Neste dia do BDSM que tal pensamos sobre essa pessoinha tão desconhecida que, ainda assim, causa confusão, curiosidade, e até mesmo desejo?
Muito se escreveu sobre ela, muito se falou sobre como seria, e até mesmo muitos já a trataram mal, com todos os preconceitos e incompreensões do mundo Baú, trazidos a todo o tempo também ao nosso meio.
Hoje eu não escrevei grandes textos, explicações segundo um papo de divã, nem ilustrarei com fotos ou sessões, mas apenas me limito a esboçar umas poucas linhas, tão singelas como essa nossa querida pessoinha incompreendida, que também sou eu.
Ser
Flores no trabalho ela nunca recebeu.
Nem chocolates ou mesmo corações engraçados.
Não que não desejasse.
Contida, suspira pelos mimos, para todas, mas nunca seus.
Sua alma se esconde atrás de uma armadura.
A carapuça da força e o mito do poder.
E assim vive essa mentira, sufocada.
Dentro pura agonia e dor.
Entre X e Y, na confusão do corpo e da alma
A aparência não combina com a essência
O desejo sempre é contido, calado,
Em sua mente experimenta tudo aquilo que nunca viverá.
Em nosso mundo cheio de preconceitos,
Oculta a sete chaves seu coração.
Seria capaz de aceitar os piores castigos,
Simplesmente para poder um dia ser.
E assim ela sonha, sonha em um dia ser.
Que neste dia do BDSM todas essas lindas pessoinhas sejam felizes, possam realizar seus sonhos de beleza e de servir, e que consigam ser as mulheres que sempre sonharam ser!
Sobre a Autora
Ana Lúcia Rejszkjard
Crossdresser e Sissy, 54 anos, praticante de BDSM há algumas décadas, ex-colunista em alguns jornais, ex-professora universitária, fechando um círculo de autodescoberta e autoconhecimento.
SISSY – SUBMISSÃO, SERVIDÃO, E… SUBVERSÃO!