AMOR PRÓPRIO X DESCONSTRUÇÃO

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O salto alto, a vaidade e o amor próprio.

Saudações povo do fetiche,

Srta. g por aqui animadíssima com esse convite do Dom Barbudo para participar dessa celebração tão especial do nosso amado 24/7. É uma delícia estar aqui ao lado de tanta gente incrível.

Depois de pensar um tantinho, eu resolvi trazer pra cá mais uma reflexão para as meninas que como eu curtem o jogo no degrau de baixo. Quero fazer a gente pensar em um dos protocolos que deixa uma porção de bottom incomodada e que, embora não seja consenso no meio, é um protocolo “clássico”.

Quando a gente começa a jogar a primeira coisa que faz é caprichar na produção. A gente quer saltão, meia arrastão, milhões de lingeries lindas, corselet sexy e a chuva de glitter seguindo a gente pra todo lado tipo a nuvem no carro da Família Adams.

A gente quer ser a posse maravilinda sendo desfilada pra todo mundo morrer de inveja do Dono, quer chegar na sessão se sentindo sexy e sedutora, objeto de desejo do Top etc etc etc etc.

Aí… VRAU a gente cai num Top que curte o protocolo de despir o bottom de tudo isso.

Tirar o salto alto e a montação da bottomzinha princesa é só pra ela não chamar mais atenção que as Dommes presentes no evento? Ou só pra que a bottom não fique mais alta que seu Top, se colocando assim em posição superior? Nem de longe.

Quando um Top despe seu bottom do glamour ele desconstrói, despe das máscaras sociais e objetifica. Ele diz “você está aqui apenas para me servir, seu propósito é o que o meu desejo determina, sua existência aqui só faz sentido pela sua submissão”.

Beleza! Entendemos! Mas eu gosto de ir além, então levanto uma questão.

E a bottom empoderada, como fica? E o nosso amor próprio, vai pra onde?

O nosso amor próprio e o nosso empoderamento vem de dentro, a montação é, sempre foi e sempre vai ser muleta.

Quem se ama de verdade entra pra sessão pleníssima vestindo um saco de batatas e encara as humilhações sabendo do seu valor.

Ser bottom é muito mais do que tentar ser “mulher objeto”. Ser bottom é ter noção da própria força a ponto de encarar a desconstrução da montação como uma oportunidade de mostrar o que a gente tem de melhor sem se apoiar nas muletas.

Mas e se o Top gosta do salto alto e da lingerie bonita? Aí a gente aproveita porque a gente é bottom mas não é tonta.

AUTORA

srta g

Designer, artesã, artista digital e escritora fetichista. Uma mulher que se comunica pelas cores em um mundo cheio de tons de cinza, escreve textos visuais e faz poesia com imagens. Masoquista de carteirinha, submissa nem tanto… acredita que o BDSM é pra ser desfrutado com leveza e liberdade, sem deixar o amor próprio de lado.

Instagram:  srta.g1973

COM A PALAVRA – SRTA G

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