WAX PLAY

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Prática muito cobiçada pelo seu valor estético, wax play consiste no prazer adquiro através da sensação do calor da vela derretida pingada sobre a pele. Seja utilizada como sadismo/masoquismo ou pelo apelo artístico/estético da mesma, alguns cuidados precisam ser observados, como os tipos de velas a serem usados, bem como técnicas de segurança que devem ser adotadas para evitar maiores riscos.

É altamente recomendado aos iniciantes que desejem começar nesta prática a irem com calma, pois apesar de parecer algo simples, existem muitos problemas que podem acontecer durante a prática por simples e pequenos descuidos, ou até mesmo a falta de atenção em algum momento, que podem ir de leves queimaduras até mesmo a incêndios.
Por isso, todo cuidado é pouco.

Tipos de Velas

Existem uma infinidade de velas que podemos comprar em diversas lojas, desde mercados à lojas de decoração, porém é muito importante saber que a maioria destas não devem ser utilizadas na prática de wax play.

Velas vendidas como decorativas, de gel, cheias de enfeites, brilhos e afins devem ser descartadas automaticamente da lista de candidatas, sem pensar duas vezes. Atualmente podemos dizer, de forma genérica, que temos três tipos de velas encontradas:

● Vela comum (alto ponto de fusão): A primeira que imaginamos quando falamos em velas são as comumente comercializadas em mercados, lojas de decoração ou até mesmo esotéricas. Estas velas não são recomendadas para o uso em wax play, a maioria delas possuem estearina em sua composição, o que além de poder desencadear reações alérgicas, tornam a temperatura da vela mais elevadas, passando facilmente dos 70ºC e aumentando os riscos de queimaduras sérias.

● Parafina pura (médio ponto de fusão): São velas específicas, normalmente feitas especialmente para a prática de wax play. Indicadas para pessoas que têm uma maior resistência a calor e que já possuem alguma experiência na aplicação desta prática. Estas velas não possuem estearina em sua composição e tendem a ter uma temperatura média de 55 a 62º. Em aparência ela pode ser comumente confundida com as velas que possuem estearina, por terem o mesmo aspecto visual que elas, por isso deve-se sempre questionar a composição da mesma antes de comprar e utilizar para esses fins.

● Soja (baixo ponto de fusão): São as mais indicadas para a prática de wax play, sendo base até mesmo para velas de massagem e outras aplicações para a pele. É a que possui menor temperatura dentre as existentes hoje, em torno de 48 a 55ºC. Elas são mais facilmente reconhecidas, para quem já a utilizou antes, por suas cores serem mais leitosas (pastéis) que a mesma cor na parafina pura, também tem um toque mais macio, acetinado ao segurar nas mãos.

Qualquer substância adicionada na composição das velas irá influenciar em sua temperatura, podendo aumentar exponencialmente sua temperatura. Preferencialmente as velas não devem possuir aroma e sua pigmentação não deve ser feita através de corantes a base de óleo, pois estes adicionam óleos às velas, o principal causador do aumento de sua temperatura. Velas coloridas para esta prática devem ser feitas através de pigmento puro em pó.

Também deve-se observar o pavio das velas, algumas apresentam fio de cobre que tendem a cair quando acesos, podendo causar queimaduras em caso de queda sobre a pele e se há uma base metálica no fundo da vela, normalmente utilizada para manter o pavio no local enquanto a vela está sendo produzida, que também tende a cair quando a vela está próxima a acabar.

Segurança


Quando falamos em segurança na prática, normalmente focamos apenas em como executar a mesma em relação ao corpo que receberá a mesma, porém quando o assunto são velas, devemos observar uma série de outros fatos que poderão influenciar no resultado final da prática, visto que o ambiente em si ao redor poderá ser propício a acidentes muitas vezes não imaginados.

Cuidados com o local (ambiente):

• Evitar roupas sintéticas, pois pegam fogo com facilidade.
• Praticar em local seguro e isolado de coisas ao redor que possam ser inflamáveis, como cortinas, determinados tipos de carpetes, etc.
• Tomar cuidado com corrente de vento, pois pode apenas apagar a vela, como também pode derrubar a vela e espalhar as chamas.

Cuidados com o corpo:

• Não ter nenhum tipo de produto na pele que receberá a parafina. Muitas vezes um simples creme pode ajudar reter temperatura evitando que a parafina esfrie no tempo normal, o que pode facilitar queimaduras.
• Testes de alergia podem ser feitos antes da prática, em caso de desconhecerem a possibilidade de alergia. Bastam poucas gotas na parte interna do braço e observar as reações em minutos ou até mesmo de um dia para o outro.
• Observar quanto à alergia ao corante, algumas pessoas possuem alergia específica a alguma cor de pigmento e isso deve ser levado em conta.
• Áreas onde o corpo tende a tomar sol com mais frequência costumam ser mais resistentes ao calor do que áreas que estejam sempre cobertas.
• Não aplicar caso a pele apresente algum tipo de lesão (alergias anteriores que ainda estejam ativas, arranhões, cortes, etc).

Cuidados na aplicação:

• A distância entre a vela acesa e o corpo também é um parâmetro a ser observado, deve-se começar o mais longe possível e ir aproximando (ou não) de acordo com a resposta do corpo do(a) botom. Quanto mais longe, menos quente a parafina chegará na pele

• Tomar cuidado com cabelo próximo à chama da vela, tanto do(a) Top quanto do (a) bottom, pois pegam fogo com extrema facilidade.

• Deve-se evitar mucosas (como boca e genitais), pois além de serem áreas mais sensíveis, são mais propícias a queimaduras e/ou alergias.

• Evitar sobrepor camadas sobre a pele, sem a de baixo estar fria, pois isso também causa a retenção e acúmulo de calor, podendo levar a queimaduras mais sérias, até mesmo de segundo ou terceiro grau
.
• Articulações que estejam dobradas tendem a acumular parafina, o que
interfere na perda de calor da mesma, requer atenção para não causar
queimaduras.

• Se a pele estiver muito sensível, ou a prática tenha sido muito intensa, evite banhos quentes em seguida, pois isto pode reativar o processo de “cozimento” da pele e o que não era uma queimadura grave vir a se tornar até mesmo uma queimadura de segundo/terceiro grau.

Em casos de acidentes, alergias e/ou queimaduras:

• Nunca se auto medicar.
• Não passar pomadas, pasta de dentes ou remédios caseiros sobre a queimadura.
• Não cobrir a queimadura com nada, pois irá aumentar a temperatura da pele, piorando a mesma.
• Em caso de queimadura, se possível, colocar a região sob água corrente (em temperatura ambiente, como a de uma torneira).
• Procurar ajuda médica o mais breve possível.

AUTORA

GINGER

Switcher, praticante desde 2009, ativa no meio BDSM de São Paulo desde 2012.
Proprietária da loja Ginger Toys ( www.gingertoys.com.br ), também ministra workshops e aulas particulares de Shibari, Wax Play e Impact Play.

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