ENTREVISTA EQUINA NUR – PONY PLAY

EQUINA NUR é uma Pony Girl, adepta da prática desde 2018 e deu uma entrevista para o Grupo de Whats Mosaico no último dia 16/04/21.

O grupo e a Equina Nur nos deram a autorização para trazer aos leitores a entrevista aqu transcrita, para que possam conhecer um pouco sobre esta prática, que ainda não tratamnos neste site.

Aproveitem e devorem desta experiência.

Angel: Como conheceu o BDSM?

Equina Nur: Conheci o BDSM por causa do pony play. Já tinha interesse na prática, mas não entendia muito bem o que era até ver um documentário chamado Être Cheval (ser cavalo, em francês) que acompanhava o treinamento de uma pony girl lá nos EUA. Durante o filme volta e meia falavam de BDSM. Saí de lá primeiro fissurada com a ideia de que poderia haver um homem segurando minhas rédeas e acabei tendo que pesquisar sobre BDSM para entender onde eu estava me metendo.

Angel: Como conheceu o Pony Play?

Equina Nur: Ah! Isso foi lá em 2010, numa feira erótica. Estava lá e de repente surgiu um pony boy, com uma máscara de cavalo, luvas de casco, uma espécie de sunga e coturnos. Foi uma visão impactante e eu só queria saber dele, até voltei no dia seguinte. Então, não me lembro muito bem como, acabei descobrindo o termo pony play e joguei no Google. Assistia vídeos e mais vídeos, imitava uma égua no quarto, mas era só algo que me dava prazer. Só fui entender de fato 7 anos depois, vendo esse documentário – que recomendo super.

Angel: Vou anotar o nome para procurar e ver. Como foi seu processo de descoberta e sua aceitação?

Equina Nur: Bem, foi algo muito natural acho. Passei esses 7 anos me trancando no quarto ocasionalmente e imitando uma égua, só porque era gostoso fazer isso. Se você me perguntar “tá, mas o que você achava disso” eu não vou saber responder, porque eu não pensava, só fazia. Quando vi o documentário foi a mesma coisa, eu só pensei: “então dá para um cara enfiar um bridão na minha boca e segurar as minhas rédeas!?”. Tentei entrar para o meio, mas acabei desistindo porque era muito difícil, eu não fazia ideia de como começar. Um ano depois vi a máscara que eu tenho a venda numa sex shop. Fiquei um mês paquerando ela e um dia entrei e comprei. Quatro dias depois eu já estava fechando um acordo para uma pessoa me treinar e menos de um mês depois já estava fazendo a primeira …

Angel: Bem interessante essa naturalidade…Começou como prática BDSMer ou como um fetiche?

Equina Nur: Para mim qualquer prática consensual que envolva alguma das letrinhas do BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo ou Masoquismo) é BDSM. Tem gente, por outro lado, que entende que BDSM só é BDSM se a pessoa curtir o D e o S, em especial o aspecto das deferências do submisso ao dominador e outros protocolos. Mas vou responder de acordo com minha maneira de entender: comecei só querendo ser pony, acabei curtindo dois anos de submissão numa D/s com um dominador das antigas e hoje em dia só quero o pony e outras práticas que eu curta, com avulsas e play partners.

Angel: O Pony Play é um tipo de Pet Play? Se for, o que diferencia um do outro?


Equina Nur: Bem, da para dizer que pony play é um tipo de pet play porque o pony é um animal adestrável. E isso faz sentido. A minha visão é um pouco diferente: pony play pode sair bastante de pet play porque o cavalo não é um pet (literalmente ˜bichinho de estimação” em inglês), ele é um animal de trabalho. Claro, dá para brincar de ter um pony numa dinâmica mais “pet”, mas em geral se usa o pony como motor de charrete, como algo para exibição. Além disso, o controle e as restrições em cima de um pony são muito maiores. O cachorro usa no máximo uma coleira, o cavalo usa correia, arreios, é atrelado em charretes, estacionado em algum lugar, deixado lá e esquecido. Mas acho que as duas visões estão corretas, vai depender do seu tipo de jogo.

Angel: Como descubro qual meu animal dentro do petplay?

Equina Nur: Talvez algumas perguntas possam ajudar:

  • Se você fosse ser algum animal, qual animal você seria e por quê?
  • Qual tipo de animal você acha mais fácil de imitar: caninos, felinos ou equinos?
  • Brinque sozinho(a) de ser um bicho e veja qual te dá mais prazer.

A gente pode descobrir isso numa dinâmica com os outros, mas às vezes os outros tem uma relação com o animal que queremos ser que não faz sentido para gente. Eu, por exemplo, já topei com um dominador que queria que eu fizesse truques, tipo um cavalinho de circo. E eu detesto isso. Se eu fosse aprender pony play com ele ia acabar achando que não gosto, porque ia entender que ser cavalo é isso. Então experimente e brinque sozinho ou com pessoas da sua confiança e vai sentindo. Não adianta só ficar fantasiando na cabeça: fica de quatro e late, imita um gato, se esfrega em algum lugar e mia. É experimentando que a gente vai sacando a gente mesmo.

Angel: Legal essa visão de testar sozinho para descobrir, nunca tinha pensado nisso, ótima dica. Muitas vezes se tenta com o outro…

Equina Nur: O outro pode ser muito legal se for a pessoa certa. Mas nada melhor que um espaço para ser a gente mesmo sem a sensação de ter de atender expectativas. Todo mundo precisa disso de vez em quando.

Angel: Fato. Como é a negociação pra praticar o pony play?

Equina Nur: Excelente pergunta. Uma negociação é uma conversa para os dois lados colocarem as cartas na mesa, verem os interesses que tem em comum e decidirem o que é possível de fazer com as divergências. No pony play é a mesma coisa, mas com as especificidades do pony.

  • vai ter contato sexual? Se sim, durante ou após a sessão?
  • vai ter uso de chicotes ou dor de alguma forma?
  • que tipo de treino cada lado quer? Um treino para ser um pony escravo que apanha para trabalhar, um treino para ser um cavalo que pula obstáculos, para ser um cavalo de montaria?
  • o pony fala durante a sessão? Se fala qual a safe word? Se não fala, qual vai ser o “safe gesto” que ele vai emitir (meu safe “gesto” é bater duas vezes o pé no chão para amarelo e três para vermelho).
  • as pessoas estão querendo uma avulsa ou a construção de uma parceria? Se for de parceria, de que tipo?
  • tem alguma coisa que algum dos lados não quer de jeito nenhum que aconteça?
  • quais os riscos das praticas que os dois lados querem fazer e como vão lidar com isso?

E mais ou menos essa a conversa, lembrando que o que é negociado hoje pode mudar amanhã, desde que seja conversado com clareza e respeito.

Angel: Nossa, eu não tinha ideia da quantidade de detalhes além das que fazem parte de negociação sem ser pony. Muito legal esses detalhes.

Equina Nur: Sim! É todo um mundinho

Angel: No ponyplay existe coito?

Equina Nur: Depende muito do acordo entre as pessoas que estão jogando. Tem pony que detesta e tem nojo disso. Outros acham excitante e curtem a brincadeira. Eu particularmente gosto quando é com um dominador com quem me sinto muito à vontade e tenho intimidade (o que é raro), mas na prática com minha play partner, por exemplo, não rola porque nossa relação é muito de amizade. São muitas variáveis.

Angel: O que uma pessoa deve saber antes de iniciar a prática?

Equina Nur: De verdade? Se for bottom, ela deve saber o que não quer que aconteça de jeito nenhum e que merece encontrar quem respeite isso. Isso é a primeira coisa. Acho que é legal ela digitar “pony play” no google e sair vendo vídeos e imagens para ver o que faz sentido para ela. E responder a pergunta: você quer ser treinado para o que e de que forma? Para top acho que é parecido: saber respeitar os nãos e também saber para o que ele quer treinar um pony e de que forma. Quando a gente fala “de que forma”, entra: usando ou não chicote, com ou sem petisco, com ou sem máscara, com ou sem cabeçada (a gente chama de cabresto, mas o nome daquilo que vai na cabeça do cavalo com o bridão é cabeçada) etc Com isso minimamente claro, é só sentar, conversar e ver se há um acordo legal para os dois lados. Se não der, um tchau respeitoso e tentar com outra pessoa.

Angel: Os primeiros passos se dão por meio de uma relação Top/bottom ou a pessoa se descobre sozinha?

Equina Nur: Acho que depende muito caso a caso. No meu caso meio que cheguei já bem assentada no papel, só fui sendo moldada pelas pessoas com quem fui cruzando no caminho. Mas acho que dá sim para o Top pegar um bottom do zero e fazer. Para isso, porém, acho muito importante que o top tenha contato com cavalos reais, monte ou no mínimo tenha muitas horas vendo vídeo de pony play na internet. Para botar uma pessoa dentro do papel de um cavalo você tem que saber o que você quer de um e, claro, estar muito atento para questões de segurança física e emocional. Por segurança física quero dizer o risco de queda, o risco de quebrar os dentes se a pessoa cair com um bridão de metal na boca, não puxar as rédeas aos trancos ou com muita força porque nosso pescoço não é forte como o de um cavalo e por aí vai. Por segurança emocional, digo estar atento ao fato de que o bottom pode ter uma imersão no papel e precisar de ajuda para ser bem vindo de volta ao mundo dos humanos. Pony play, querendo ou não, é um jogo de desumanização e o top precisa estar atento aos efeitos isso na cuca do bottom.

Angel: Quais os riscos e cuidados necessários no Pony Play?

Equina Nur: Pergunta muito importante. Vou tentar resumir:

Riscos físicos:

  • queda (avalie o piso e o calçado; não amarre as mãos se for pedir para correr etc).
  • lesões de joelho e tornozelo (tenha consciência do nível de condicionamento físico e se atenha a este limite, use calçados adequados).
    -machucar o pescoço (puxe as rédeas de forma constante e suave).
  • cortar a mucosa da boca com bridão de metal (o bridão pode apertar a mucosa contra o dente, comece com um de borracha e vá testando aos poucos o outro).
  • NÃO SEGURE AS RÉDEAS SE A PESSOA CAIR (fizeram isso comigo uma vez e a sensação de estar sendo segurada pela cabeça numa queda é bem assustadora, além de ser algo perigosíssimo).

Riscos emocionais:

  • pony play é desumanização e objetificação, certifique-se que o bottom voltou a ser gente, está andando e agido normalmente e se sente bem.
  • só brinque de fazer imersão de muito tempo com quem já está acostumado com isso.

Tem um texto que escrevi um tempo atrás sobre isso, para quem quiser ler:

https://medium.com/bdsm-de-iniciante/pony-play-e-segurança-bdsm-e-ssc-aa0e6921331f

Angel: O que tem a dizer para as pessoas que não estão familiarizadas a este tipo de roleplay?

Equina Nur: Vou falar para as que estão interessadas em começar: minha primeira sessão foi com uma mordaça qualquer na boca, rédeas improvisadas com cordas de shibari, um par de salto alto de plástico e uma corda amarrada na cintura e minha máscara por cima. Yeap, tirando a máscara não tinha glamour nenhum. A segunda vez foi usando a coleira do meu cachorro para amarrar na minha boca e inventar um “bridão” e rédeas. Também já dei graveto para um amigo meu me tratar como cavalo, já amarrei um cinto como rédeas em mordaça para brincar numa festa quando estava sem equipamento. Se você estiver realmente a fim e não ligar muito para se está bonito ou feio, é razoavelmente fácil improvisar algo para brincar. Tirando a máscara, que uso muito mais para exibicionismo do que para jogo em si, todo o equipamento que fiz foi depois de testar algo que inventei de improviso. Quando fiz a minha charrete, por exemplo, os primeiros testes de arreio foram comigo vestindo uma cadeirinha velha de escalada e prendendo a charrete a ela para puxar. Depois de testar com o que era gratuito aí sim fui inventar de confeccionar equipamento. Tá afim? Foca em como você quer e improvise suas engenhocas com o que tem em casa. Dá super para brincar de puxar charrete usando a cadeira de escritório com rodinhas que você tem aí jogada em algum canto da casa.

Angel: Isso é bem legal, vai que gasta dinheiro e depois não se adapta ao negócio? Ninguém está podendo jogar dinheiro fora. Como é a transição para pony, você muda uma chave ou precisa de um preparo mental?

Equina Nur: Começou a me tratar como cavalo a chave já começa a virar. Gosto muito de parceiros de jogo que mexam com cavalo de verdade, os de quatro patas, porque eles fazem isso com bastante naturalidade. Tinha um cara que falava comigo com o tom de voz que ele usava para falar com os cavalos. Além de dar um tesão do caramba eu já me sentia entrando no papel. A entrada no papel é bem rápida, voltar é que demora um pouco mais, porque é um paraíso ficar lá.

Angel: Qual o significado do nome Nur?

Equina Nur: Luz, em árabe. Esse nome tem muitos aspectos diferentes para mim, um deles é aquela ideia das crenças monoteístas de que deus disse um dia “e faça-se a luz”. Quando estou de pony é um presente tão absoluto que a sensação é realmente que a cada instante as coisas estão subitamente saindo da escuridão e se mostrando para mim. É como ver o início das coisas o tempo todo. Tem outras questões atreladas a esse nome, mas isso é outra história.

Angel: Equina vc se considera Sub?

Equina Nur: Não tenho a menor vontade de dominar, alguns submissos homens já me pediram e eu fico meio constrangida, porque não saberia o que fazer. Então acho que se tiver que me definir com um papel dentro das letrinhas D e S realmente seria o S. Mas os meus fetiches enquanto submissa são pouco comuns e por isso acaba sendo difícil arranjar parceiros para poder viver esse lado.

Angel: Poderia nos dizer qual a sensação de ser uma equina?

Equina Nur: Pergunta difícil essa. Acho que ser uma equina é querer sair correndo e ter o impulso controlado, é sentir uma excitação enorme de ver uma espaço aberto diante de si, é se assustar com coisas absolutamente estúpidas, é o alívio de ser burra e não pensar em nada, é cada momento ser absolutamente único, é se afastar de quem chega perto e seguir aqueles que se afastam, é entrar em transe ao ser amarrada numa árvore enquanto espera o humano voltar e sentir o ar na pele, as estrelas lá no alto e os cascos no chão, é não ter mãos, é seguir na direção em que viram a nossa cabeça, é trabalhar para não apanhar, é sentir o chicote batendo e ficar acesa e alerta…puxa, é tanta coisa…

Angel: Como é a sua interação com outros praticantes? Existem algum tipo de evento ou encontro?

Equina Nur: Somos pouquíssimos aqui no Brasil, já fui a uma festa pony em MG mas só tinha uma outra pony lá. Tenho vontade sim de organizar um evento com a meia dúzia de ponêis pingados, espero um dia conseguir.

Angel: Por favor avise quando tiver. Já se sentiu incomodada ao praticar pony play?

Equina Nur: Já, quando pratiquei com gente que estava fazendo só para me agradar e não curtia de verdade. Fora isso fiquei em outras ocasiões com gente folgada, mas daí dei coice, o jogo ficou caótico e divertido para todo mundo e deu tudo certo. Observação: sou super boazinha, tem que me aporrinhar muito para eu resolver revidar…mas aí revido mesmo.

Angel: Existe alguma coisa dentro do ponyplay que você não faria? O quê?

Equina Nur: Acho que não faria pony slave, que é um jogo em que o sub é colocado na posição de cavalo como parte de um jogo de humilhação. Ele apanha mais do que deveria, pode ser xingado, é abusado e torturado. Os slaves acham isso extremamente excitante, para mim não funcionaria, eu iria ficar irada.

Angel: Já se arrependeu de algo que fez no ponyplay?

Equina Nur: Nunca. É só isso mesmo, nunca.

Angel: O que a faria deixar de praticar?

Equina Nur: Eu estar impossibilitada por alguma doença ou problema físico. Talvez um dia pony deixe de fazer sentido, mas no momento não consigo imaginar isso acontecendo.

Angel: Pra fazer spanking estudamos o corpo humano pra saber onde se pode bater. Existe algum estudo exclusivo pra fazer o ponyplay?

Equina Nur: Pony play na realidade é a combinação de várias práticas num cenário em que uma pessoa é gente e a outra é cavalo. As pessoas têm que saber minimamente sobre aquilo que elas querem fazer. O pony estará com os braços amarrados, então como fica a circulação? O pony vai ser chicoteado, então onde pode bater? E assim por diante.

Angel: Por que essa prática é tão pouco explorada?

Equina Nur: Acredito que o principal motivo seja que a maioria das pessoas não convive com cavalos. Puppie/dog play é fácil, ou a gente tem cachorro, ou já teve ou o vizinho tem ou a gente já viu trocentos vídeos. A gente sabe os sinais de quando o cachorro está bravo, alegre, assustado e assim por diante. A gente sabe o equipamento usado com cachorros, onde comprar e o que se faz com um cão.

Agora, quem sabe que o cavalo murcha a orelha para trás quando está bravo? E que se está balançando o rabo ou é mosca ou está super irritado? Você sabe quais são os equipamentos usados, que eles podem morrer se comerem ração demais e que eles curtem rolar no chão? Você já viu um cavalo sendo treinado? Enfim, a maioria de nós não tem contato com esse mundo e aí não tem muito como começar a fantasiar com isso.

Angel: Verdade, nada disso aí que você falou eu não saberia. Já foi parada pelas pessoas na rua enquanto saía com a carroça? Como foi?

Equina Nur: O único problema que tive com a charrete foi num parque quando um guardinha cismou que era proibido. Paramos a ação e depois fui conversar com a administração do parque. Agora tenho um acordo com eles que toda vez que eu for é para mandar um e-mail com antecedência para eles avisarem a coordenação da segurança – e para a gente ter um papel comprovando que temos autorização.

Angel: Já enfrentou algum tipo de preconceito dentro ou fora do meio BDSM?

Equina Nur: No meio só de dominadores. Já ouvi que eu não poderia aparecer em público tão cedo, sem treinar mais. Já ouvi que eu deveria sair do meio por uns meses, porque eu estava passando muita vergonha e já estava ficando chato para mim. Também já ouvi que daqui a pouco eu estaria como um pony de parquinho que qualquer um monta porque eu não queria ter dono. E sim, já ouvi que eu estava fazendo tudo errado porque pony play não era assim, era assado. Fora do meio me abri para alguns amigos que não reagiram bem, mas resolvi isso só mantendo perto gente que sabe e que lida com naturalidade com isso.

Angel: Fez bem, o que não acrescenta não faz falta. Vi em outra entrevista que você se diverte bastante sendo uma égua. Porém, sabemos que viver BDSM é sair da zona de conforto. Em que situações você sai da sua zona de conforto?

Equina Nur: Interessante essa ideia de que viver BDSM é sair da zona de conforto. Mas não sei exatamente o que seria sair da zona de conforto. Estar com um bridão na boca, um monte de restrição na cabeça e rédeas não é exatamente confortável. Mas é prazeroso. Aquela bota alta que uso também é bem desconfortável, dói. Enfim, me divirto, mas é uma diversão com uma série de desconfortos. Para mim viver BDSM é realizar os seus fetiches, sejam eles sair da zona de conforto, ficar na zona de conforto, ser uma masoquista hard ou um daddy que cuida de uma littlle. Alguns dos meus prazeres tem a ver com sentir um pouco de dor ou desconforto físicos outros com dor e desconforto emocional. Outros prazeres não envolvem desconforto nenhum.

AUTORA

EQUINA NUR

Pony girl made in Brazil que usa seus cascos também para escrever.

Instagram: @equinanur

 

Respostas de 2

  1. Tive o prazer de acompanhar a entrevista pelo WhattsApp em tempo real e achei muito interessante. Antes eu pensava que pony play era muito semelhante ao pet play, mas fui conseguindo entender as diferenças durante a entrevista. E sair da zona de conforto pra mim é exatamente como você descreve, é justamente não estar confortável mas sentir prazer naquilo! Muito obrigado pelas explicações Equina Nur!

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