E aí pessoal. Atendendo a algumas solicitações de vocês, hoje vamos falar sobre uma prática que ainda suscita algumas dúvidas e envolve alguns riscos: o sexo oral com o ânus, popularmente conhecido como “cunete” ou um termo mais técnico seria anilingus. Muitas vezes é confundido com o o cunilingus, que é o sexo oral com a vagina.

Pode ser uma prática bastante prazerosa durante as preliminares e auxiliar no relaxamento do esfíncter anal no momento da penetração propriamente dita. Entretanto, quando falamos de sexo, invariavelmente qualquer prática envolve alguns riscos, principalmente de infecções, e devemos estar atentos a suas manifestações e tentar preveni-las de alguma forma, se possível.

Quando falamos dessa prática, por mais que possa soar um pouco perturbador, estamos falando de relações oro-fecais, ou seja, há o contato de resíduos de fezes com a boca. 😱

– Ah, mas doutor, eu lavo meu ânus com sabonete bactericida 200 vezes antes do sexo e ainda uso álcool gel!

Gato, aceita. Se você pratica o cunete, haverá sempre contato com resíduos de fezes, mesmo que em minúsculas quantidades. E isso já é suficiente para transmitir alguns tipos de infecções.

Vamos listar algumas delas e como você pode preveni-las ou tratá-las:

– Hepatite A: normalmente auto-limitada, causa febre, mal-estar e amarelamento da pele e do branco do olho. Em alguns casos mais graves e raros (< 1%) pode evoluir para hepatite fulminante. Foi responsável por uma epidemia nos últimos anos entre homens que fazem sexo com homens.

– Hepatite E: semelhante à Hepatite A, autolimitada, porém ainda não há vacina disponível.

– Parasitoses: qualquer parasita que tenha na sua cadeia de transmissão a relação oral-fecal, como giárdia e amebíase. Pode causar sintomas gastrointestinais como vômitos, dor abdominal e diarreia. Pode ser tratado com vermífugos prescritos pelo seu médico anualmente.

– Outras IST: potencialmente, outras infecções sexualmente transmissíveis como sífilis e gonorreia podem ser transmitidas com essa prática. Nunca foi descrito transmissão do HIV com essa prática.

O objetivo desse post não é desestimular a prática do cunete e, sim, como prevenir e tratar potenciais infecções.

AUTOR

Vinicius Lacerda Ribeiro
Médico Cirurgião do Aparelho Digestivo
Instagram @drvinilacerdae Twitter: @drvinilacerda com dicas de saúde para o público LGBTQI+

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