1º BDSMCAMP BRASIL – RELATO – MORENO

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Moreno é um escravo dedicado e seu maior prazer é o serviço doméstico.
No BDSMCAMP BRASIL ele ficou responsável pela tarefa de alimentar toda a equipe, seja os Dominadores, o grupo de Staff e os internos.
Ele não teve autorização de sair da cozinha e trabalhou o tempo todo preparando as diversas refeições.
Segue o relato de um escravo nato, que mais imaginou que visualizou, mas pelo seu relato fica evidente o seu desejo ardente.

A VENDA

Sou um profissional de vendas. Vendo sonhos. Cada tijolo é uma parte do sonho daqueles que esperam ansiosamente seu lar. Adentrando estes cômodos deparo-me com um em especial. É daqui que sairão os almejados fome- zero, longe aqui de se fazer alusões a partidos políticos.

É aqui que crio minha anarquia controlada. Eu posso criar, mas quem disse que em minha anarquia sou totalmente livre?

Mas minha prisão ficou lá fora. Então sou um preso livre. Desperto no aconchego de meus devaneios quando meus principais companheiros estão lá: Inertes, imóveis, quietos. Espete-me! Corte-me! Encha-me! Essas eram as ordens que recebia. Garfos, facas e colheres ávidos para me escravizar naquele mundo que era só meu.

Ai! Au! Ui! Era incrível como cada encontro vocálico me dizia a intensidade da dor que ecoava do andar de cima. Incrível era medir qual sensação me provocava quando meus desejos se perdiam em algum ponto do infinito.

O que viria depois? Pergunto-me como um cego pode medir a passagem do tempo quando sua venda é um profundo escuro. Pois é, minha venda era esse cômodo. As paredes privaram-me da visão, mas não censuravam os meus ouvidos. Minha luta não era comigo. Eu estava lá onde quiseram que eu estivesse.

Se era bom, se era ruim, pouco importava. A ordem que vem de cima sim, essa importava. Pegadas fortes descendo as escadas eram como mãos de fada acariciando meu ser. Estremecia e o estalar de minha excitação desobedecia a mim como um escravo a ser domesticado. Debaixo de ordens quedei-me.

Minha venda me levava embevecido a imaginar as cenas com suas belezas excelsamente agressivas. Eu me transportava. A visão pouco importava porque em meu imaginário eu não era rei. Eu servia aos REIS.

Meu cão guia era o chamar das necessidades que ansiavam por cumprir as ordens. Perdido no tempo e no espaço uma a uma refeição me dava a contagem das horas. Uivos, gritos, silêncio. Era interessante o jogo das antíteses.

Minha venda me permitiu ser o prisioneiro, o cachorro obediente, o escravo castigado o bom moço das reuniões de domingo. Respiração ofegante, respiração calma. Coração disparado, coração quase parado. Olhares que intimidam. Mas como sei disso se estou vendado?

As paredes me emprestam seus ouvidos e minha imaginação cria meu universo. Preocupação, agonia, medo, tensão, clímax, êxtase. Somente minha venda me proporcionou sensações orgásticas no meu infinito particular. As luzes se apagam.

Fim do primeiro ato. O profundo sono me rouba de minha venda.

escravo 3 do Dom Barbudo, Moreno Servidão, no Primeiro BDSM Camp Brasil

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1 comment

  1. morroi 14 dezembro, 2021 at 17:42 Reply

    Puxa, que dó do Moreno… não poder participar das sessões… mas entendi, pra ele esse foi o tesão do Camp. Eu sairia frustrado se não fosse amarrado, amordaçado, humilhado… são formas e formas de se satisfazer, não é mesmo? Não há uma única fórmula pra todos.

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