“Ah doutor, me diz que é seguro fazer sexo oral…”
Quando falamos em sexo, sempre haverá algum risco de infecções sexualmente transmissíveis. Os métodos de barreira como a camisinha diminuem consideravelmente esse risco, mas sabemos que a imensa maioria das pessoas não a utiliza nas relações orais.
Quando iniciou a epidemia pela infecção do HIV muitos homens que praticam sexo com homens abandaram a prática de sexo anal pelo medo e começaram a explorar outras práticas como a felação ou gouinage (nome francês para a prática de sexo sem penetração anal ou vaginal).
Realmente, quando comparamos o risco de contágio do HIV por meio do sexo anal chega a ser mais de 100x maior a chance do que pelo sexo oral. Isso devido a mucosa do ânus possuir apenas uma camada de células, ser bastante vascularizado e possuir uma maior concentração de linfócitos CD4 que é a célula que o vírus infecta. Já a boca possui um epitélio estratificado (várias camadas) e a saliva deixa o ambiente inóspito para o vírus. Porém o risco existe, principalmente se houver a ejaculação e se houver cortes ou úlceras na cavidade oral.
É bom lembrar das hepatites virais, como a hepatite B e C que também tem pouca transmissibilidade por via oral.
Já as outras IST tem grande risco de contágio pelo sexo oral:
• A hepatite A, como já falamos no post sobre cunete;
• Clamídia ou gonorreia, que podem causar infecções na garganta, corrimento na uretra ou no ânus;
• Sífilis, herpes, cancro duro e donovanose que costumam se apresentar por meio de feridas;
• Infecção pelo HPV que costuma cursar com verrugas.
Portanto, é fundamental procurar atendimento médico caso apresente esses sintomas e realizar o tratamento adequado seu e dos seus parceiros.
AUTOR
Dr. Vinicius Lacerda Ribeiro
Médico Cirurgião do Aparelho Digestivo
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