AQUELE OLHAR PENETRAVA NO MAIS PROFUNDO DO MEU SER | RELATO FETICHISTA 420

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Aquele dia havia começado tenso.

Sabia o que me esperava mais tarde, estava atônito.

Cumpri minhas tarefas acompanhando a vinda de meu companheiro e mestre. Confesso que pensei por diversas vezes cancelar o encontro com o Dom Barbudo, mas resisti firmemente, sabia que seria muito importante ao meu mestre. Apesar da chuva forte e contratempos chegamos. Estar ao lado dele me deixava mais seguro. Enquanto subia no elevador, minha mente criava inúmeras situações possíveis e como sair delas, me deixando ainda mais seguro. Mas eu pensava a todo o momento olhando para meu grande amor “Ele está aqui e não deixará nada de ruim acontecer comigo!”.

Chegamos à porta da masmorra, um último beijo rápido selou nossa cumplicidade.

A porta se abre, um arrepio percorre minha espinha e me faz respirar mais fundo. Meu coração acelera, há um zumbido no ouvido. Sim estou muito nervoso, querendo correr, me perguntando o que estou fazendo ali, mas a resposta vem instantânea “é importante pra ele e ele é importante pra mim!”. Há momentos que tudo parece em câmera lenta.

Ao entrar, o ambiente escurecido pela forração acústica das paredes, aliado a uma grande variedade de acessórios expostos assim como as ferramentas de um artesão e móveis de couro me oprime.

Ainda não havia tido coragem de olhar para o Dom Barbudo.

Ouvia a conversa entre eles, mas o zumbido no ouvido e minha pulsação acelerada me tonteavam e diminuíam um pouco da minha compreensão. Sentamos em cadeiras de couro, um ao lado do outro, por ordem do Dom.

Eu não conseguia olha Dom Barbudo nos olhos, eu tenho esse costume de olhar nos olhos das pessoas, mas me sentia oprimido e não sabia se podia, ou se deveria.

Dom Barbudo discorreu a respeito de práticas básicas, questionou sobre nossa relação. Foi quando recebi a ordem de me ajoelhar de frente ao meu mestre e lamber-lhe os sapatos. Naquele momento eu só conseguia pensar em quanto o amava e que faria de tudo para fazer-lhe feliz. Cumpri a ordem me ajoelhando e servindo-lhe da forma que achei ser a correta. Dom Barbudo nesse momento estava com os pés sobre as minhas costas.

Pensava que estava fazendo um bom trabalho, mas meu mestre achou que eu podia melhorar. Dom Barbudo mandou que me castigasse. Nunca havia tomado um tapa no rosto, não um de verdade. Olhava com os olhos marejados dentro dos olhos do meu mestre, implorando para que não o fizesse… Nunca havia antes sido dominado dessa forma. Nosso sexo é quente, forte, intenso, ordens implícitas e explícitas, entrega total… Mas entendi ali que sexo e dominação não são a mesma coisa, e nem sempre estão juntos. Devidamente punido, me devotei mais, pois não queria passar novamente por aquilo. Não ali.

O interfone toca e Dom Barbudo manda que eu me levante. As pernas bambas, não sei dizer o que as deixaram assim. Enquanto esperávamos quem subia, ao responder uma pergunta, olhei nos olhos do Dom. Um belo e atento par de olhos azuis, vítreos e penetrantes. Senti-me despudoradamente invadido, transparente… Aquele olhar penetrava no mais profundo do meu ser, sentia como se ele conseguisse ler meus pensamentos. Fiquei sem voz. Depois daquele momento, não conseguia mais não olhar em seus olhos, quando tentava desviar os olhos, sentia como se ele me repreendesse por tentar esconder algum pensamento.

A pessoa esperada chega. Um jovem atraente, com um semblante marrento adentra a masmorra e ao nos ver ao fundo da sala sentados faz uma cara de desaprovação, tentando entender porque estávamos lá. Seguindo ordem do Dom, despiu-se rapidamente e prostrou-se como deveria ser. Dom o encoleirou e imobilizou usando correntes e cadeados. Antes de iniciar suas práticas, me deu seu celular e ordenou que fotografasse. Tenho prazer em fotografar, me vejo talentoso nisso, pois faço com amor, sempre! Aqueles olhos me devastavam e estilhaçavam por dentro, enquanto os ouvidos atentos captavam as ordens e o cérebro as entendia, mas eu não estava ali, me sentia dissecado em meu próprio corpo.

Entre esse turbilhão de sentimentos, pensamentos e sensações, vi e desejei aquele jovem. Um corpo longilíneo, uma pele sedosa, pêlos e cabelos de um louro acobreado que me colocava em dúvida se o definia como loiro ou ruivo. Um traseiro redondo e arrebitado, firme, um penis reto, grande, grosso, glande avantajada e rosada, como já se devia esperar, que enrijecia e pulsava cada vez mais e de forma mais frenética ao mínimo contato com Dom Barbudo, que ainda o aparamentava para que a prática se iniciasse. Naquele momento eu o desejava, queria fazer sexo com ele, lamber seu corpo, sentir o sabor da sua pele e o possuir com força, fazê-lo gemer e urrar de prazer sob meu corpo pesado, suado e densamente coberto de pêlos, como meu mestre gostava de me ver fazer com os submissos que já dominamos juntos.

Dom Barbudo, agora sentado de frente para o marrento, conversava coisas que pra mim naquele momento eram inaudíveis. Um cockring de couro foi colocado na base do pênis e saco, até que vi o selo de castidade sendo colocado, um anel grosso de metal, com grampos dentro que foi selado com um cadeado. Fiquei exasperado e uma leve falta de ar me tomou de assalto. Com este último ato, a sessão se iniciou. Pelo menos foi o que minha mente inexperiente julgou estar acontecendo. Beijos quentes e profundos se seguiram. Dom Barbudo atacou os mamilos róseos com uma voracidade bestial, enquanto seu submisso se contorcia, talvez para tentar fugir, talvez para na gemer alto, eu jamais saberia dizer. O pênis trancado era esfregado por uma mão voraz embebida em um lubrificante que esquentava, aumentando a sensibilidade e o tesão. Isso se seguiu, no que pra mim foi uma eternidade que acabou num piscar de olhos. Não conseguia focar em meu mestre, somente assistia àquela cena buscando aprender tudo o que pudesse para satisfazê-lo.

O submisso marrento foi preso à parede em pé, pernas soltas e levemente afastadas, punhos presos na altura da cabeça, olhos vendados. Depois de prendê-lo, Dom Barbudo me invade novamente com aquele olhar e me pergunta o que sinto, preciso desviar o olhar para pensar e responder, ele me deixa oco e desatento. Não sei como me sinto, me sinto confuso, essa é a verdade! Eu tenho desejos… Quero o submisso marrento, quero dominá-lo, quero o seu lugar, quero ser dominado e aprender, sinto tesão, meu corpo formiga, mas é um tesão confuso que não me causa a mínima ereção. Sinto-me pobre por me sentir e me perceber tão falocentrico. Enquanto tento me entender, algo é retirado de uma gaveta e começa a ser usado para estimular o corpo do submisso, uma máquina que emite vibrações, sinto minha cabeça esquentar e minha pele vibrar como se aquilo estivesse sendo esfregado no meu corpo.

Dom Barbudo coloca seu marrento sentado em seu colo e depois ao seu lado. Eu só conseguia admirar aquele corpo esguio, aqueles pentelhos louro acobreados, aquela ereção pulsante. Os acontecimentos seguintes pra mim são apenas borrões na memória de uma mente confusa pela situação. Quando um pouco do controle me voltou, me vi ajoelhado lambendo vorazmente o pé direito do marrento enquanto meu mestre sugava seu pênis. Aquela visão me excitava. Sentia-me à admirar uma estátua grega. Recebi a ordem de trocar de posições com meu mestre. Encarei aquele falo rijo e com desejo abocanhei-o. Sugava por completo e com força. Da forma como sabia que satisfazia meu mestre, não desejava ser punido, o único que meu ego admitia punição era meu mestre, que lambia os pés do marrento, me mostrando como se deveria fazer. Eu sugava de olhos fechados, aproveitando o momento, aproximei minhas mãos de seus testículos e seus pentelhos encaracolados, queria sentir mais a maciez de sua pele e pêlos. Meu desejo era levantar, sentar sobre seu peito, introduzir meu pênis rijo em sua boca e agarrado em seu cabelo ensiná-lo como servir um macho com a boca, mas não podia, meus desejos são nada em frente às vontades e ordens do meu mestre.

Passamos meu mestre e eu, a servir o Dom Barbudo, lambíamos as botas, em seguida as tiramos e lambemos os seus pés. Vi meu mestre ser objeto de ensino para mim, ser punido. Com muita dor o vi ser golpeado com um chinelo que trazia estampado o escudo do Corinthians. Eu entendia a humilhação disso, uma vez que meu mestre é palmeirense. Senti vontade de chorar, mas me contive, pois se começasse a chorar não teria o controle para parar e estragaria tudo, envergonharia meu mestre.

Seguimos para o quarto, onde se daria o desfecho daquela sessão tão intensa com Dom Barbudo. Fomos de quatro, como animais. Estava exausto, meu corpo doía. Dom trocava carícias com marrento, quase ignorando nossa presença, até que nos indicou onde ficar para contemplar seu orgasmo e ejaculação sobre o corpo de seu submisso. Deitou-se sobre o marrento com o pênis encaixado em sua pélvis. Foi esfregando-se intensamente, cada vez mais rápido, arfava e gemia. Eu me imaginava sobre o submisso em posição semelhante, porém com ele de bruços e sendo penetrado e devorado vorazmente por mim, até que meu devaneio foi interrompido por um gemido mais gutural e o sêmen começou a jorrar, escorrendo pela cintura do submisso, senti meu pau umedecer.

Agora era a vez do marrento ter seu orgasmo. Dom Barbudo nos ordenou que voltássemos a lamber os pés do marrento, porque ele assim o havia pedido. Seus pés estavam sendo lambidos, se masturbava, tinha sua pélvis e ânus massageados habilidosamente por Dom Barbudo enquanto ainda recebia beijos profundos e acalorados. Arfava, gemia e se contorcia, cada vez num ritmo mais descontrolado. Até que sua porra começou a jorrar. Cinco ou seis jatos fartos foram expelidos acompanhados de gemidos descontrolados abafados pela boca do Dom. Eu e meu mestre exaustos sentamos no chão, encostados na parede. Um beijo breve, um olhar profundo e um “eu te amo” mal balbuciado selaram essa experiência única.

Saí de lá destruído física e psicológicamente. Preconceitos, orgulhos, paradigmas. Todos lançados ao chão em farelos.

Demorei mais de uma semana para conseguir escrever esse relato. Demorei mais de uma semana para juntar os cacos e entender meus sentimentos.

Meu mestre não é só meu mestre. É meu urso, meu amor, meu amante, meu companheiro, meu melhor amigo, como costumamos brincar, meu “Toddynho” companheiro de aventuras. Estamos juntos há quase 5 anos. O que senti naquele dia, durante aqueles momentos é que não tenho sido tudo o que ele merece, nem de longe tudo o que precisa. Minha submissão vem de meu amor profundo, gigante, sincero e incondicional, não vem de regras criadas por outrem através do tempo. Não me importo mais com convicções ou orgulhos bestas. O que importa pra mim é fazê-lo feliz, submetendo-me cada dia mais às suas vontades, necessidades e desejos.

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