecimento para se chegar ao ponto de priorizar o seu próprio eu e se libertar das amarras sociais.

Qual seu maior fetiche ou desejo?

Ser milionária e vacinada! (risos) Brincadeiras a parte, acho que não tenho um único “maior fetiche ou desejo”. Sou uma mulher curiosa e aberta a novidades. Já fiz muita coisa na vida e considero minha vida sexual bem evoluida. Então, em relação a sexo, creio não haver um grande desejo ou fetiche. Já no universo fetichista, acho que meu maior desejo no momento é experimentar uma paramentação 100% em látex (siiim, por incrível que pareça, o látex é um território incógnito para mim).

Até onde você iria para viver de forma saudável a sua liberdade de expressão sexual?

Eu faria o que fosse necessário. Se não for algo que prejudique, fisica e mentalmente, a mim ou qualquer pessoa que me importo, não vejo motivos de me privar dos meus desejos.

Simone de Beauvoir disse que não se nasce mulher, mas sim que a pessoa se torna mulher. O que isso fala sobre você?

Muito. Ser mulher não significa apenas nascer com uma vagina. Você se torna mulher a medida que vai se conhecendo. A vivência e maturidade contam muito e definem todo o seu modo de pensar e agir. Ser mulher na sociedade machista atual, é saber lidar e superar obstáculos como preconceitos e volências e a cada batalha ganha, isso fortalece o “ser mulher” interior.

Brené Brown disse que “é preciso coragem para ser imperfeita. Aceitar e abraçar as nossas fraquezas e amá-las. E deixar de lado a imagem da pessoa que devia ser, para aceitar a pessoa que realmente sou.”
Como foi para você essa jornada de descoberta?

Eu ainda estou nessa jornada (risos)! O processo de desconstrução de um ideal é difícil e envolve muito auto-conhecimento. Quando a pessoa tem como característica tentar agradar as outras, se importando com a opinão alheia, esse processo é ainda mais penoso. Então, sigo nessa luta, trabalhando o auto-conhecimento, a auto-aceitação, entre outros “autos” e acumulando a coragem nescessária para auto declarar todas as minhas imperfeições.

PARA AS BDSMer,,, continua…

1) o que é ser mulher BDSMer pra você?

Para mim, ser uma mulher no universo BDSM é enfrentar pré-conceitos de todos os lados. Ser Top ou bottom mulher, implica ser rotulada e com a entrada de novos praticantes, que em maioria chegam sedentos de práticas e deficitários de teorias e conceitos, muitos conceitos machistas presentes no baunilha cruzam e se misturam no universo BDSM. A grande maioria não sabe separar esses mundos e acaba transferindo todos os seus preconceitos para um universo que deveria ser livre deles. Mas existe o lado bom, pois no BDSM a mulher pode se libertar dos conceitos socialmente aceitos e desejáveis e ser quem ela realmente é.

2) você acredita que existam _mulheres Red Flags_?

Eu acredito que o conceito de Red Flag não depende de gênero ou posição hierárquica, e sim do caráter de cada ser humano.

3) você consome conteúdo fetichista *criado e divulgado* por mulheres?

Sim! Na verdade dou preferência a empreendedoras mulheres, tanto em produtos como em serviços. Gosto de divulgar e incentivar essa força. É uma forma de valorizar a coragem e trabalho de todas.

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