INTRODUÇÃO À ENTREVISTA.
Bem-vindos ao palco onde o fetiche se transforma em arte e a diversidade é celebrada com intensidade! Hoje, temos a honra de receber os cinco finalistas do concurso Mr/Miss Fetiche Brasil 2025, que conquistaram seus lugares após performances marcantes na semifinal. Cada um deles trouxe ao palco não apenas talento, mas uma expressão única de suas personalidades fetichistas, explorando temas de submissão, dominação, sensualidade e criatividade.
Nesta entrevista, vamos conhecer mais sobre as inspirações, os desafios e os significados por trás de suas apresentações, além de suas expectativas para a grande final. Esses finalistas não são apenas competidores; são representantes de uma comunidade vibrante, que celebra a liberdade sexual e a autoexpressão em sua forma mais autêntica.
Prepare-se para mergulhar em histórias que vão além do palco, descobrir os bastidores de suas performances e entender o que move cada um desses talentos únicos a buscar o título de Mr/Miss Fetiche Brasil 2025. Vamos começar?
Apresente-se com riqueza de detalhes, queremos te conhecer!
Eu sou o Hex Fetish, uma pessoa criativa e experimentalista no sentido mais amplo que isso possa significar, sou pansexual, como bdsmer sou switcher e como fetichista eu amo viver e testar sensações, acredito ser mais fácil definir meus limites como dores intensas, cortes, sangue e scat, do que necessariamente limitar o que gosto. Tenho 33 anos, me formei e trabalhei por muitos anos como designer de produto e já desenhei desde máquina de coxinhas até agencias de bancos premiadas internacionamente. Hoje meu foco é aguçar a imaginação e potenciais da nossa comunidade, pois já há muitos designers que podem desenhar seu próximo eletrodoméstico mas quantos deles podem desenhar masmorras e acessórios fetichistas com amplo conhecimento de causa?
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PERGUNTAS,
1 – O que é fetiche para você?
Acredito que mais do que definições de dicionário, o fetiche é quase como um dos nossos sentidos além dos 5 que usamos para perceber o mundo, ele potencialmente é presente em todas as pessoas porém em cada pessoa ele se manifesta em uma intensidade, foco, e com um juízo de valor próprio. E por isso, na minha visão, algo indissociável da sua identidade, expressão e até mesmo existência.
2 – Qual é a importância da representatividade e da visibilidade para você dentro da comunidade fetichista brasileira, e como você planeja usar o título de Mr/MRS. Fetiche Brasil para fortalecer essa representatividade?
O povo brasileiro tem uma espontaneidade, criatividade e um calor afetivo único que é reconhecido em todo lugar, porém a famosa síndrome de vira-lata desemboca em nossas masmorras e clubes também, aliado a isso eu acredito que culturalmente ainda engatinhamos em várias questões sociais, de acesso, educação e preconceito que faz não só fetichistas como muitos outros grupos se manterem longe dos holofotes sociais por perseguição e julgamento. Por isso acredito que espaços de orgulho como esse concurso é um motivo para perceberem que não somos talentosos, criativos ou capazes apesar de sermos fetichista, somos todas essas coisas juntamente porque o somos. E como Mr Fetiche Brasil pretendo levar nossa cultura para mais lugares tanto dentro quanto para fora do nosso país no Mr Fetish World.
3 – Quais são os maiores desafios que a comunidade fetichista enfrenta hoje e como você pretende atuar para superá-los?
Os principais pontos são conflitos (sejam por orgulho, interesses comerciais ou ego), educação e o que na minha opinião é o pilar fundamental, medo de julgamento e exposição.
O fetiche precisa poeticamente de rostos sem máscaras, poeticamente pois é parte da nossa identidade, mas precisamos ter motivos para nos orgulhar e nos inspirar. eu não só quero trazer isso, como eu venho ativamente trabalhando nisso ha mais de 2 anos. Acredito que temos ótimas referencias de pessoas com vasta bagagem, precisamos principalmente de bons comunicadores, pois é através de mensagens claras, pertinentes e palatáveis que conseguimos vencer a ignorância, preconceito e egos inflados. Uma mensagem que gere aceitação e identificação pode mudar a existência de uma pessoa, e uma comunidade é feita de pessoas andando num mesmo sentido.
4 – Quais ações você gostaria de implementar para promover a inclusão e o acolhimento de pessoas de todas as orientações e identidades na comunidade fetichista?
Eu como uma pessoa que apesar de homem cis sempre naveguei por mares de incertezas, eu sou pansexual, no próprio fetichismo ainda mais especificamente no BDSM eu sou switcher, desde as minhas primeiras experiencias eu me perdia nas frustrações de pessoas com pouco conhecimento mas muitas certezas. Isso me fez perceber que o caminho de inclusão era justamente não buscar o que nos segregava, mas sim nossos pontos de intersecções. Acredito e apoio espaços de vivencias plurais como festas, casas e projetos, além disso no meu próprio conteúdo, dou ênfase para o fetiche na sua forma mais plural, produzo material das mais diferentes práticas, dinâmicas e principalmente com as mais diversas sexualidades e identidades, esse é o meu marco zero.
5 – Quais são seus objetivos a longo prazo como Mr. Fetish e que legado você gostaria de deixar para a comunidade?
A minha própria entrada no mr fetiche esse ano é uma forma de exercitar meu propósito que é Inspirar a relação das pessoas através do fetiche. O que eu gostaria de ser lembrado independente se como o novo portador da faixa ou como braço direito de um dos meus capazes e admiráveis competidores é criar espaços de pertencimento, desmistificar a vivencia fetichista e principalmente acender uma fagulha que possa gerar um movimento de orgulho de ser quem somos, e não só dentro dos nossos espaços de couro, latex e gemidos.
6 – Conte-nos alguma situação engraçada ou que tenha sido divertida de alguma experiência fetichista que tenha vivenciado.
Eu e a Nara (minha parceira) somos produtores de conteúdo fetichista, e em geral acabamos pedindo pizza em dia de gravação, e como nas ultimas vezes que havíamos pedido levaram mais de 1 hora para entregar, fizemos o pedido e resolvemos gravar a ultima cena, e ela consistia em eu preso dentro de uma jaula, amarrado e com uma fucking machine acoplada em mim, a Nara por sua vez em seu traje Domme de vinil dos pés a cabeça, no meio da ação, a pizza chega e ela tem que sair para pegar a pizza completamente vestida, a maquina de cartão estava com problemas e essa cena se estendeu por muitos minutos em clima constrangedor enquanto eu aguardava o retorno dela para desligar a máquina, rimos muito, eu em particular após o hipoglos.
Deixe uma mensagem para seus seguidores, apoiadores e a sua torcida!
Me reconhecer, aceitar e hoje me orgulhar de ser fetichista foi algo tão transformador na minha vida que se tornou meu propósito, eu quero poder inspirar cada vez mais pessoas a abraçar o lado que algum dia já foi tido como uma maldição ou uma “HEX” e ressignificar como sua magica pessoal. Que nossos passos aqui no concurso hoje gerem espaços de pertencimento e coragem a outros, conto com seu apoio na final, e para muito além dela! #TeamHex