SESSÃO BDSM: REGRAS E PAPÉIS

SESSÃO BDSM: ESTABELECENDO REGRAS E PAPÉIS

Fausto Fardado comanda a coluna Masmorra do Fausto no iGay. Por aqui ele fala sobre Leather, BDSM e outros fetiches

Após a primeira conversa, ou algumas, existem alguns acertos que são preliminares à sessão, mas que são de extrema importância para que ambos sintam prazer. Sendo assim, é interessante o casal envolvido estabelecer certas regras de como será desenvolvida a sessão BDSM, e quais os seus limites dentro dos parâmetros SSC (São Seguro e Consensual).

Vale lembramos aqui que este tipo de prática, não é espancamento nem tortura real. A intenção é que os envolvidos saiam da sessão aonde se praticou BDSM melhores do que entraram.

Para isso as condutas devem ser planejadas e alguns quesitos de segurança devem ser respeitados.

Elaboração dos papéis e conduta durante a sessão

Antes do primeiro encontro para uma sessão, vale a pena estabelecermos certos critérios. Como já foi dito, esses critérios evitam danos físicos e psíquicos, ajudam na criação do clima e da estética necessárias à prática, e contribuem para o prazer, interação e desenvolvimento de vínculos dos envolvidos.

Dentre esses critérios, podemos exemplificar alguns:

  • Quais serão os papéis de ambos no jogo. Se existirá uma relação de Submissão ou apenas uma experimentação prática das técnicas BDSM, já que nem todos sentem prazer ou se sentem à vontade para serem realmente Submissos.

Algumas pessoas gostam apenas dos acessórios e técnicas corporais envolvidas e do fetiche.

Isso não é um problema desde que em algum momento isso seja conversado e fique claro para ambas as partes. Caso o Candidato não saiba ainda o que quer, vale a pena uma pesquisa para começar uma primeira experiência com calma;

  • Como o Candidato a Sub irá se dirigir ao Dominador e vice versa, já que existem diversas formas de se abordar um Dom, que vão desde a utilização de tratamentos como Senhor, Mestre e Dom, ou caso o Dominador prefira, nenhum deles e o mesmo para os Subs;
  • Data, local e hora de início término da sessão: respeitar os horários e cumpri-los, é um exercício de respeito e cidadania. O tempo de um Dom, é tão importante quanto o tempo de um Sub, portanto deixa-lo na mão se torna deselegante e já de início inibe a possibilidade de qualquer relação;
  • Quais são as práticas que num primeiro contato o Dom citou, que o candidato a Sub não pretende realizar;
  • Se serão ou não realizadas fotos durante a conduta e onde essas fotos serão ou não veiculadas;
  • Quais as práticas que poderão ser realizadas, já que o Dominador não é obrigado a realizar todas as práticas que fazem parte da abrangência do Sub, e vice-versa, salvo situações aonde isso tenha sido claramente combinado;
  • Qual a palavra ou gesto de segurança para, numa emergência, ou na proximidade de se atingir um limite físico ou psíquico, se atenuar ou mesmo parar a sessão;

Para tais acordos, muitos casais preferem estabelecer um contrato por escrito com tópicos. Este tipo de contrato, além de estabelecer pontualmente as regras do jogo, quando feitos de antemão, geram uma expectativa e criam um clima sensual para o jogo;

Pós-Sessão e Cumplicidade

Após realizada a sessão, é muito importante que exista o pós-sessão, que é essencial para a saúde psíquica dos indivíduos envolvidos.

Este é um momento aonde ambos irão de forma mais solta, sair do clima da sessão, da tensão, e irão trocar impressões pessoais.

Quando bem realizado, este é um momento que pode gerar amizade e cumplicidade. É o momento aonde sentimentos, impressões e sensações serão elaborados. Uma oportunidade para sublimarem a sessão e compreenderem o que obtiveram de verdadeiro valor e aprendizado um com o outro.

É um momento para se expressar gratidão, para trocarem, em alguns casos, carícias e darem boas risadas, falarem da vida.

Esse é o momento aonde o casal tem a chance ao seu modo, de entender que o BDSM, é um meio e não um fim em si mesmo.

Tomadas essas devidas precauções e cuidados, vamos à prática da sessão, e para isso, toda entrega, arte, criatividade, luxúria, volúpia e fantasia, são indispensáveis. E sem dúvida a sessão será, inigualável e inesquecível!

FAUSTO FARDADO

Fausto Fardado (originalmente nascido em 1977 e intitulado como tal no ano de 2015), é atualmente  professor universitário, atuando principalmente nas áreas de Fundamentos Sociais, Identidade Cultural, História e Design e Semiótica da Cultura, Designer por formação é Mestre em Educação Arte e História da Cultura. Seu trabalho de Mestrado teve como tema a Cultura Underground de São Paulo nos anos 80, sendo que Fausto iniciou sua incursão na noite paulistana com especial interesse nas contra-culturas. Cultua e exerce fetiche por Fardas, Disciplina e Couro sendo colecionador de fardas de diversas partes do mundo. É membro ativo das Comunidades BDSM/Leather de São Paulo, atuando como Top e estudioso do assunto. Irá escrever para o iGay sobre Cultura BDSM, Leather e Fetichismo.

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