Você já se sentiu desejado? | Relato – Pós Sessão – Fetichista 192

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Você já se sentiu desejado?

Não, não estou falando de um momento de excitação, de palavras jogadas antes de uma foda qualquer e nem mesmo de amor. Preste bem atenção: você já se sentiu desejado? Desejado de verdade, pelo que você é, pelo que a pessoa ainda nem sabe de você, pelo simples fato de ser você?

Então, repito: você já se sentiu desejado?

Pois eu descobri que não. Nunca havia sido desejado. Já tinha recebido elogios por aí, sim. Já vi gente me querendo, me tendo e me querendo novamente. Já tive pessoas que me amaram, algumas de sentimento bem verdadeiro, de períodos longos. Certamente já sentiram tesão por mim (ou não, o contrário com certeza já aconteceu também). Mas nunca, e eu falo de boca cheia dos sabores que senti há pouco, fizeram-me sentir desejado, querido, gostoso e bonito como o senhor Dom Barbudo fez…

Tudo faz parte do que acontece naquela cerca de duas horas que mais parecem um dia inteiro. É tudo é feito milimetricamente por um cara que não carrega o título de Dom à toa.

Quando digo tudo, é tudo mesmo. O mistério, o medinho, a ansiedade causada ao longo da semana. Os pedidos e exigências. As regras e o perigo da punição. As luzes sombrias do corredor que leva à masmorra. A presença invisível de alguém superior. As músicas. A garoa soturna lá fora e até os relâmpagos que, por sorte minha, cintilaram à janela. Cada som e cada sensação, cada vibração que aquela música causou em meu corpo em harmonia bizarramente perfeita a seus toques e movimentos.

Começou com a forte respiração em meu pescoço, talvez minha parte mais sensível, seguiu-se no encostar daquela barba e, enfim, no contato visual. Medo? Segurança? Animação? Excitação? Sim, tudo isso.

As memórias arrepiam meu corpo até o momento. E acho que durarão horas. São marcas que não acabam na sessão. Ficam comigo por dias, lembrando-me de tudo o que foi bom a cada vez que encosto sem querer em um centímetro de pele que doeu. Ou melhor, que deu prazer.

Não se trata de medo, mas de respeito. Não é falar grosso obter cara de mau, é manter postura. Não é ignorar o prazer do sub – é se preocupar, acima de tudo, com o prazer do sub.

Foram muitas coisas, tantas que perigo me distrair em pensamentos se tentar listar. Mas preciso reforçar como gostei de ser mordido infimamente e sem dó pelo homem que já me havia feito lamber, beijar, chupar, rastejar, ajoelhar e me submeter.

Disse-me nunca haver mordido alguém assim antes, e logo gozou em minhas coxas sem que ao menos tocássemos àquela hora. De puro tesão. Se realmente proporcionei tudo isso, não sei dizer, mas me fez sentir tão bem. Ali, deitado, eu tinha passado por pelos menos cinco preliminares, transas, clímaxes e gozos seguidos. Mas não foi fisicamente… Foi na alma que tudo isso aconteceu.

Lembra da pergunta lá em cima? Você já se sentiu desejado?

Meu dom conquistou minha lealdade. Posso até adestrar também, mas é ele quem tem minha coleira. Vou ser sempre seu cachorro, mas serei o alfa.

Foi só uma iniciação, mas já foi o suficiente para me deixar seguro de mim, do meu corpo, da minha pegada, do meu eu. Imagine as próximas como serão…

 

 

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