Você vai transar com a sua mulher hoje pensando em mim.
Vá tomar três copos de água e não mije.
Por dois dias você não vai gozar.
Levante da sua mesa de trabalho agora, vá ao banheiro e mande uma foto de joelhos.
Essas eram algumas das ordens que eu dava a ele durante o dia e antes de nos encontrarmos.
Um homem que gerencia muitos funcionários em sua empresa, normalmente é ativo com seus parceiros, casado com mulher e com um perfil de mandão.
Foi ele quem manteve contato, ensaiou por dias, cuidou das palavras certas e quando veio a coragem, deu um “enter” em busca da realização dos seus desejos.
E foi muito tesudo, ficamos em conexão por uma semana, eu coordenei a vida dele neste período, fui dono dos seus desejos, das suas ações e ele cumpriu a risca todas as ordens.
Nem precisei controlar, sua consciência era quem policiava ele.
A sessão foi tensa, um medo no olhar, quase que pânico. Ele tremia muito, já desde antes isso era uma constante, foram várias mensagens dele me relatando essa sensação.
Foi tesudo ver aquele homem imponente, que chegou vestindo social, aos poucos desmontando suas amarras e caindo ao chão. Quando ali ele chegou, percebeu que era seu lugar e se esbaldou, agarrou minha bota, fez promessas de servidão, implorou por atenção.
Certamente precisava de algo novo e diferente, foi muito intenso.
Ele foi comido e devorado, física e psicologicamente.
Mas no dia seguinte ele acordou diferente, meio que em silêncio apesar das minhas mensagens e depois de alguma espera, respondeu:
“Desculpe, acho que isso não é pra mim.
Passei muito mal ontem. Não vamos continuar.
Foi físico o negócio. Vomitei muito, estou com muitas dores no corpo.”
E isso também acontece, o desejo pela fantasia é gigantesco, depois que passa o novo sentimento precisa ser metabolizado, para muitos é apenas uma experiência, para outros é o encontro com um EU que não conhecia.
Mas uma coisa é fato: cabe ao dominador depois da sessão acompanhar o estado emocional do submisso, pelo menos perguntar como foi a experiência, o que sentiu e se está tudo em ordem, o que chamamos de “cuidados pós sessão”.
De qualquer forma, esse processo é individual e será metabolizado, é como sempre digo: nem tudo é prazer ou dor, nem tudo é certo ou errado e nem tudo é traumático ou intenso, com certeza depois que o susto dele passar, vai masturbar lembrando.
O encontro com os seus desejos e com a sua individualidade, nem sempre é leve.
As dores do corpo que ele fala são só dele, pois na sessão foi tudo muito leve, digamos que se eu for avaliar o nível de intensidade das práticas, de um a dez, posso garantir que esta sessão foi nível 2. Já para ele foi 11, como disse, esse é um processo de descoberta pessoal.