Falar de voyeurismo e exibicionismo parece ser uma tarefa simples, porém não é assim tão simples não.
Se formos analisar o Exibicionismo por exemplo, num cenário de estudo psicológico, ele é considerado um transtorno sexual masculino onde o homem obtém o prazer através do ato de mostrar sua genitália para mulheres desconhecidas. Pesadinho né?
Pois bem, no nosso dia a dia, sabemos obviamente que existem pessoas por aí com esse tipo de transtorno, às vezes nos deparamos com alguns aí pela caminhada porém, em condições normais de temperatura e pressão da vida, não é bem disso que estamos falando por aqui!
Muito comum no BDSM, e no universo kink, o ‘voyeurismo’ e o ‘exibicionismo’ tornam uma forma ressignificada e são consideradas fetiches. Os fetiches de exibicionismo e de voyeurismo se mostram, por aqui, com nuances muito mais brandas.
Para o lado de cá, consideramos voyeur a pessoa que se excita através daquela boa e velha espiadinha, ou em uma pessoa que seja seu objeto de desejo ou, na atividade sexual alheia e, o exibicionista é aquela pessoa que sente excitação em causar o desejo no outro, através do mecanismo de mostrar seu corpo ou, de expor seus atos sexuais.
Uma das características voyeurismo é que o voyeur não interage com o objeto de desejo. As vezes, o objeto nem sabe que está sendo observado!
Não há uma regra que defina quem tem, ou não tem o fetiche de voyeurismo, afinal, olhar e fantasiar são saudáveis, naturais e podem fazer parte de fantasias sexuais individuais, desde que não cause constrangimento, ou não seja a única forma de excitação do indivíduo. Porém, se essa vontade causar algum tipo de constrangimento ou sofrimento, está na hora de pedir ajuda médica!
Do outro lado da estrada, encontramos aqueles que carinhosamente chamamos de “exibicionistas”, que efetivamente não o são no sentido médico psicológico da coisa, mas que são aquelas pessoas que basicamente gostam de mostrar. Gostam de ser observadas e gostam que as outras pessoas se excitem ao observá-las.
Enquanto o transtorno de exibicionismo está associado preponderantemente aos homens, a fantasia de se mostrar, por outro lado, encontra abrigo no colo do público feminino, porém não são também sua totalidade. As mulheres usam o exibicionismo como forma de sedução e provocação dos sentidos alheios. O fator provocação é que faz para elas, o jogo se tornar mais interessante.
Dentro desse quadrante de gente que gosta de se exibir, podemos encaixar também, aqueles casais que gostam de transar de cortina aberta por que tem certeza que o vizinho vai ficar olhando, conhecem? sabem do que estou falando?
Analisando pela psicologia, entendemos que essas fantasias de exposição, geralmente estão envoltas na admiração dos outros pela pessoa que se mostra, é uma fantasia para satisfazer egos, um precisa do outro! Quem faz o show quer plateia e quem quer ser plateia, precisa de alguém que faça o show! Simples assim!
O fio da balança está porém, em se compreender alguns aspectos bastante importantes dessas dinâmicas, como por exemplo: nem todo mundo tem essa fantasia, e está tudo bem! Ninguém precisa mostrar o que não quer mostrar e ninguém é obrigada a ver nada! Se o casal vizinho transa de janela aberta e você não quer ver, só feche a cortina! Pronto!
Outro aspecto, e aqui eu posso advogar em causa própria, é que as pessoas que gostam de mostrar, precisam de uma vez por todas entender: não é por que nós gostamos de observar, que somos obrigados a ter que desejar tudo e todos que se mostram! O que se gosta de ver, segue a regra individual do gosto pessoal! Portanto, aprendam também a respeitar que, eventualmente, o que você mostra, pode não ser o que o outro quer ver, mesmo ele tendo o fetiche de voyeurismo!
No final do dia, o jogo somente dará certo quando esses dois lados da via se encontram, e se encontrarem com os mesmos desejos e intenções!
Sra Storm
AUTORA: SRA STORM
Chef de cozinha e empreendedora da área de alimentos e no BDSM Top dedicada às práticas de Wax Play, Flogging, Branding, Castidade e Inversão e algumas outras pequenas perversões!