1º BDSMCAMP BRASIL – RELATO – INTERNO 07

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CONTANDO A HISTÓRIAATENÇÃO – Esta postagem faz parte da sequência de publicações que conta a história do que foi este projeto chamado BDSMCAMP BRASIL e vale lembrar que foram 09 edições no total e não existe NENHUMA intenção de promovermos um novo encontro.

RELATO DE EXPERIÊNCIA DO 1º BDSMCAMP BRASIL – INTERNO 07

Sempre fui intenso em tudo, nos meus desejos, sentimentos, ações. Como descrevi no meu perfil pro Camp, eu tenho um demônio interior que mal consigo conter. Minha vida se determina agora em antes e pós BDSMCAMPING Brasil 01

Sempre tive vontade de por meu limite emocional a prova pois sou como uma panela de pressão sem válvula de escape pronto para explodir ha qualquer momento. E acima de tudo, queria dar asas aos meus desejos, vivenciar e explorar um fds inteiro na companhia de DONS e subs, adeptos ao BDSM em vários estilos e níveis (estava ali para aprender também), sem vergonha de mim mesmo ou medo de não aceitação alheia, poder deixar finalmente minha fera interior dar umas voltas.

Recebi apoio incondicional dos DONS para participar indiferente de qualquer adversidade a qual eu temia. Nos meses que se seguiram fiz um trabalho físico intenso para poder participar em igualdade com todos. Durante todo o tempo mesmo após me inscrever, fiquei na duvida se ia ou não participar, o desejo, o medo e a tensão coexistiam em mim me deixando a mil. Parecia que meu sangue havia virado gelo nas veias. Cheguei a desistir e fui incentivado por DOM PC a participar (Agradeço a ele, pois não me perdoaria se tivesse perdido o evento). Meu instinto de auto preservação me fez ficar imóvel, mas meus desejos me deram combustível a prosseguir e eu fui.

Chegando a SP fui recebido no estúdio de DOM BARBUDO, pelo próprio, nesse momento sim meu coração saltou no peito e meu sangue gelou (Ninguém imagina quanto e porque havia sonhado com esse encontro). Partimos para o Camp.

Viagem pareceu durar décadas, devido trânsito paulista estar lento e toda a carga que levávamos. Todo mundo fingia tranquilidade.

Chegamos, em um lugar ermo, no meio do nada, uma mansão gigantesca que acomodava um verdadeiro exercito. Descarregamos as malas, demos uma espiada na casa e fomos isolados em uma das sacadas.

Conversamos, brincamos, trocamos ideias, experiências, expectativas, contamos piadas, falamos de vida profissional, pessoal, tudo que se possa imaginar. Mas o tempo não passava. Nós ali isolados de vez em quando nos deparávamos sendo observados por um DOM ou alguém da equipe de apoio. O tempo parecia congelado, a tensão, visivelmente começou tomar conta. Levados para dentro, fomos postos ao chão, sentados lateralmente em silencio comemos bolacha e bebemos água enquanto nos foram impostas as regras do Camp.

Vi meus colegas sendo levados um a um e minha tensão aumentava pois era o ultimo da fila. Após um tempo, ainda de costas os ouvia sendo trazidos e volta, passos ecoavam no assoalho de madeira, correntes tilintavam no cômodo acima onde eles eram depositados. Fui o penúltimo a ser levado (quebrando a sequência).

Minha bagagem foi confiscada, revistada. Eu fui despido, vendado e meus crimes expostos. Não sei como, mas vários crimes meus foram expostos, crimes que cometi ao longo dos anos foram expostos. Nunca imaginei que encontraria no mesmo lugar, DONS com quem conversei durante meses e até anos por mera curiosidade e muito menos que seria reconhecido por eles, imediatamente. Engoli a seco e confessei tudo que já sabiam (no fundo sabia que e eu fui questionado e porque sabiam tudo optei por contar a verdade). Meu corpo foi literalmente reconhecido, meus melhores predicados, examinados de perto (risos).

Arrastado dali fui andando nu, guiado ao banheiro recebi toalha com minha identificação numérica, material de higiene e roupas também identificadas. Retornando ao salão limpo e vestido, recebi minha coleria e corrente. Pra piorar minha situação, descubro que um candidato ao ser pressionado confessou um crime que cometemos justos e eu omiti.

Arrastado escada acima pela coleira, fui depositado num quarto escuro onde so ouvia o respirar dos demais e o tilintar de suas correntes.

A hora se fazia avançada, tivemos nossa refeição servida em bandejões dispostos em uma grande mesa para comer (apenas após ordenados a comer), sempre em fila de acordo com os números de identificação. Ao longo do Camp sempre recebemos repelente de insetos. E a louça dividida entre nos para lavar.

Na hora de dormir fomos levados novamente nus, para nossa higiene noturna. Sem coleira e já com trajes de dormir nos foi entregue caixas de camisinhas e lubrificantes e apenas uma ordem dada “SEXO SEGURO”. Essa liberdade nos espantou um pouco e antes da luz apagar, vários olhos se cruzaram.

No escuro tudo pega fogo. Entre beijos e abraços a cama tremia ate que nos vimos observados por um colega, morremos de susto, mas ouvimos “NÃO PAREM” fomos observados a apalpados e depois tivemos um terceiro travesseiro.

Logo cedo fomos postos em fila, encoleirados. Após abluções matinais, camas impecavelmente organizadas e revisadas, uniforme e coleiras postos, fomos aos exercícios matinais (santo preparo físico que fiz no pré-camping), banho e café da manha.

Começaram as sessões. Fui oficialmente iniciado como sub, pelas mãos de meu DOM/MESTRE/AMIGO/MENTOR PC, com o qual compartilho muitos estilos e gostos, ele consegue me ver, me entende e sabe oque eu quero e preciso (ser contido e colocado no meu lugar, sujeito a coisas que me irritam para testar meu emocional), recebi spanking com vários modelos de chicotes, cada qual mais doloroso que o outro e no fim tive de escolher um dos chicotes pra uma ultima série, cada golpe eu tinha de contar, senão ele desconsiderava. Também tapas na cara pra ajoelhar, cada vez mais forte ate eu ser controlado e fazer oque me foi ordenado.

Ao longo do dia, passei por bondage, privação de sentidos, controle mental, velas e dog play, sempre respeitando meus limites e restrições. Sempre que fotografados usamos balaclavas e tomaram cuidados para não mostrar nenhuma característica que identificasse o participante (inclusive constando em contrato assinado individualmente por ambas as partes)

A equipe superprofissional e bem preparada, contornou rápido um contratempo que eu tive, engatilhado por questões particulares (fiquei bem, ao menos fisicamente). E ao longo do dia se preocuparam e sempre me monitoraram. Recebemos visitantes. No fim do dia a FESTA foi no salão mesmo, eu, o terceiro travesseiro da noite anterior, um visitante e meu SR, tudo muito bom.

Mais tarde após fazer o relatório diário, tivemos duas dinâmicas, na primeira criamos nossa logo, nosso estandarte do Camp, que logo o mundo conhecerá. E na segunda, vendados, tivemos de apalpar e identificar nossos amigos, nus. Muita mão boba rolou (risos)

A noite acabou como a anterior, mas dessa vez jogamos colchões no chão, todos os prisioneiros juntos, conversamos por horas, rimos, trocamos mãos bobas, beijos. Fomos pegos em flagrante pelos DONS, rimos, brincamos, contamos piadas, quebramos regras (confessei posteriormente ao meu SR. Ele me castigou, não fisicamente, mas como ele me conhece me castigou de tal forma que preferiria mil chicotadas, ele me ignorou). Fui convidado por um amigo que percebeu que no fundo eu estava abalado, a deitar nu de conchinha (risos). Todos dormiram e eu fui pra sacada pensando nos acontecimentos do dia. Ouvi gemidos, vi gente fugindo silenciosamente pra fazer visitas. Vi o sol nascer, senti e respirei o úmido e frio ar da madrugada. Junto com o vermelho da aurora aconteceu oque eu almejava, desde o inicio, MINHAS EMOÇÕES SE REMOLDARAM ME RENOVEI. Meus amigos acordaram eu estava no mesmo lugar e a cama intacta, porem estava a mil por hora.

Fila, abluções, exercícios, café, tivemos podolatria, limpando, escovando, engraxando e dando brilho nas botas dos DONS. Depois pudemos escolher as praticas que gostávamos mais. Escolhi ballbusting e cbt e novamente fiquei com o mestre (ainda não tinha confessado) e a sessão foi incrível, pesada, intensa. Com joelhadas, golpes de marreta de borracha apoiado na superfície da mesa e as botas de bico de aço.

Mais tarde, quase tive um INFARTO FULMINANTE ao ser direcionado ha uma sessão privativa com D.BARBUDO (relato sub 172). Após um belo almoço, recebemos mais uma das mensagens de M.Brenno e uns presentinhos, foi hora de despedidas, arrumar malas, passar por entrevista com os dons e pegar estrada.

Só nos sabemos qual a emoção de ser parte disso. Que venham as próximas edições e os próximos prisioneiros. Mas nós fizemos história no BDSM brasileiro, fomos os 7 primeiros, os BDSMCampers Originais.

VOLTEI PRA CASA UM NOVO HOMEM, APRENDI MUITO MAIS SOBRE PRÁTICAS BSM, REESTRUTUREI MINHAS EMOÇÕES, FIZ AMIGOS.

Os BDSMCampers Originais juntos, qual o nome do filme?

6 gays, 1 hetero corno e mais de mil segredos

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