O TESÃO É IMPREVISÍVEL | RELATO FETICHISTA 419

“O que é bom? – Tudo aquilo que eleve no Homem o sentimento de potência, a vontade de potência, a própria potência” – Friedrich Nietzsche

É incrível como a curiosidade e a vontade de se sentir poderoso são capazes de levar nossas atitudes a romper algumas barreiras e limites que até então achamos intransponíveis. Romper limites e buscar fazer o novo tem sido o meu norte no meio acadêmico, já que o ser humano tem sido meu objeto de estudo há pelo menos seis anos. Envolto entre minha ambiciosa pesquisa e minha vontade de me tornar um Dom, que são correlacionadas, me tornei um urso que cruzou algumas fronteiras com a comunidade Leather e BDSM, levando comigo meu namorado, que há mais ou menos um ano venho treinando como meu Alpha.

Encontrar o Dom Barbudo seria, na minha mente, um misto de ótimos acasos para estas minhas duas ambições: Tornar-me referência em estudos sobre masculinidade e ser um Dom famoso ao unir minhas experiências ursinas no controle e conquista de Subs e Puppies junto com meu Alpha. Mas, Dom Barbudo bagunçou todas as minhas expectativas, e garanto a vocês que ele não é nem um pouco previsível (e isso é ótimo!).

Pessoalmente, alguns meses antes do encontro que centraliza esse relato, já tinha ficado mexido pela sua figura imponente em impecáveis vestes de couro, e ao tentar encará-lo, recebi um olhar que pareceu mergulhar na minha alma e extrair sem qualquer esforço o meu mais íntimo segredo, tesão ou desejo. Já aviso aos curiosos que esta é apenas uma de suas muitas artimanhas, mas foi a que mais mexeu comigo naquela noite (foi ali que tive a certeza que precisava conhecê-lo), e que se voltou a mim novamente no dia em que conheci a masmorra. Seu olhar me foi paralisante, me invadiu, e fez meus maiores desejos reprimidos voltarem-se contra mim (e foi incrível!).

Para aquele olhar não precisei mentir (e nem teria como), senti que meu ímpeto cientifico era uma desculpa que alimentava um enorme tesão em romper meus limites e sentir-me livre e poderoso. Pois bem, resolvi me colocar a prova, fui minha própria cobaia no experimento que relatarei aqui, e de brinde, primeiramente ao Dom Barbudo, e também para vocês que leem este relato com tesão, levei meu urso Alpha, meu fiel companheiro e cúmplice, para também ampliar os seus limites.

Era uma tarde chuvosa, chegamos pontualmente no horário e local marcado, um misto de tesão e curiosidade me tomava o corpo, sentia minha testosterona borbulhar nas veias, a adrenalina me fazia sentir cada estímulo de maneira tão profunda e aguçada. Alpha parecia um pouco assustado no elevador, um beijo ao chegar… – Se entrega, eu estou contigo!

A porta se abre e nossos olhos não parecem crer naquele lugar. A masmorra é muito melhor do que vocês que ainda não foram podem imaginar. É ao ver a parede adornada com tantos instrumentos que qualquer expectativa sua cai por terra. Dom Barbudo nos orientou sentarmos em duas poltronas, lado a lado. A mão do Alpha, gélida, procurou a minha. Dom sentou-se e aquele olhar nos desnudou, sem nem termos tirado as roupas. Eu fiquei petrificado, mas meu orgulho me fez em vão buscar demonstrar algum controle… Eu sinto que foi ali que o Dom Barbudo me ganhou, ali ele percebeu minha inexperiência e a oportunidade de brincar com isso..

“Ele é fiel, é meu Alpha… juntos dominamos outros subs e puppies há um pouco mais de um ano” – disse com convicção.

“E tu dominas ele?” – Dom me encarava com sobrancelhas arqueadas, enquanto massageava o volume que se fazia perceber sob a calça de couro.

Respondi sim, com naturalidade. Mas percebi naquela tarde que nunca tinha feito com ele o que fazia com outros subs. Dom Barbudo ordenou que eu o colocasse de joelhos. Feito. Alpha me fitava assustado, o que me excitava e me desconcertava, enquanto beijava meu tênis (ah, como eu queria estar usando meus coturnos!). Dom pareceu pressentir, colocou seus pés sobre as costas do Alpha, enquanto conversava comigo.

“Tu sentes tesão?” – Sim, Dom Barbudo, porque esse foi o primeiro limite que rompi.

Tirei meu tênis, e ali descobri um talento que nunca havia descoberto no meu Alpha… Ele devorava meus pés, sem mal tocar os dentes… Meu pau pulsava… E o Dom Barbudo me fitava. Agora penso que ele tramava algo para mim.

“Mostra que tu mandas nele!” – Ah, eu falhei aquela hora… os olhos de Alpha brilhavam ao me encarar com medo… Nunca tinha o visto assim, era tarde para eu tentar desviar o olhar… fraquejei! Não consegui mostrar meu poder sobre ele… Ali o Dom me ganhou, eu sinto!

A campainha tocou, senti que era salvo pelo gongo… Errado! Como pude mais uma vez criar alguma expectativa?

Alpha volta ao meu lado. Dom Barbudo ordena que nosso novo convidado se dispa… Não pudemos deixar de notar a beleza daquele homem, sentando sobre um banco, cabisbaixo, ligeiramente receoso por nos ver ali também… Eis que o momento se torna mágico, permeado de uma excitação enorme, e que para Alpha e eu se deu no retorno de Dom Barbudo para perto de nosso recém-chegado… Olha, talvez eu e Alpha sejamos muito falocêntricos… mas ficamos enfeitiçados ao ver como o pau daquele jovem erguia-se a pulsações firmes, a cada passo que Barbudo se aproximava.

“Perceberam!”- disse Barbudo me encarando – “Isso é controle!”. E ao segurar um cinto de castidade, percebi toda a excitação daquele Sub, que tinha o pau em riste, invejavelmente pulsante a cada movimento do Dom.

“Podem bater uma punheta, assistindo…” – Eu e Alpha não pensamos duas vezes. Trocávamos olhares, e o tesão era crescente em todos os cantos daquela sala. Abaixei minha calça… Observava atentamente cada técnica que Dom Barbudo utilizava no Sub. Cada gemido era um estímulo ao nosso prazer.

Dom Barbudo sentou o Sub mais uma vez no banquinho e me explicou a importância de usar códigos para diminuir ou parar alguma ação. Que aula até aquele momento… mas não parou por aí! – Dom Barbudo resolveu destruir meu ciúmes pelo Alpha.

E lá foi meu Alpha, assustado, lamber as botas de Dom Barbudo. Eu assistia, com tesão. Na sequência, foi lamber os pés do convidado, que perdera o receio de nos ter por perto. Alpha hesitou em servir outro Sub. E eu mais uma vez me bloqueei a demonstrar algum poder e controle. Falhei, merecia castigo… A saída para tal impasse que foi incrível…

Pois bem, ajoelhei… Eu tomei o lugar de meu amado Alpha… Nunca havia me imaginado aos pés de outro homem, ainda mais de um outro Sub. Mais um limite rompido! – Aprendi na prática, naquele momento, sem nem ter tempo de pensar no que fazia… E então de relance podia ver o belíssimo jovem desfrutando do prazer que podíamos proporcionar… gemidos altos, Alpha me olhava e lambia os pés do nosso novo amigo com a mesma voracidade e tesão que fizera comigo momentos antes… Era eu que precisaria aprender aquilo com meu Alpha, isso sim! Fico até agora impressionado com a capacidade de um Dom de provocar tesão no seu Sub, Pup ou Alpha só pela presença, pela proximidade, ou mesmo pela sugestão, pelo contato visual…. Eis aqui uma importante lição, meus caros, que eu precisei aprender na marra! – ajoelhado…

Vencidos estes bloqueios iniciais pude me encontrar face a face com outros limites mais profundos a serem vencidos. Alpha já tinha assimilado que comigo ao seu lado, ele não tinha porque manter bloqueios… Ele é realmente fiel, e vai comigo até aonde eu for! Eu que ainda não tinha entendido essa lição… É, isso me custou um pouco caro, me feriu alguns orgulhos… mas fui até o fim, não podia fraquejar novamente, e assim, Alpha me seguiria por mais limites além… dali adiante (está funcionando muito bem, desde então!)

Alguns de meus preconceitos em passar por Sub foram enfrentados ali, é curioso como essa experiência pôde ser enriquecedora para mim. Só não perdoo ter levado uma chinelada do Corinthians num momento de insubmissão (sou palmeirense – risos!).

Chegar nas botas do Dom Barbudo foi uma experiência diferente. Ver nosso novo amigo se deliciando no corpo de Dom Barbudo me enchia de tesão… e ao beijar as botas dele… pude sentir que alimentava o tesão de meu Alpha que me fitava… E aquilo me excitava também!

Transferi minha fonte de excitação para o Alpha… e nós devorávamos e nos devorávamos enquanto aquela bota nos era disponível… Ver a excitação de Dom Barbudo (sim, somos muito falocêntricos) era incrível ainda, mas ali criamos algo muito mais profundo, já que não podíamos tocar nossos próprios paus…

E aquela tarde virava noite, nossas curiosidades nos levaram aonde jamais poderia imaginar… Para além do gozo (e que gozo de Dom e de seu Sub), enquanto víamos de canto de olhos o que acontecia a nossa frente, sem perder a preocupação com o prazer de ambos, nos tornamos ainda mais íntimos…

O medo talvez tenha ofuscado um pouco as possibilidades que eu havia previsto em vão. Ainda não tinha experimentado muitos dos prazeres e tesões que a masmorra podia proporcionar, e ainda temos muito a aprender por lá.

Mas eis as lições mais importantes aprendidas nesta sessão:

Tesão não tem previsibilidade; Tesão tem muita cumplicidade e entrega a essa cumplicidade (vai sem medo!); e a vontade de sentir toda a potência que o prazer pode nos proporcionar nos move para além de nossos limites.

Saímos de lá sob uma garoa leve, muito pensativos… Aquela noite não acabou ali, nem para nós dois, nem para nós dois junto ao Dom Barbudo. Na minha área, o exercício da escrita nos permite concatenar toda essa teia de fatos que na hora confundiram todos os meus sentidos… e cá estou eu oferecendo minha contribuição à academia, ao brilhante Dom Barbudo e a todas as punhetas que derivarão deste encontro (nossas e dos leitores)

Pois bem, Dom Barbudo… Senti-me muito mais livre após o servir, senti-me muito mais poderoso após ter questionado e cedido meu poder. Mas não me arrependerei jamais porque eu, enquanto Dom preciso saber mostrar o caminho ao meu fiel Alpha. Fiz com ele, fiz por ele, faria tudo novamente.

Obrigado, Padrinho!

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