OLHAR, FLERTAR E PEGAR, COISA DO BICHO HOMEM | FETICHISTA 379

Ele cultivou os cheiros de homem durante a jornada do dia e veio cheio de tesão, pois é fetichista acima de qualquer desejo específico.

Contou-me ele sobre uma sedução, dessas que nos acontecem diariamente e que, aos olhos de muitos não tem importância, mas quer saber como funciona na cabeça dos homens tarados por sexo?

É tipo assim: estamos sempre de radar ligado, atentos aos demais caras que chegam perto, que olham nos olhos, que trocam sinais silenciosos entre homens.

Acho que isso é meio de bicho do mesmo sexo, as atração de corpos masculinos, não sei identificar a origem, mas acontece e não é só entre homossexuais, vários héteros olham, paqueram, emitem o sinal secreto e para quem está com antena ligada, a mensagem é clara, mas muitas vezes sútil.

Sempre estou ligado e ele também me contou que é assim que funciona, por isso a identificação, mas vamos a sua confidência.

Ele estava no buzão, indo para o trabalho e como que uma rotina, um cara tesudo sempre entra no mesmo ponto e ele não deixava de observar o cara, paquerava afrontosamente, mas nunca foi correspondido.

Até o dia em que o homem bonito percebeu e o melhor: correspondeu.

Isso passou a ser frequente, até que em um dia o nosso Fetichista 379, a quem lhes apresento agora, aproximou-se dele e ficou olhando fixamente.

Mas não foi correspondido naquele momento, frustração total.

Será que tudo não passou de um engano? Vergonha…

Mais tarde depois do trabalho e voltando pra casa, o nosso Fetichista pegou outro meio de transporte e neste, com a aglomeração e a aproximação torna-se quase que inevitável, pois transporta muita gente e os espaços são colados.

E quem estava ao seu lado na hora do embarque?

O lindão, alvo dos seus desejos mais libidinosos. O pau voltou a se manifestar, mas discretamente, com medo da rejeição.

Ao entrar, nosso amigo posicionou-se estrategicamente perto do seu alvo. O caminho faz as pessoas tocarem-se e o lindão foi chegando cada vez mais perto, na certeza de que também estava interessado no nosso Fetichista 379.

Mas é preciso uma confirmação, uma autorização tácita, caso contrário é abuso e isso não é o que sentimos prazer, nisso ambos concordamos aliás.

O rapaz olhou nos seus olhos, percebeu quem era claramente ele teve a aprovação, resposta confirmada, os braços grudaram-se, depois foi o corpo e ficaram assim colados por grande parte do percurso.

Não foi nada consumado, mas serviu para deixar o começo do dia do nosso rapaz mais tesudo e com um desejo em grau exponencial.

Sei bem como é isso, esses encantamentos que temos pelas paqueras e quando acontece a reciprocidade é uma felicidade motivadora. O dia pode estar uma merda, mas já essa alegria faz tudo ganhar cor.

Nesse cenário começamos a teclar naquele dia, mas claro que eu nem imagina uma terça parte desse texto. Isso tudo ele me contou depois da sessão.

Quando conversamos a única coisa que eu percebia desde o nosso primeiro contato, foi uma excitação gigante, uma vontade maluca do cara de querer ficar com outro homem.

Durante o dia trocamos algumas mensagens, cada vez mais quentes e constantes e tudo combinava, desde a forma de pensar, seduzir e até o querer.

O cara chegou no horário marcado, um cara grande, tesudo e com beijo bom. Já chegou mostrando o tesão e com as mãos rápidas, beija bem e é todo gostoso. Durinho de corpo, malhado do tipo que treina em casa, que faz flexões e abdominais, sem muita grana pra academia ou “frescuras”, como ele mesmo disse.

Estava com um cheiro super tesudo, aquele que exala do desejo de homem para homem, como disse antes, meio bicho, meio macho.

Com certeza o cara estava fissurado em sexo, santa ingenuidade a minha, mas até é bom que tenha acontecido assim e que eu possa reproduzir os nossos momentos, pois muitas vezes julgamos os outros, criamos fantasias ou imagens e na verdade não temos a menor ideia do que se passa na cabeça do outro.

Talvez nesse dia eu tenha sido a projeção do cara que ele tanto deseja e fico feliz por ter correspondido, pois nosso encontro foi mesmo uma fogueira, ardente pra ninguém por defeito.

Foi bom despertar seus desejos, avaliar e transitar por aquele corpo, fazer o cara gemer e se contorcer, certamente de forma diferente do que já tinha vivido até hoje. Talvez até tenha ficado surpreso por ter encontrado outro safado e libertino tanto como ele.

E como é bom esse jogo de machos, forte e valente, meio sem palavras, mais com ações e com reciprocidade de tesão, tipo aquele visceral que tanto procuramos por todos os cantos, com as antenas e sentidos ligados.

Agora já sabem por que os homens olham tanto e para todos os lados.