Imploro por aquilo como se fosse o maior presente que a vida pudesse me dar | Relato – Fetichista 144

Share:

Se aproximava das 16h.

Eu não tinha nada previsto. Nada combinado.

Enviei-lhe uma mensagem perguntando se poderia ser dele, poderia ser seu escravo, poderia ser seu objeto, seu bicho, seu lixo naquele dia.

Ele permitiu.

Marcamos no metrô Vila Mariana.

Eu suava dentro do vagão. Queria voltar pra trás, queria desistir, mas minhas pernas continuavam.

Estação Ana Rosa: a respiração estava mais do que acelerada.

Chego.

Lá está ele, sentado, com sua bota de couro.

Eu, ainda no metrô. Aguardo. Soa a porta. No último segundo saio.

Respiro. Sento-me ao seu lado.

Ele me olha.

Exige que eu me aproxime.

Eu respiro e aceito. Me aproximo.

Ele me diz algumas palavras que não compreendo na hora, não gravo, não recordo depois. Estou bêbado de medo.

“Ajoelha nos meus pés”

Eu gelo.

“Ajoelha, rápido!”.

Abaixo, ingênuo, como se estivesse procurando algo. Entre desconserto e tesão. Entre medo e coragem.

“Levanta guri e vai andando até a escada, eu estou atrás de você”.

Obedeço. Quero obedecer. Quero desistir. Quero obedecer mais.

Ele encosta o pau em mim.

Não sinto as pernas mais. Me excito.

Ele repete o movimento

“Tu tá com medo?”

Afirmo.

Ele ri.

Manda eu seguir na rua. Manda eu ficar ao seu lado. Manda eu lhe dar a mão. Me expõe. Se expõe. Me domina.

Caminhamos. Sei que respondo perguntas. Nem sei quais são elas, nem antes, nem durante, nem depois. Não sei se as respondi.

“Tu tem peitinho ou tem tetinha?”

Novamente, ele ri.

Chegamos em frente ao seu prédio. A torre. Ao palácio: rumo a masmorra.

Entramos, ele cumprimenta o porteiro. O porteiro lhe acena.

Uma vizinha está no elevador, carrega uma sacola e diz bom dia. Ele retorna e aperta o andar.

“Tu vai sair, eu vou abrir a porta, tu te ajoelhas num capacho, entendeu? Quando eu falar vai”

Abre a porta.

“Vai”.

Pronto. Já não sou mais meu. Meu corpo não é meu. Nada é meu. Eu sou nada.

Escuto a Madonna e ele atrás de mim.

“Levanta”

Não sei como, mas fico de pé.

Ele me encoxa, se encosta, me respira.

Manda eu tirar a roupa. “Rápido”.

fico nu. de 4. acorrentado. de costas pra ele.

“Limpa minhas botas”

Lambo-as toda. Pra mim, elas são minha conexão com ele. Minha ligação mais profunda. Minha devoção.

“Vem levar umas palmadas”.

Ele me bate nas nádegas, eu sinto. Quero mais, quero o tempo todo, quero estar ali pra sempre.

E mais um tapa.

E outro

E mais

E outro tapa

É quase um gozo. Um paraíso.

“Vem de quatro pro meu quarto, cachorro”

Ele me leva para sua cama.

Estou lá, deitado. Ele se esfrega.

Eu sinto o pau dele. Eu sinto a pele dele. Eu sinto a barba dele.

“Senhor… posso te chupar?”

Imploro por aquilo como se fosse o maior presente que a vida pudesse me dar.

Ele autoriza.

É meu elixir.

Quero em mim. Na minha boca. Meu alimento. Minha fonte pra viver.

“Goza no chão, cachorro, que eu quero ver essa porra”.

É o gozo mais puro, mais sublime.

Não é pro meu prazer. É dele. É pra ele.

Ao me vestir, ele me oferece um copo d’água.

Tudo o que eu sei é que hoje, eu só quero um mestre, só quero dom Barbudo, pois dele é meu cheiro, meu suor, meu corpo, minha boca, meu pau, meu cu, minhas pernas, meu universo.

E dele, sou seu escravo e disposto a tudo e tudo o mais que ele quiser.

Share:

Leave a reply