BOOTCAMP – ALEMANHA – A ORIGEM, POR BRENNO FURRIER – 01/10/2015

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Este texto é de autoria do Mestre Brenno Furrier e conta a sua primeira experiência em um acampamento fetichista voltado exclusivamente para uma vivência imersa nas práticas do BDSM.

Desta experiência surgiu a versão brasileira do BDSMCAMP BRASIL, um projeto corajoso que contaremos com muitos detalhes no passar das publicações.

Nosso objetivo é que esta história e esse feito fique registrado, tamanha importância que tem para o nosso contexto fetichista.

Esperamos que apreciem e que devorem a leitura.

No final anexarei a versão completa do seu relato, que contém muitas páginas recheadas de tesão.

Boa leitura e até a próxima!

Dom Barbudo

BOOTCAMP – ALEMANHA 2015 – 1 OUTUBRI, 2015

AUTOR: BRENNO FURRIER

Não se trata de mestre e submisso do BDSM, e sim de treinamento militar.

INICIO
Estava em Berlim devido à Folsom Fair, que ocorreu dia 12 de setembro, e após a festa fiquei fazendo minhas dominações e descansando um pouco. Estava com meu amigo Luis aqui em Berlim.

Cidade frenética, o app Recon bombando, bares legais e festas perfeitas, MAS um convite tirou meu sono e tranquilidade.

No facebook postei “Gente, tou nervoso pra caralho. Pois vou participar do meu primeiro BootCamp. Antes era chamado de PrisonCamp. Um final de semana, de sexta à segunda, de treinamento. Há três tipos de participantes: os professores, os recrutas e os prisioneiros. Lá as funções serão definidas. Um manda (professor), outro manda e obedece (recruta), e o prisioneiro obedece geral. Fica numa antiga prisão, fora de Berlim. Um dos organizadores tá passando aqui, em duas horas, para nos pegar, eu e Luis . Coração saindo pela boca. Quando eu voltar, conto os detalhes”, participar de um BootCamp mexeu comigo.

Fiz uma pesquisa sobre o evento. Lugar não revelado, afastado de
qualquer cidade, no meio de uma floresta, responsáveis não identificados. Apenas um e-mail para contato. Tudo levava a pensar ser uma armadilha.

Outro aspecto que me deixou nervoso, era o antigo nome do evento, PRISONCAMP. E quem organiza são antigos militares da força Alemã. O negócio estava ficando sério mesmo.

CHEGOU O DIA

Sexta-feira, 18 de setembro de 2015, um participante do evento vinha nos pegar em casa, tratava-se de um moicano dinamarquês, no carro, nenhuma palavra foi dita, silêncio total. Isso tava comendo meu juízo. E na minha cabeça só passava o filme Albergue.

Mandei algumas mensagens para um amigo meu de Recife, dizendo que se eu não voltasse na segunda chamasse a policia e a embaixada brasileira. Depois de 1:30h, e saímos da via expressa e fomos por estradas pequenas e sem iluminação. Já era noite e só avistava florestas.

Chegamos ao portão principal. Detalhes: dois homens com roupas militares no portão com arame farpado, e armados com armas longas, parecendo fuzil. Minha mente: perdeu playboy!!!
E ficamos sem sinal no celular.

Antes de entrar fomos recepcionados por um grupo de militares que só falavam em alemão. O prédio era todo cercado por muros altos e cercas.

Com nossos formulários de inscrição na mão, e apesar de nossa vontade de ser Oficial era a primeira vez nossa lá. Por essa razão não poderíamos ser recruta, e muito menos oficiais.

Abriram a grade e entramos. Fecharam a grade, aquela zoada de filme. Puta que pariu, era uma prisão. Corredor longo, com várias portas de metal. E em três dessas portas, tem 4 celas dentro em cada uma. Todas as 12 celas, com grades.

Havia a solitária, com correntes na parede, um local muito escuro.

O banheiro era coletivo, sem portas internas e com uma coleira preso ao teto.

Após fomos colocados na celas e mandaram entregar os celulares, e mandaram vestir o uniforme laranja típico de presídios.

Eu sempre tive dois celulares, entreguei um e fiquei com o outro, na esperança de poder mandar mensagem caso conseguisse sinal ou algo sério estivesse ocorrendo.

A cela era real, grades pesadas e fechaduras de presídio mesmo. Muito pequena.

Depois do jantar, de uniforme laranja, cela escura deitei e peguei meu celular, tirei todo o som dele, reduzi ao máximo a luminosidade, e comecei a escrever esse texto. Notei haver na cela uma pequena garrafa para necessidades.

Escrevi:

“É para separar os homens dos meninos.”

Aí alguns de vocês perguntam, e pq não desistiu?? Simples. Quem desistisse era expulso do acampamento e tinha de voltar pra casa. Não tinha taxi, nem sinal para chamar app. Mas lógico que também estava curioso para saber como funciona um BootCamp.

Estava quase dormindo quando entrou um homem com o uniforme social impecável, que o apelidei de “o general”. Ele entrou acompanhado de vários recrutas. Perguntado quem era Brenno. Quando ele saiu, um dos recrutas colocou algemas em mim, fiquei em pé na grade. Fui algemado e passei uns 40min em pé dentro da cela. Depois fui levado ao corredor com um saco de pano na cabeça, que aperta e prende no pescoço.

Todos em silêncio total, aí ouvi a a voz de Luis, conversamos um pouquinho, bem baixinho, mas os recrutas estavam atrás de nós.
Como punição pela conversa, me conduziram para uma cela que tinha duas jaulas dentro, uma em cima e outra em baixo. Bem baixas, e o Luis já estava dentro dela, com a mão algemada por trás da cabeça na grade da jaula.

Fizeram a mesma coisa comigo, o recruta colocou uma algema nas minhas mãos, prendeu por trás da cabeça, mas entrei na jaula de baixo, na mesma posição de Luis. A cabeça para o lado da parede. Apagaram as luzes.

Eu notei que o recruta que me colocou na jaula, colocou minha algema da mão esquerda folgada. Eu conseguia soltar a mão e descansar os braços.

Foi quando eu tive e PIOR decisão que eu podia ter naquele lugar, troquei meu corpo de lado, coloquei os pés para a parede.

O recrutinha entrou, colocou a mão na cabeça pensando. Checou minhas algemas e saiu, voltou com o general e mais alguns recrutas, e começaram falar em alemão.
O general, que falava inglês, perguntou where are keys ?? Onde estão as chaves? Estendendo a mão. Eu respondia NO KEYS.

Ele olhou para o recruta, olhou pra mim, e mandou me tirar da jaula e
mandou colocarem uma mordaça em mim, e ele mesmo me prendeu no grilhão preso na parede. Ajoelhado e sem nenhuma posição confortável.
(pareceram 50 horas, não tinha como mudar de posição, o braço doía muito, meus ombros doíam, e o joelho nem se fala)

Depois disso esse fato, os recrutas e o general começaram a pegar no meu pé.

No outro dia, acordamos com os recrutas batendo nas grades, aquela zoada grande.

Dali, sem tomar café fomos ao exercício físico fora das dependências do prédio. Todos de laranja correndo de um lado para outro, abdominal e marinheiros, no meio da pista.

Voltamos do físico suados e fomos direito ao banho coletivo, e após terminar, fomos conduzidos à cela e novamente a grade foi trancada, porém um pequeno café manhã nos esperava.

Depois, passaram as algemas pela grade e prenderam minhas mãos, de forma que eu ficasse de pontas de pé. Notei que aquilo era só comigo, pois os outros estavam descansando em suas camas. Passei uns 20 minutos naquela posição.

Depois o General voltou e me levou à solitária pessoalmente, prendendo meus braços e pernas nas correntes de dentro dela, em X, fechou a porta e apagou a luz, só ouvia as práticas hard nos outros prisioneiros.

Fui solto e pensei que eu ficaria na cela apenas trancada, mais dessa vez voltou o general com uma máquina de eletro e um suporte eletrocondutor para as bolas. Fui preso na minha própria cama com algemas.

O choque começou devagar e aos poucos ele ia aumentando. Era uma programação chata, dava um pulso longo e vários fortes curtos. Passei uns 20 minutos e minhas bolas estavam roxas, tipo estivessem sido espancadas, mas ninguém bateu nelas.

Depois fui levado para a sala de tortura e fiquei em pé algemado assistindo a cena de um prisioneiro sendo eletrocutado no pau, bola e bunda. O grito era forte e aquilo mexeu comigo pois eu provavelmente seria o próximo. Foi foda assistir, bem pesado.

Fui preso e esticado numa cama de metal. Começou uma sessão de spank, doía bastante, principalmente por ser no mesmo lugar e usando as varas de madeira. Devem ter sido umas 100 chicotadas ou mais, pois tinha dois batendo ao mesmo tempo. Entrou naquela sala de tortura tem de gritar, acho que é a regra de lá.

Após o spank, nos dirigirmos ao corredor, estávamos todos lá de frente para a parede e algemados com as mãos nas costas, sendo apreciados pelo general que tomava uma cerveja.

No chão tinham pratos com algo horrível para comer, e após a ordem do general todos se viraram e comeram esfomeados ajoelhados e algemados.

Como não gostava daquela comida e nem da cena, tava muito humilhante para mim, muito real, fiquei olhando a cena, mas ainda ajoelhado e fingindo comer, vendo os recrutas rindo e o general com a cara de sádico. Um dos recrutas recolheu os pratos, e mostrou a general o meu.

Neste momento, o general falou alguma coisa para o recruta, que tirou minha algema, mandou eu abaixar em cima de um cadeira, abaixou minha roupa, e mandou que eu contasse até 30 em inglês. Isso na frente de todos os outros prisioneiros, levei 30 chicotadas na bunda, doía demais, queimava a pele e por dentro parecia que tinham injetado ácido. Achei bem pesado, a dor e a humilhação de ter de comer como cachorro.

Descobri que naquela prisão, o melhor lugar é tá na cela, e ela bem trancada. Quando tou fora dela ou é para sofrer ou ser humilhado.

Toda hora entravam na minha cela para simplesmente me olhar. Vi que a minha era uma das únicas que estavam sempre trancadas, ou outros iam ao banheiro, visitavam uma a cela do outro, até faziam sexo dentro de uma das celas, e eu sempre dentro da minha. Tenho certeza que foi o general que mandou ser assim comigo.

Após todos prontos, um recruta pegou uma corrente longa e prendeu as algemas de todos os prisioneiros. Formou aquela fila, à frente, os dogs e o general, depois os recrutas, e por último a fila dos prisioneiros acorrentados sendo puxados por um dos recrutas.

Saímos do acampamento em fila, passei muita vergonha, pois há ao lado outro prédio idêntico onde estava ocorrendo um camp de paint ball e passamos bem na frente dele. Dali fomos a floresta, fechada e fria, Depois disso, fui retirado da fila e me algemaram abraçando uma árvore.
Um dos recrutas, levantou minha camisa, abaixou o short, aí o general pediu sua bolsa, dentro havia vários tipos de chicotes.

Perdi as contas de quantas foram, mas no mínimo umas 150 chicotadas. Em diversos lugares, eu me girava eles giravam, não tinha como evitar. Meus gritos devem ter sido ouvidos a centenas de metros dali, pois o silêncio era enorme naquela floresta.
Tem uma hora que a pessoa que tá espancada não aguenta mais, nem tentar mais se defender, sem forças, sem reação. Acho que cheguei nesse momento. Ai eles pararam.

Após voltar, fui suspenso por um recruta e começaram o Spank novamente, principalmente na bunda. Mas minha bunda já estava bastante ferida, inclusive tendo sangrado, dos Spanks anteriores. Eles tinham tara em me lascar. Tava doendo muito, mas eu ria e dizia que tava tudo ok.

Eles endoidavam, suavam e eu não abria. Foram muitas sequências, com o mais variado chicote. Tinha um que doía a alma, mas eu gritava na hora e depois, com cara de sínico, ria.

Acho que fiz isso também para desmoralizar esses recrutas, não falava a palavra STOP.
A cada chicotada mais forte, os outros recrutas e alguns prisioneiros suspiravam.
A zoada e a quantidade de pessoas estava chamando atenção. Até chegou o general na sala e me fez pedi pra parar, batendo onde já estava sangrando e doendo demais.

Tava tentando dormir, mas o General quer me lascar, passou 3 vezes aqui na frente da minha grade. Quando escuto a bota dele fecho os olhos e ronco um pouco.
Luiz acha que ele se apaixonou por mim, mas pode ser também pela primeira noite que tentei enganar ele.

“Ideias a mil para organizar um evento assim. Problemas: local, público que queira o bdsm e não apenas sexo e equipe para ajudar. Mas meu cargo eu já sei. General Supremo, Mestre de toda a galáxia. Hehehehehe”

ÚLTIMO DIA

Ultimo dia, domingo, acordei como se tivesse jogado 3 partidas de futebol, corpo todo dolorido, febre e moleza, acho que é reflexo das pancadas pelo corpo.
A noite eu acordei várias vezes, pois quando me virava a dor me acordava. Além de ter tido muito pesadelo a noite.

Notei que é uma grande oportunidade para todos, aprenderem e fazerem amizade. Recrutas com os mestres, mestres com mestres, e assim por diante.
Após o café, todos arrumaram as celas para os próximos prisioneiros, passamos vassoura e pano molhado.

Posso resumir o meu fim de semana em algumas palavras:
1. Foi interessante no sentido do conhecimento e ideias que tive.
2. Intenso demais para mim, pois apanhei muito.
3. Em nenhum momento fiquei de pau duro, não nasci para dor e humilhação.
4. Vi também que sou muito forte fisicamente mas psicologicamente preciso melhorar.
5. Boas amizades feitas.
6. O BDSM nacional é uma criança ao praticado na Alemanha.
7. A autoestima deu uma levantada quando comparei minha técnica e a de Luís com a maioria dos praticantes, estamos bem amigos.

Grande abraço e esperem novidades BootCamp Brasil. Ou melhor, BDSMCamp Brasil.

Brenno Furrier

VERSÃO COMPLETA EM PDF

Versão Original – Brenno Furrier Pdf

E para encontrar a postagem Original no site do Breeno Furrier, siga o link:

BootCAMP – Alemanha 2015 – PRISON CAMP BDSMCAMP BRASIL

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